quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022
Um chocolatinho...
... para o jornalista ou a jornalista, entrevistador ou entrevistadora que, quando alguém fala na necessidade de o país fazer «reformas» («estruturais» ou, nova moda, «transformacionais»), não deixe de perguntar o que é que, na prática, se pretende. E insistindo, se necessário, para que se afirme de forma clara que medidas concretas se estão a defender.
É que enunciar simplesmente a palavra, como se tudo ficasse subentendido, não chega. Porque «reformas estruturais» há de facto muitas (como estas ou esta) e com objetivos muito distintos. Concretizando, percebemos o que se quer, evitando-se o risco de ficarmos a pensar que só não se diz ao que se vem por receio de se perceber o que pode estar em causa: privatizar, reduzir o papel do Estado, desregular o mercado de trabalho e demais tralha programática da «economia do pingo» (que depois nunca pinga).
Adenda: Apenas a título de exemplo, passem os olhos por alguns artigos de opinião (este, este, este, este, este ou este), publicados já depois das últimas legislativas, e tentem lá descortinar de que medidas e políticas concretas estarão os seus autores a querer (não) falar.
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6 comentários:
Tem toda a razão!
A política indígena é feita de enunciados sem medida, sem detalhes e sem descrição de consequências, sendo as reformas atiradas para 'quando houver poder' ou 'para quando o poder demonstrar abertura à negociação'.
Era um bom projecto para o autor do blog, decifrar que reformas são propostas, apoiando ou recusando.
Sugiro desde já um tema para o qual há estudos académicos disponíveis, o artº 35º do Código das Sociedades Comerciais:
«À ambição traduzida pelo artº 35º logo se seguiu a inação, e a esta sucedeu a sua perversão ao ponto de institucionalizar uma farsa de um tipo demasiado presente na ordem jurídica: enunciam-se os princípios e tudo é feito para que não possam ser realizados.»
Traduzindo: podem as empresas acumular prejuízos que 'não passa nada'!
Eis um precioso instrumento para vigaristas e para ocultar consequências de justas reivindicações.
Há muito que não existe jornalismo em Portugal.
Que saudades do "Diário de Lisboa",a imprensa hoje toda ela é controlada por grupos económicos,pouco interessados em jornalismo.
privatizar o quê? só se for a TAP resta muito pouco para privatizar em portugal
Setor Empresarial do Estado
(ignorar Hospitais, Teatros e afins)
http://www.dgtf.pt/sector-empresarial-do-estado-see/o-que-e-o-sector-empresarial-do-estado-see-
Porque foi apagado o post do general Wesley Clark?
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