quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Este Banco é de Portugal?

Carlos Costa garantiu ontem que, com ele à frente do Banco de Portugal, os bancos terão dinheiro público a entrar para a sua inevitável capitalização, já que a terceira fase da crise gerada pela austeridade acentua ainda mais a fragilidade financeira, mas sem que isso dê ao Estado qualquer direito de intervir na sua gestão, tentando assim não incomodar o poder accionista privado, permanecendo como espectador passivo no que conta, esconjurando o malvado “estatismo”. É capitalizar, garantir e calar porque o Estado tem de ser selectivamente passivo e activo, de acordo com as conveniências da facção mais poderosa do capital, o financeiro, a que Carlos Costa dá voz sem qualquer pudor. É tudo transparente porque esta gente sente-se com força política, apesar de ainda haver alguma insistência em ficções de mercado só para entreter distraídos ou para tentar justificar investimentos ideológicos anteriores. Falta só saber até quando é que a maioria dos cidadãos vai aceitar este confiante e organizado capitalismo de pilhagem.

4 comentários:

Maquiavel disse...

Esta fase do cleptocapitalismo é assim: o Estado tem de ser activo no dar e passivo no receber.

Quanto mais esticam a corda mais se aproximam do ponto de ruptura... será essa a ideia?

Eduardo disse...

O Estado colocar dinheiro nos bancos capitalismo?! Ok, depois de chamarem liberais a Estados que absorvem 50% do PIB, está bem, faz sentido.

António Dias disse...

Ou estou muito enganado, ou não deveria ser muito difícil lançar um movimento público a exigir o controlo estatal da banca privada que beneficiar de fundos públicos. Mas a nomeação de administradores por parte do Estado teria de ser submetida a um forte escrutínio público. De outro modo, nada garante que tudo continuasse na mesma. Ou até que acabasse por ser nomeado algum ex-gestor do BPN ou do BPP, ou até o próprio Rendeiro

Lowlander disse...

Eduardo,
Repetir mentiras ad bauseum nao as transubstancia em algo diverso.
O Estado necessita de menos de 10% do PIB para funcionar. O resto e redistribuido.