segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Leituras


«O PISA é um modelo de avaliação por competências, de base marcadamente construtivista, na forma como os seus itens são construídos. Se reconhecemos o valor de provas que mobilizam conhecimentos desta forma, terá de haver coerência no discurso em torno dos pressupostos que subjazem à sua conceção. Não se pode um dia banir a palavra competência do sistema educativo e, no dia seguinte, enaltecer as provas que avaliam competências.»

João Costa, O sucesso escolar não tem dono

«Se sairmos da simplificação absurda da coincidência temporal, estes resultados não são mérito de nenhuma medida em particular porque correspondem a uma evolução de 15 anos em que tudo conta, desde a escolarização da família até ao estado de degradação das escolas, desde as coisas positivas como a rede de bibliotecas escolares e o Plano Nacional de Leitura, como as menos positivas como o abandono da formação de professores.»

Joana Mortágua, PISA 2015, resultados inclinados?

«Tão importante como o reconhecimento do impacto positivo das políticas educativas foi o ambiente de consenso com que foram recebidos os resultados. (...) É, contudo, irónico que a perspetiva reacionária que tomou conta do sector da educação no espaço do centro-direita, e que nunca escondeu a sua desconfiança face às políticas desenvolvidas em Portugal desde os anos noventa, se tenha apressado a reclamar louros por estes resultados.»

Pedro Adão e Silva, Que diferença faz?

«Com estes resultados, cai por terra a ideia do "facilitismo" e de que os jovens "hoje sabem menos". Nada mais falso. Têm conhecimentos diferentes, maior capacidade de sistematizar informação e adaptá-la em contextos distintos, mas são hoje inegavelmente mais qualificados. E também há questões metodológicas importantes, como o facto de os alunos encaminhados para as vias vocacionais por Nuno Crato não serem avaliados, o que melhora os resultados.»

Fernando Medina, Uma excelente notícia

«Não fossem tantas as retenções e estaríamos entre os primeiros da OCDE, diz quem fez as contas com os parâmetros do PISA. Porque falo de facilitismo? Porque apostar numa avaliação contínua que detete o aluno que está a ficar para trás e ter um plano de recuperação para ele é muitíssimo mais difícil e exigente do que chumbar quem não acompanhou a matéria. É esta exigência que nos falta.»

Daniel Oliveira, A tal década perdida

8 comentários:

Jose disse...

Ora, tratando-se de uma 'avaliação por competências' fica a questão maior de saber o que seria se o não fosse.
E atento o seu carácter marcadamente construtivista, acresce ao modelo o considerar os factores sociais cuja ausência ou divergência haveria de ser ponderada.

Tudo considerado, nada se conclui, o que garante presumir-se uma sabedoria em absoluto irrefutável!

PS: fica dúvida maior de saber o que sobra de um sistema educativo em as competências estão ausentes...

Jose disse...

«...a perspetiva reacionária que tomou conta do sector da educação no espaço do centro-direita,...».
Suspeita-se que a reacção quis retomar esse dogma reacionário da "aquisição de competências" (coisas como contas certas, memorizações históricas e outras rebeldias ao progresso intelectual e à felicidade dos povos) e vem agora reclamar a sua adesão a um sistema de avaliação de competências.
Que cínicos estes reaccionários!

Jose disse...

Admita-se, por absurdo, que numa evolução positiva se possa considerar que os últimos factores evolutivos não foram negativos ... bem, talvez não tenham sido suficientemente negativos, talvez não tenham sido negativos por tempo suficiente, talvez... à cautela é melhor reverter tudo.

Anónimo disse...

Mas a qualificação vale o quê? Nunca os jornalistas foram tão qualificados e é lixo aquilo que a maioria dos que estão empregados publicam.

Anónimo disse...

Não. Herr jose deixe-se de tretas e de faduncho hipócrita.

Vossemecê queria um ensino elitista e fidelizado aos valores da ordem, da autoridade e da submissão. E baseado no senso-comum, permitindo quiçá a entrada do criacionismo e do modelo da Terra como centro do Universo no universo do Emsino.
Privado, claro está.

À cautela servia- se mesmo a força bruta, nao era o que defendia herr Jose ?

Anónimo disse...

Fica a questão maior de saber o que seria se o não fosse. Acresce ao modelo que nada se conclui o que garante presumir-se.
Fica duvida maior em saber o que sobra em absoluto irrefutável.

Isso mesmo herr jose, isso mesmo

Anónimo disse...

Herr jose.

Quando fala em contas certas foi as que apresentou aquando do seu calculo do numero total de horas dos trabalhadores da função pública contabilizadas para efeitos da passagem das 40 horas para as 35 horas semanais?

Uma vergonha que devia corar de vergonha um patrão perito em fraudes aritmeticss não é mesmo herr Jose?

Lembra-se do seu número ou quer que lhe avivemos a memória?

Anónimo disse...

Mas há mais patetice pafista

Esta nulidade por exemplo:

Admita-se por absurdo que numa evoluçao positiva...foram negativos talvez não suficientemente negativos ou talvez sem tempo suficiente para serem negativos.

Tanta asneira em letra de forma só para chegar ao mantra passista e da direita pesporrenta da"reversão de tudo".

Herr Jose, que tristeza medíocre...