Entretanto, com uma economia estagnada desde a adesão ao
euro em 2001, o grupo parecia limitado na sua acumulação. Por outro lado, as oportunidades
de financiamento barato tinham-se avolumado numa zona euro encharcada por
liquidez. Foi irresistível. Endividarem-se para investir nas mais
diversas áreas (do gado à pesquisa geofísica) um pouco por todo o mundo.
Portugal convertia-se numa excelente plataforma de endividamento externo barato, através da qual o capital era canalizado para países como Moçambique ou o Paraguai. A engenharia financeira permitia que o
endividamento fosse ficando por cá, enquanto os lucros passeavam mundo fora.
Chegou a crise financeira internacional e os investimentos começaram a correr mal. Sabemos muito pouco do que se passou aqui. O que
sabemos é que a situação económica em Portugal penalizava a jóia da coroa, o banco,
agora com prejuízos. Sem lucros e com uma enorme dívida para refinanciar,
as empresas do grupo começaram a pedir emprestado ao banco e a emitir títulos
de dívida através dos balcões deste desde, pelo menos, 2011. Esta era dívida de curtíssimo prazo e
a taxas de juro razoavelmente elevadas. Conclusão,
o grupo foi conseguindo empurrar com a barriga os seus problemas financeiros sem
que ninguém se desse conta ao mesmo tempo que a sua situação se agravava. O Banco de Portugal, mais preocupado com os
elevados salários portugueses, e o BCE, que chegou a financiar o banco em mais
de 10 mil milhões de Euros, fecharam os olhos ao risco acumulado.
Finalmente, uma guerra familiar num outro grupo industrial do
papel e do cimento contagiou este grupo financeiro. Zangaram-se as comadres e descobriram-se as verdades.
6 comentários:
se os bancos se endividaram 'lá fora' não foi para emprestar aos clientes mas para realizar aplicações em benefício próprio.
Há quem por aí tenha defendido nos últimos anos a "inocência" dos bancos e dos banqueiros.
Até à exaustão e quase até à demência.
Era o conceito de classe que falava mais alto.Isso e mais alguma coisa
De
Talvez esta seja a história de uma crise II
http://economico.sapo.pt/noticias/e-se-a-proxima-crise-financeira-ja-estiver-a-caminho_197927.html
A notação BBB+ é a que corresponde ao respeito que Governos, empreendedores e sindicatod têm pelo capital gerado pela poupança.
Uns compensam impostos leoninos com livre criação de moeda, outros abrigam-se no 53º CdS e nos offshores e os sindicatos acham que mesmo da destruição alguém fará chegar o paraíso.
53 º DdS?
Muito elucidativo. Mais um exercício de ocultação de luzes...
O que sobra é a fuga de quem andou a defender os banqueiros e a banca da forma como o fez e que agora mais não tem que estes arremedos ao lado, enquanto porfia no combate directo e semeado de rancor a quem trabalha.
De
(Já agora, os BBB e os CCC mais as letras do alfabeto todo serão suficientes para esconder a "história de uma crise" e o santo nome do GES e do ricardo salgado?)
De
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