quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Ir às origens


O estudo [sobre crises económicas e saúde mental em Portugal], ao analisar as evoluções na saúde mental ocorridas neste período [2008-2015] – que coincide com a eclosão da crise financeira internacional e com a aplicação a Portugal de destruidores programas de austeridade –, regista um significativo agravamento das depressões e das perturbações de ansiedade. Note-se que isto acontece num país que já em 2008 tinha uma prevalência de doença mental superior à média europeia (e em crise desde o início do século, curiosamente) (…) Este é um dos retratos mais eloquentes das políticas de austeridade como construção do sofrimento na vida das pessoas comuns. De um sofrimento que se vai generalizando e intensificando – e que vai demorar muito tempo até ser revertido. Para o combater, os autores do estudo apontam, como lhes compete, medidas de reforço na área da saúde e de uma assistência médica (que não pode limitar-se à prescrição de fármacos, antidepressivos e ansiolíticos) dirigida para os grupos mais afectados, dos idosos aos jovens, e com especial atenção às situações familiares mais desestruturadas, o que implica apostar em serviços integrados e de proximidade. Mas desfazer o sofrimento que os números da doença mental revelam (e ainda se aguardam os dados dos suicídios ou do consumo do álcool) não é tarefa apenas para os profissionais da saúde. Fazê-lo exige, justamente, mudanças de políticas em todos os determinantes sociais e económicos que estão a montante da doença.

Sandra Monteiro, Desfazer o sofrimento, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Dezembro.

A área dos determinantes sociais da saúde é das mais radicais pela forma como tem tornado rigorosamente visível uma parte dos custos sociais do regime ainda dominante de economia política: a injustiça social tem feito mesmo muito mal à saúde. Esta é, creio, uma das dimensões da certeira tese do Papa Francisco, segundo a qual esta economia mata.

Entretanto, deixo-vos o sumário de um número com muito para ler: “Um extenso dossiê para se compreender as eleições nos Estados Unidos; as intervenções de Serge Halimi e de Mário Mesquita sobre media no Colóquio dos 10 anos do jornal; as contradições entre o discurso sobre a ‘redução da pobreza dos idosos’ e a defesa da Segurança Social, por Maria Clara Murteira; a precariedade no trabalho científico e propostas para alterar a lei este mês em discussão, por Paulo Granjo; as razões do caos na Venezuela e uma cartografia sobre quem são os rebeldes sírios para se perceber este sangrento conflito. E ainda Jean Ziegler sobre a ONU, uma discussão sobre as ambivalências do projecto dos ‘bens comuns’, uma reportagem em território sami, entre renas e mineiros, e um cartoon de Vasco Gargalo em formato de poster para guardar.”

14 comentários:

Jose disse...

«Crises económicas e saúde mental em Portugal» é um tema viciado à partida.

Viciado desde logo porque bem antes da crise já a saúde mental merecia um inquérito em Portugal que avaliasse a moda depressiva e a criminosa acção clínica de drogar a esmo, desde a paranoia à simples contrariedade ou desgosto. Suspeita-se que mais atrás desta idiotia estará a abrilesca interpretação de um direito à felicidade de que resulta o consequente estigma social dos portadores de uma qualquer tristeza.

Na mesma linha, o Estado e a sociedade estão formatados para um progresso económico acelerado e ininterrupto, que contra qualquer evidência é garantido aos activos e reformados abrilescos, e vai esquecendo, drogando e ocultando a miséria de todos os outros.

Anónimo disse...

O destrambelho é mau conselheiro. Porque sem o querer aí está patente o ódio a Abril por parte de herr jose.

Repare-se a espuma que lhe sobra nos cantos da boca quando fala nos "activos e reformados abrilescos". O rancor espantoso, a que se associa aquela abjecta qualidade do Capital de tentar dividir para reinar. Os "abrilescos " e "todos os outros", esquecidos, drogados e com a miséria oculta.

Simplesmente sinistro. Porque a maior parte da dita geração de Abril já desapareceu. Porque quem teve a coragem de pegar em armas foi "recompensado" com condições de vida bem piores dos que os que derrotaram. Porque há muito que quem governa são os novembristas e os DDT de todo o país.

Porque quem assim fala é quem assume que ganha numa tarde mais do que um salário mínimo e que defende os offshores como forma de "proteger" os seus investimentos paridos á conta dos "esquecidos, drogados e com a miséria oculta"

Anónimo disse...

Mas infelizmente há mais.

"Crises económicas e saúde mental em Portugal é um tema viciado à partida" grita qual clérigo irado,
decretando uma fatua divina.

E porquê?

"porque bem antes da crise já a saúde mental merecia um inquérito em Portugal que avaliasse a moda depressiva"

Mas saberá este tipo que há dados objectivos que permitem fazer comparações? Saberá que o que se apresenta não são os berros histéricos dos mantras neoliberais mas sim números (que curiosamente costumam fazer vociferar os adoradores dos mercados?)

E repare-se neste pequeno vómito:

"a moda depressiva"

Há também a "moda da fome", a moda da miséria" a " moda do desemprego"?

Estes tipos são mesmo perigosos.

Anónimo disse...

Uma ultima nota sobre afirmação pia, contrita, em estilo de Teodora Cardoso ou de qualquer Torquemada:

"Suspeita-se que mais atrás desta idiotia estará a abrilesca interpretação de um direito à felicidade"

É uma porra essa história do direito à felicidade. Porque não tem valor de mercado, claro está. Um desperdício de tempo e de dinheiro tal cousa. Tal como o direito ao lazer, à fruição dos tempos livres, ao acesso à cultura.

Direito que só pode mesmo ter nascido da "abrilesca interpretação"... Mais uma vez o ódio, mais uma vez o ressabiamento contra Abril e contra a liberdade.

Porque aqui não está em causa o excesso de prescrição médica que deve ser contrariada se for o caso. o que está aqui em causa é outra coisa mais sinistra. São os ecos dos "viva la muerte" gritados contra aqueles que reivindicavam a alegria de viver em paz. E que a Besta Fascista tratou de ceifar.

Anónimo disse...

Pensará aí o sujeito das 21 e 47 que quem necessita de apoio para a sua saúde mental está feliz e contente?
Que está à procura de felicidade em pastilhas?
Que fica contente e feliz após o seu tratamento,entendendo este em sentido lato?
Que se hovesse qualquer estigma social nos portadores de uma qualquer tristeza teríamos aí um ror de pessoas narginalizado?
Que quem é marginalizado são sobretudo os que são excluídos desta sociedade, por desemprego,pobreza e miséria? Marginalização essa aprofundada pelas teorias neoliberais segundo as quais quem está desempregado ou vive na pobreza é da sua exclusiva responsabilidade? E igualmente aprofundada por quem defende a hierarquia social duns mais iguais do que outros, seja por motivos rácicos, de condição económica ou de qualquer outra xenofobia qualquer?
Francamente, isto é quase insultuoso


Jose disse...

Um triste rol de inanidades...
Nada que não seja o eterno princípio de ao argumento contrapor a suspeição ou a pieguice.
Será que ninguém sabe dizer, isso não é assim porque é outra a situação?
Não se exagera nas drogas?
Não se chama depressão a tudo e um par de botas?
Não são as pensões abrilescas um insulto a quem hoje trabalha com a expectativa de uma pensão miserável?
Não é essencial devolver rendimentos acima de 1500 euros para que se possam manter pensões e assistência social de miséria e zerar o investimento público?
Não há uma variada gama de reality shows de felicidades aparvalhadas em permanente promoção?
Não é o consumismo o paradigma maior do capitalismo? Treteiros!

Anónimo disse...

Deixe-se de tretas ó das 22 e 22

Simplesmente abjecta esta forma de agir, dizer o que diz e depois feito cobarde,tentar dourar a pílula.

Vejamos então o seu rol de inanidades

Primeiro: Argumentar tentando ignorar a realidade fria dos números não é argumentar. É fazer discursos ideológicos expondo "a moda depressiva" como argumento.

Segundo: Isto é assim,porque a realidade mostra que é assim.
E para desgosto ou para reeleitura do das 22 e 22 repete-se:
"O estudo [sobre crises económicas e saúde mental em Portugal], ao analisar as evoluções na saúde mental ocorridas neste período [2008-2015] – que coincide com a eclosão da crise financeira internacional e com a aplicação a Portugal de destruidores programas de austeridade –, regista um significativo agravamento das depressões e das perturbações de ansiedade"

Anónimo disse...

O resto é apenas treta.Treta dum tipo que tem o topete e o desplante de tentar vender-nos a ideia da "moda depessiva" tendo como único objectivo negar uma realidade:
A criminosa política austeritária levada a cabo pelos pelos seus colegas e amigos, sob a bandeira do neoliberalismo impante.

Anónimo disse...

Vimos assim que as variações sobre o tema dos shows e da felicidade aparvalhada (que treta de vocabulário) são apenas o pretexto para desconversar.

Porque o tema é importante, repesca-se mais um fragmento do escrito no post:

"De um sofrimento que se vai generalizando e intensificando – e que vai demorar muito tempo até ser revertido. Para o combater, os autores do estudo apontam, como lhes compete, medidas de reforço na área da saúde e de uma assistência médica (que não pode limitar-se à prescrição de fármacos, antidepressivos e ansiolíticos) dirigida para os grupos mais afectados, dos idosos aos jovens, e com especial atenção às situações familiares mais desestruturadas, o que implica apostar em serviços integrados e de proximidade. Mas desfazer o sofrimento que os números da doença mental revelam (e ainda se aguardam os dados dos suicídios ou do consumo do álcool) não é tarefa apenas para os profissionais da saúde. Fazê-lo exige, justamente, mudanças de políticas em todos os determinantes sociais e económicos que estão a montante da doença".

As botas do sujeito das 22 e 22 podem assim ir marchar ocm o próprio sujeito

Anónimo disse...

Mas à pala desta estória toda vem a velha táctica do espalhar o cabotino veneno próprio da horda que está implicada no empobrecimento do país.

"Não são as pensões abrilescas um insulto a quem hoje trabalha com a expectativa de uma pensão miserável?"

E amis uma vez:
"Repare-se a espuma que sobra nos cantos da boca quando fala nos "activos e reformados abrilescos". O rancor espantoso, a que se associa aquela abjecta qualidade do Capital de tentar dividir para reinar. Os "abrilescos " e "todos os outros", esquecidos, drogados e com a miséria oculta.

Simplesmente sinistro. Porque a maior parte da dita geração de Abril já desapareceu. Porque quem teve a coragem de pegar em armas foi "recompensado" com condições de vida bem piores dos que os que derrotaram. Porque há muito que quem governa são os novembristas e os DDT de todo o país.

Porque quem assim fala é quem assume que ganha numa tarde mais do que um salário mínimo e que defende os offshores como forma de "proteger" os seus investimentos paridos á conta dos "esquecidos, drogados e com a miséria oculta"

E não, não é essencial devolver rendimentos acima dos 1 500 euros replicando o bafo grotesco de quem quer privatizar a segurança social. As pensões devem ser função do regime contributivo. Com justiça e com equidade. Sem aproveitar o roubo descarado que sucessivos governos fizeram a esta para continuar o processo de roubo aos cidadãos individualmente.

O que é essencial é reverter a política assumida pela política austeritária.Recupwerar o dinheiro dos offshores. Litar contra a corrupção e contra as rendas promovidas pelos neoliberais

Anónimo disse...

E à pergunta, seguida dum pesporrento "treteiros"
"Não é o consumismo o paradigma maior do capitalismo?"

Devemos dizer frontalmente que não. Que no capitalismo os meios de produção, distribuição, decisões sobre oferta, demanda, preço e investimentos são em grande parte ou totalmente de propriedade privada, com fins lucrativos. Associado à desigual distribuição de renda e poder, uma tendência de monopólio ou oligopólio no mercado (e do governo pela oligarquia). E marcado paradigmaticamente pela exploração do homem pelo homem.

Pelo que se pede ao sujeito das 22 e 22 para se deixar de tretas de ignorante ou de manipulador.

E como é óbvio, devolve-se o "treteiros" com que atira aos demais, espelhando tal termo também o tipo de educação que os papás lhe deram lá no sítio

Jose disse...

Tudo na mesma...

Recordo o caso de um psiquiatra de Ponte Vedra (Galiza) que reservava as manhãs de sábado para os portugueses.
Na esmagadora dos casos a primeira tarefa era desintoxicá-los da carga de drogas fornecidas pelos nossos 'caridosos' clínicos.
Convenci a lá ir um jovem chefe de produção de uma grande unidade industrial. Veio de lá acabrunhado porque lhe tinham perguntado se, tendo filhos a quem dar o exemplo, não se sentia envergonhado de ser um drogado.
O SNS dava-lhe drogas para acelerar durante o doa e drogas para dormir à noite!"!!!

Anónimo disse...

Herr jose nao saberá que os seus recuerdos nao interesam pana nada?

Parece um chefe do PSD que numa campanha eleitoral de forma idiota dizia que iria ganhar as eleições porque uma velhinha lho tinha dito.

Mas que indigencia intelectual é esta? Os casos particulares dos amigos a servirem de generalizações patetas como se fossem leis?

É "isto" que se chama de bom senso ou de argumento legível?

Pontuado com a marca dos " drogados" mais as lições de moral desajustadas, hipócritas e repelentes quais beatas velhas piegas e histéricas?

Anónimo disse...

As recordações do das 01 e 02 são preciosas.

Parece que tem um amigo psiquiatra espanhol que reserva a manhã de sábado para os coitados dos portugueses, pessoas a salvar das garras do SNS, que como se sabe é um drug dealer.
Se o dito espanhol impede os seus compatriotas de se socorrerem dele nas manhãs de sábado é cousa que ignoramos.
Se o faz de forma "caridosa" é algo muito pouco provável, porque é amigo do das 01 e 02. Se recebe alguma comissão pela propaganda do que anda aqui a casquinhar contra o SNS é algo que agora não interessa. Os amigos destas coisas têm múltiplos interesses, fontes de rendimento e semelhanças ideológicas.

Mas há mais. Parece que foi convencido um jovem a ir ao amigo do contador de estórias. Atenção que não é um jovem qualquer. É um jovem que é CHEFE DE PRODUÇÂO. E de uma GRANDE UNIDADE INDUSTRIAL. E que já com idade suficiente para ter filhos com maturidade para perceberem o exemplo do jovem pai, chefe de produção duma grande unidade.

Acontece que o tal jovem veio muito envergonhado, porque o amigo do convencedor , cuja primeira tarefa é na esmagadora maioria dos caso desintoxicar de forma "caridosa" os portugueses para os quais reserva as sua manhãs de sábado, lhe andou a chamar de "drogado" e a fazer discursos moralistas sobre o exemplo que dava aos seus já "conscientes" filhos.

Pois é. Os amigos destas coisas são assim. Ou são tipos com negócios escuros na Flandres, simpatizantes das potências do eixo, ou são tipos como estes psiquiatras irmãos que tão singelamente mostram como se viola um código ético e se revela uma tão cabotina ignorância técnico-científico-profissional.
Uma questão com certeza de desintoxicação que passa por humilhar quem procura tratamento, responsabilizando-o por acções que não são da sua responsabilidade?

Uma treta duma estória da treta de alguém que não passa de um aldrabão ou que tem amigos tão aldrabões que passam para lá de qualquer credibilidade.