Imaginai-vos nos sapatos de Pedro Adão e Silva, apoiante do Livre. Substituiu Carmo Afonso no quadro de uma clara purga político-ideológica ocorrida num Público cada vez mais ilegível na opinião e não só. Meses e meses de crónicas, meses e meses de silêncio.
Imaginai-vos nos sapatos de Rui Tavares. Foi à embaixada e ainda há pouco exibia as suas dúvidas na AR, em linha com o seu apoio a armas nucleares.
Imaginai-vos nos sapatos de Fernanda Câncio. Com empatia seletiva e arrogância de sobra, papagueou muitos pontos da propaganda, a da maior operação mediática jamais montada, segundo Alexandra Lucas Coelho.
Imaginai-vos nos sapatos de Pedro Delgado Alves. Faz companhia a fascistas na associação parlamentar de amizade e nas festas de homenagem ao embaixador e é agora cabeça de lista do PS por Coimbra, porque é como se nada disto importasse.
Imaginai-vos nos sapatos de Taborda da Gama, coordenador nacional de uma estratégia europeia destinada a impor a censura e o medo no nosso país. Não precisa de trabalhar muito, dado o colapso moral do jornalismo ou da academia.
Sim, estou a falar de Israel e do genocídio do povo palestiniano em curso, da confusão deliberada entre colonialismo sionista e povos semitas.
Sim, estou a falar de cobardia e de oportunismo políticos, de venalidade e de fanatismo; de motivações dúbias variadas. As carreiras contam muito e o reconhecimento público também.
Sim, estou a falar de um fiel retrato de toda uma elite intelectual e política do extremo-centro periférico, a que projectou a bandeira de um Estado colonialista na AR, submissa a quem tem poder, seja em Bruxelas, seja em Telavive, seja em Washington, abrindo caminho, por ação e omissão, aos valores do neofascismo, tal como abriu aos do euro-liberalismo armado.
Sim, têm de ser pelo menos denunciados. Haja memória futura.
4 comentários:
Nos sapatos de quem? Em português costumava-se dizer "na pele de" mas de há uns tempos para cá tornou-se mais fino imitar o falar Amaricano. Mas a mim soa-me a ridículo. E se calhar estou errado.
O quê, sapatos?!!
Joana
Não tenho o hábito de fazer comentários. Mas estão aqui palavras necessárias e cada vez mais urgentes perante tanta pulhice. E nem é preciso falar de coragem.
LS
a memória é curta
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