Ver a cobertura da SIC Notícias sobre o 1º dia do Congresso do PCP é como seguir um tsunami através de uma telenovela.
A abrir os trabalhos, Jerónimo de Sousa desenhou um quadro negro da evolução do capitalismo internacional em que Portugal se insere. Optimista, talvez, considerou que se aproxima o momento em que o capitalismo se confrontará com as suas contradições e que se abrem perspectivas revolucionárias. Teceu um cenário de forte agravamento da divisão entre países do centro e periféricos, de exploração e de espoliação, de controlo de matérias-primas essenciais, tudo isso se sobrepondo a tentações belicistas a nível mundial e de agravamento das tensões entre a organização militar da NATO e países como a Rússia e a China, além de uma nova crise económica que se avizinha. Sobre Portugal, traçou a ideia de que é impossível resolver os problemas nacionais com os constrangimentos comunitários, da moeda única, com expropriação de decisivos instrumentos nacionais de política, seguindo tudo uma orientação contrária ao emprego.
Aqui a emissão é interrompida para passarmos a estúdio. Ouve-se o Martim Silva do Expresso para quem nada daquilo era novo e que o importante é perceber se o governo do PS termina ou não a legislatura... Mais tarde, Ricardo Costa fala dos "15 a 20% do discurso" sobre as razões porque o PCP apoia este governo, este "difícil exercício" de dizer aos militantes e simpatizantes que o PCP é o mesmo apesar de apoiar o PS. "O discurso é muito bem feito" para provar isso, diz, e que essa é que é a questão "essencial para este congresso". "A questão que se coloca é que congresso é que se terá daqui a 4 anos, como é que esta posição é sustentada no tempo e na relação de forças, com o PS e o Bloco que não foi citado". E começa a falar da correlação entre o PCP e o Bloco quando continua à frente do PCP nas sondagens...
A emissão volta ao estúdio e a pivot fala de como o secretário-geral do PCP esteve a “aquecer a sala”.
Ou seja, tudo o que é essencial na Política saiu ao lado. Para um português, a questão essencial seria saber como é que se encontra uma saída para o país, que não seja a aceitação de um desemprego de dois dígitos e de um desenvolvimento sem perspectivas, assente na precarização do Trabalho. No fundo, é o que qualquer partido deveria ser capaz de dizer. E cada jornalista deveria exigir. Mas não.
Para eles, o que interessa, não é a via de desenvolvimento e de pleno emprego, ou se o mundo é um local mais perigoso e como pode deixar de o ser: o que interessa é se o Governo do PS dura. Essa é a parte que depende de nós! E, para isso, o essencial é seguir os pequenos sintomas de distinção e clivagem partidária, as pequenas nuances e gradação de cinzentos. Porque, como bons jornalistas, o importante é prever o momento de ruptura, e isso faz-se através da alimentação das rupturas. Como se a continuidade não fosse notícia, mas um pântano, uma paz podre, com uma clarificação eminente, independentemente do que se possa pensar sobre as questões de fundo que estarão na sua base.
Nada de novo, portanto. Nada se aprende. Nem com Trump, Le Pen, etc., etc.
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17 comentários:
Os presstitutes do jornalismo existente continuam a mostrar o que não valem nem prestam. Para eles e´ a voz do dono que conta!
Estão ao serviço do imperialismo!
Eles, os presstitutes definham entre o prolongar da presstituiçao e o encolher da verdade, não prestam.
Ainda não há muito tempo alguém avançava aqui nos LB.s com apoios a´ comunicação social e subsidiar o jornalismo…vai la´ vai.
O pluralismo para eles e´ medido pela batuta dos Murdoch ca´ do sítio.
Parecem-se mais com policiais dos SVC.s de informação salazarentos.
Devíamos, todos os democratas progressistas, protestar judicialmente contra esta forma de transpor, sobrepor e desfazer a comunicação pública ou privada de outrem. Quando não a mentira sobrepor-se-á sempre a´ verdade. Mas não admira, posto que a Comissão Europeia acabou de processar a proibição de circular na Europa Comunitaria alguns meios de comunicação de prestígio internacional.
Prefiro acreditar que os portugueses já estão vacinados contra tal vírus comunicacional! De Adelino Silva
Vamos com calma:
«um quadro negro da evolução do capitalismo» é notícia desde o Manifesto Comunista, e sabemos que permanecerá com plena actualidade ad aeternum.
«que se abrem perspectivas revolucionárias» para o PCP, é uma notícia em permanência nos placares do ilusionismo comunista. Sempre assim foi e sempre assim será.
«a via de desenvolvimento e de pleno emprego» em que não se divisa donde vem o capital e em relação à qual nunca se questiona se tal significará uma brutal desvalorização salarial, é segredo tão bem guardado pela esquerda que nem os cartomantes se atrevem a adivinhar porque meios será alcançada.
Tudo considerado, qual a importância do congresso do PCP?
?Quem deixa primeiro quem?
Deixa o PCP a Geringonça? Deixa a Geringonça o PCP?
Eu espero sinceramente que essa das 'perspectivas revolucionárias' não seja mais do que 'lip-service' à cartilha ideológica do PCP. Porque sempre que isso foi levado à letra, acabamos com a 'democracia popular' ao estilo soviético ou cubano (e vale a pena lembrar as loas recentemente aqui tecidas a Fidel e à ditadura castrista, que essa sobreviverá a Castro). O PCP quer discutir política? Discuta a forma como quer retirar Portugal do Euro, o que pretende nacionalizar e aquilo que pretende manter privado, como paga as nacionalizações, como defende a nova moeda, etc, etc. Se a retórica for só a de pintar de preto a situação presente não dizendo o que pretende para o futuro, das duas uma, ou não sabe o que quer e é mau, ou sabe e não quer dizer, o que é pior. E como essa retórica não é nenhuma novidade desde para aí 1976, apesar dos muitos progressos sociais registados no País, não se admirem que a imprensa ligue mais aos pretensos jogos florais da Geringonça. Pelo menos esses são notícia...
É jornalismo de "quooolidade", sem dúvida... Qualquer articulista (e eles são tantos, Deus meu!) que consegue enfiar, sem se rir, no alinhamento de um telejornal das oito, a "persistência da crise nacional" e a suposta evidência de que "os portugueses" estão "a marcar com mais antecipação as férias do Natal" escolhendo como destinos do seu descanso as acessíveis à mais humilde das bolsas "Paris e Miami" é, certamente, um génio... da comédia. Enfim, é a costumeira perdição lusa pelo "bibelot", ou, em linguagem mais vernacular, por porras que nem ao menino Jesus interessam.
Enquanto os meninos e as meninas jornalistas brincam às vaidades irritantes, a terra treme, mas disso não se apercebem eles.
Herr jose resume de forma brilhante o seu pensamento.
De forma tao brilhante que se adivinha desde logo o motivo pelo qual foi contratatado como patrão para perito dos grandes, nescios e predadores patrões.
Uma questão de classes, pois entao. E herr jose faz o que pode.
Embora seja confrangedor este papel de mexeriqueiro a imitar a tia Jonet ou o tio das Neves.
Será mesmo verdade?
Um caso patológico este do caro Jaime Santos
Agora até manda bitaites sobre o modo como se discute politica. Sigam a sua cartilha, a dele, porque senão é mau. E se a seguirwm ainda é pior.
Um caso sério. É desta raça que saem os ditadores em potência. E quantas vezes de opereta. Ainda por cima com perfis tão....tão tecnocraticamente repetitivos.
E adorável aquele elogio encapotado aos nossos media. É de facto desta raça que saem os Blair e os Hollande de ocasião
Aí em cima alguém pede para se ir com calma. Calma para fugir um pouco e justificar a acção dos media?
Esse aguém cala-se perante o que é denunciado no post e arremete naquele seu jeito peculiar contra... o "Manifesto Comunista". Naquele seu jeito manhoso tenta fazer passar o capitalismo como eterno, mas "esquece-se" que que este não nasceu nem na altura da criação (sabe-se que o sujeito ama o criacionismo) nem provavelmente se perpetuará ad eternum per secula seculorum.
Depois fala em "placares do ilusionismo". Sabe-se lá o que isso é. Ainda por cima mais uma vez com carácter eterno, como se o seu próprio umbigo ou os seus dislates o fossem. mas nisto é como tudo. Os apatetados nobres fanados e impotentes também achavam que andavam por cá por vontade divina
Mas há um pormenor delicioso que qualifica como esta malta neoliberal vê o mundo e que tipo de mundo nos querem vender. Parece que a via de desenvolvimento e de pleno emprego
significará uma brutal desvalorização salarial, pelo alto conceito do sujeito.
Ora aqui temos. O patrão escolhido pelos outros patrões como perito dá-nos lições segundo as quais temos que desistir do desenvolvimento e do pleno emprego porque senão...temos uma brutal desvalorização salarial
Mais palavras para quê? Os idiotas da grande associação patronal que contratou tal patrão como perito comprovam-no assim que o são
Um telejornal interessante devia ser o feito aqui pela equipa do Ladrões de Bicicletas
Nada se aprende de novo, de facto.
A miséria duma europa deixada às mãos do Neoliberalismo, o nome moderno de Capitalismo.
É vê-los. Uns a seguir aos outros. Agora Hollahde, um dos meninos de ouro duma ex-social-democracia que traiu. Governou para a direita e com a direita. Tanto na economia como na segurança. De tal forma irrefutável que há já editoriais de jornais insuspeitos que o apontam simplesmente como taidor.
Um dos responsáveis pela subida da extrema-direita em França tem o nome de Hollande. Depois virão verter lágrimas de crocodilo como o fizeram com o Brexit?
Fidel, como qualquer ser decente saberá, é alguém que merece respeito. Hollande merece o respeito devido aos ratos.
Hollande é o exemplo dum privatizador ao arrepio dos interesses públicos. É o exemplo dum que defendeu o euro com os resultados que se sabem. É o exemplo dum europeista que diz às escâncaras que a França é a França e o resto que se lixe.
Este é o modelo vendido por aí por uns cada vez mais iludidos europeístas, numa retórica que os pinta de branco não dizendo o que pretendem para o futuro: das duas uma, ou não sabem o que querem e é mau, ou sabem e não quer dizer, o que é pior.
Não se admirem que a imprensa ligue mais aos pretensos jogos florais e às coscuvilhices que a estes assuntos cruciais. Estes não podem ser notícia, numa comunicação dominada mesmo pelos grandes interesses, pelos interesses dum directório europeu que se comporta como senhor colonial, pelos interesses de quem manda em todos os outros interesses
Foi com a Turquia de Erdogan que a França de Hollande negociou um acordo mediante o qual o regime turco faria todos os possíveis para que não houvesse atentados do Daesh em território francês durante o Euro 2016. Em troca, Paris comprometia-se a apoiar a criação de um Estado curdo fantasma no Norte da Síria. Uma entidade a instaurar mediante limpezas étnicas e a entregar a uma ala do Partido da União Democrática (PYG) chefiada por Salih Muslim, na realidade um espião turco protegido pelo MIT, os serviços secretos de Ancara, responsáveis também pela articulação entre o regime e o universo terrorista. Esse território seria o destino das vítimas de deportações em massa dos curdos da Turquia, que Erdogan estaria a planear e poderia ser facilitada pelas condições resultantes do recente golpe.
É importante recordar factos demonstrativos da cumplicidade real entre sectores do Estado francês e o terrorismo islâmico, principalmente nas operações de desmantelamento da Líbia e da Síria. A França foi a principal potência, juntamente com o Reino Unido, que protegeu a ofensiva mercenária islâmica até Tripoli sob a bandeira da NATO, e que gerou o caos com que se debate aquela que foi outrora a nação líbia.
Foi sob a presidência de Sarkozy, dir-se-á. Mas foi já na presidência de Hollande que o chefe terrorista líbio Abdelhakim Belhadj, compagnon de route de Bin Laden e nomeado comandante militar de Tripoli pela NATO, foi recebido em Paris no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Aconteceu em Maio de 2014: nessa altura, Belhadj já organizara vários grupos de terroristas na Síria, sob o chapéu clintoniano dos «amigos da Síria», com os quais a administração de Hollande está envolvidíssima. Ora, segundo a Interpol, Abdelhakim Belhadj, além de ter fundado o partido paramilitar islamita El-Wattan na Líbia é também o chefe do Estado Islâmico, ou Daesh, no Magrebe.
Também não é segredo o elogio público ao terrorismo feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Hollande, então Laurent Fabius, durante uma conferência dos «amigos da Síria» em Casablanca (Marrocos): «os tipos da Al-Qaida estão a fazer um bom trabalho».
Não há muito tempo alguém disse:"... o jornalismo morreu quando o(a)s jornalistas começaram a almoçar na mesma mesa com empresários, politicos, agentes culturais, etc.". Acho que está tudo dito!
E ainda temos as agências de comunicação.... que INDICAM o que se diz, o que se escreve e o que se vê!
e quando a xenofobia, o racismo, o fascismo se instalarem na Europa, por favor poupem-nos das lágrimas de crocodilo...
em 1936 também houveram alguns que desvalorizaram Hitler!!! (... e a História repete-se...)
Da mesma maneira que Erdogan, Hollande dirige a França em «estado de emergência» escudando-se na necessidade de combater o terrorismo. Os êxitos, como se sabe, são mitigados ou nulos.
Porém, foi em «estado de emergência», estendido ao próprio funcionamento da Assembleia Nacional, que Hollande e o seu primeiro-ministro Valls impuseram a lei laboral que cilindra os direitos dos trabalhadores franceses e continua a ser contestada nas ruas de muitas cidades do país. Foi também para escapar à contestação de um elevado número de deputados do seu próprio partido que Hollande e Valls decidiram institucionalizar a lei laboral sem a submeter ao Parlamento, invocando para tal uma norma constitucional que apenas pode ser usada uma vez por legislatura.
Hollande e Erdogan: ou como dois «democratas», segundo os parâmetros de Bruxelas, cumprem os desígnios das extremas-direitas sem que estas precisem de chegar formalmente ao poder. Mas se necessário, abrindo o caminho directamente para estas.
Olhe que não Sr. Jaime Santos, nem sempre desde o Manifesto Comunista os acontecimentos foram como os pintam.
A procura de uma nova vida de um novo modo de estar no planeta já vem desde os primórdios da humanidade.
E´ precisamente por nos inquietarmos, por não ter ao nosso alcance o mais desejado, porque só estamos bem onde não estamos que existem os comunistas tal como houveram outros agrupamentos políticos antes deles. E haverão outros ainda depois dos comunistas. Porque a injustiça originou escravização do ancestral e causa no homem moderno a revolta, quer dizer - o justapor as diferenças naturais existentes, cujas tem sido adiadas no prolongamento dos tempos. Afinal, os comunistas são como todos os homens, não pretendem mais que o bem estar da humanidade. De Adelino Silva
Alguém pode pedir ao Cristovao que vem falar de jornalismo que indique as fontes jornalística ou outra que indica os milhares de fuzilados Cubanos (quando é que foram) e as práticas cleptocráticas de Fidel, que depois de ter nacionalizado as terras dos pais deve ter andado a roubar o povo para gozar um futuro de luxo (como toda a gente o viu gozar).
A veia censoria de Cristovão adivinha)se à légua.
Dorme com esta comunicação social e adivinham-se as tremuras só de pensar que outros possam ter voz. Ele que tem voz por aqui mas que não hesitará em pedir às instancias internacionais para ter mão nos "pulhas"que ousam perturbar o sossego dos predadores e do Sr Cristovão.
Uma pulhice censoria escondida aí por baixo, não será mesmo sr Cristovão?
O belíssimo jornalismo televisivo luso vai-nos embalando nas suas estoriazitas da carochinha: ora nos alerta para o tenebroso centralismo democrático do PCP e, qual velha meretriz armada em virginal moçoila, rasga as vestes de indignação por ter sido convidado a sair do salão quando o partido quis discutir assuntos internos, ora nos tenta convencer de que as multidões que se despedem de Fidel só o fazem porque a isso são coagidas sob ameaça de AK47. Nos intervalos do digno serviço público que presta, ainda nos faz o grande favor de afogar-nos na propaganda jihadista que pinta a Força Aérea da Federação Russa como a responsável pelo bárbaro assassinato de habitantes da Aleppo sobre controlo terrorista massacrados ao tentarem fugir às garras desse mesmo controlo.
Enquanto nos afoga no seu enxurro de cloaca pseudojornalístico, a comunidade dos nossos excelentes repórteres passa, como cão por vinha vindimada, pelo irrelevante facto de um neofascista estar prestes a ganhar as eleições presidenciais austríacas. O problema, o grande escândalo, foi o Trump ter sido eleito... E a terra treme e a terra treme...
Como e´ do conhecimento geral não são somente os comunistas que afirmam que o neoliberalismo é mestre em artimanhas linguísticas. Que o capital insiste em tentar rimar capitalismo com democracia. Que o imperialismo apregoa que a livre iniciativa regula a distribuição de riquezas (o que a história jamais comprovou) e defende ardorosamente a propriedade privada (nunca o direito àqueles que não a possuem). Que os senhores dos anéis qualificam de crescimento econômico a piramidização da riqueza assente na base da pobreza e da miséria. Tudo isto e muito mais e´ dito, redito e gritado aos Sete Ventos pela Vós Popular. Como e´ do conhecimento publico e publicado Marx e Engels não fizeram mais que passar para o papel o sentir e o pulsar desse apelo antigo dos povos. Passar para a posteridade o grito planetário do não a´ opressão dos povos. Sendo dever de todos os marxistas (incluindo os comunistas) divulgarem essa mensagem universal. Assim faz o PCP com seu congresso. De Adelino Silva
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