segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O neoliberalismo cheira mal

Um dos negócios de Luís Filipe Menezes que está a ser investigado pela Polícia Judiciária envolve a Suma, uma empresa de recolha de resíduos do grupo Mota-Engil, que estará a lesar ainda a Câmara de Vila Nova de Gaia em vários milhões de euros. Por coincidência, vejam lá, ao mesmo tempo ficámos a saber que o Conselho de Ministros aprovou quinta-feira a venda da Empresa Geral de Fomento (EGF) – o grupo estatal que controla o tratamento de dois terços dos lixos urbanos do país - ao agrupamento Suma, liderado pela Mota-Engil.

Isto está tudo ligado? Como dizia um senhor com barbas, o tempo em que tudo se vende e em que tudo se compra, o tempo da neoliberalização, chamamos-lhe hoje, é “o tempo da corrupção geral, da venalidade universal”.

4 comentários:

Anónimo disse...

Já o disse aqui

Brilhante

De

Unknown disse...

Os eleitores teimam em votar neste Srs respeitaveis sem se importar com os factos reais.Podemos chamar-lhe todos os nomes teoricos desde fascismo até comunismo que enquanto não separarmos a politica das benesses e interesses economico/monetarios vamos ter mais ou menos esta "democracia" de fachada.

Anónimo disse...

Antonio Cristóvao, misturar "todos os nomes teóricos" como faz, contribui em grande para a "democracia" de fachada. Não é tudo igual nem uma questão de nome.

vernon disse...

Sem dúvida que anda tudo ligado. Claro que os decisores e os interessados andam ligados pelos interesses, mas aquilo que é vulgar, nas governações escolhidas por muito espoliados, é a disponibilidade para venderem os bens comuns, os bens públicos que interessam a todos, dando de bandeja esses mesmos bens a uma pequeníssima minoria com a desvantagem para uma imensa maioria.

Tal como o João Rodrigues refere, no seu texto de 2009, sobre a passagem rentista a privados de negócios em sectores estratégicos, este é mais um negócio protegido, monopolista e garantido até à eternidade, e que nos vai ficar caro.

Trata-se efectivamente da alienação de bens comuns, bens públicos e que passam a ser disponibilizados aos cidadãos com a parcela do lucro a compor o preço. Além de outros prejuízos.

Vamos ver quanto vai ser o aumento na factura, porque é tão certo de acontecer como o negócio é garantido.

Mais à frente, pode ser que se consiga reverter a coisa.