segunda-feira, 21 de março de 2016

Pedalar em Público

"O crédito não foi para as massas?
Não, isso é um outro mito. O acesso ao crédito está muito concentrado nos quintis de rendimento mais elevados. Nomeadamente no crédito à habitação, que representa 80% dos empréstimos. No crédito ao consumo, a coisa é mais democrática, embora as condições desses empréstimos sejam muito mais penalizadoras, com taxas de juro muitas vezes usurárias. A habitação é um exemplo de como há aqui vários interesses em causa. E o que nós temos é toda uma aceitação do modelo de provisão privada de habitação, que hoje já não é contestado. Actualmente, quando pensamos em Estado Social, pensamos em saúde, em educação, e a habitação desapareceu. Isso tem a ver com o sucesso do próprio processo. Depois há um caso que é aparentemente contrário, o da água, em que temos a provisão ainda sobretudo pública. Mas o que tivemos foi, tal como aconteceu com a habitação, um enorme fluxo de capital estrangeiro, sob a forma de dívida."

Excerto da entrevista do Nuno Teles ao Público, saída hoje, em que este se refere a vários aspectos do trabalho que tem vindo a desenvolver com a Ana Cordeiro Santos e o João Rodrigues sobre a financeirização do capitalismo em Portugal e responde ainda a uma série de questões sobre as condições necessárias a uma estratégia de desenvolvimento para este país.

2 comentários:

Anónimo disse...

Por muito que o governo Costa/PS faça, nunca fara´ o suficiente, continuaremos pouco mais ou menos na mesma…
Pedalar em Publico.
Analise a´ boa maneira liberal, digo eu…devo respeitar, cada um e´ como cada qual. Tendo em linha de conta que os ditames do BCE têm de ser cumpridos… e´ mais uma forma de Entreter o pagode.
Ate´ quando iremos aguentar esta balhana? Aqueles que, entre as diferentes correntes de opinião na sociedade portuguesa, alimentam a ilusão de que na U. Europeia e no Estado Português que aí está…seja capaz de promover a justiça social, a igualdade para todos e construir uma nação sem explorados nem exploradores, podem tirar o cavalinho da chuva. Vivemos uma espécie de letargia, quanto maior, mais o capital tira proveito, e´ directamemte proporcional.
Para que servem “remendos novos em calças velhas?” interrogava-se minha avo´.
Só em caso de grandes convulsões dos povos europeus, mas para isso será necessário esperar muito tempo e não estou ver as massas populares assumirem espontaneamente, ´JÁ´. De Adelino Silva

Anónimo disse...

Ao fim de 120 dias de gestao democratica do governo Costa/PS, e ponde a careca da direita ao le´u, já era tempo de a esquerda apresentar ao povo um balanço dessa gestao democratica.
Sente-se necessidade de intervir no dialogo democratico entre quem governa e o povo, entre os deputados progessistas e os eleitores. Não basta a aprovaçao do OE .no parlamento…!
Nas crises cíclicas do sistema capitalista, há sempre a pretençao de descarregar sobre a sociedade um fardo de sacrifícios dificilmente aceite como ciência ou fatalidade pelo povo… é neste mesmo tempo, a hora de se afrontar o ‘cientificismo’ dos interesses reacionarios e conservadores com a natureza crua das coisas – ”E´ a esquerda que tem a maioria na Assembleia da Republica”. Animar a malta e´ o que faz falta--- de Adelino Silva