segunda-feira, 14 de julho de 2014
A submissão como desígnio
As direitas que representam classes dominantes de economias periféricas do sistema capitalista têm, contudo, um problema com a retórica nacionalista: em pequenos estados, submetidos à hegemonia de uma ou mais grandes potências, regionais e/ou mundiais, podem elas prescindir, ou até confrontar, a dominação económica e político-militar que essas potências, por conveniência própria, lhes impõem? (…) É da natureza das direitas de estados periféricos submeterem-se ao centro dessa periferia, poderem dizer-se partícipes dos grandes desígnios arquitetados no topo do mundo. Se o não fizessem, o seu projeto de sociedade não vingaria, dificilmente sobreviveria.
Manuel Loff, Deus, Pátria?, Autoridade, Público.
Duas ilustrações: (1) a forma como as direitas periféricas papagueiam os argumentos emanados dos grandes interesses económicos capitalistas no centro sobre as vantagens da negociação em curso, entre EUA e UE, para a criação de um Grande Mercado Transatlântico a golpes de harmonização regulatória por baixo, da mesma forma que papaguearam as vantagens de abdicações passadas de margem de manobra política nacional para gerir a integração, o que nos conduziu ao presente estado; (2) as reacções das direitas periféricas à mais recente proposta de reestruturação por iniciativa do país, invocando o suposto mau exemplo de uma nação rebelde, a Argentina, uma vez mais bem explicado por Mark Weisbrot no esquerda.net, ou esperando submissamente por almoços grátis no seu topo do mundo, algures entre Bruxelas e Berlim, a partir do momento em que reconhecem uma frincha de realidade: o que não pode ser pago, não será pago.
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9 comentários:
A ilusão da livre escolha entre Direita e Esquerda
The Establishment's Two-Party Scam
Texto de Chris Gupta: Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.
Dr. Stan Monteith: "De há muito, o principal problema da vida política americana tem sido tornar os dois partidos congressionais (o partido Republicano e o partido Democrata) mais nacionais. O argumento de que os dois partidos deviam representar políticas e ideias opostas, uma, talvez, de Direita e a outra de Esquerda, é uma ideia ridícula aceite apenas por teóricos e pensadores académicos. Pelo contrário, os dois partidos devem ser quase idênticos, de forma a convencer o povo americano de que nas eleições pode "correr com os canalhas", sem na realidade conduzir a qualquer mudança profunda ou abrangente na política."
George Wallace: É sobejamente reconhecido que as corporações internacionais contribuem com largas somas de dinheiro para ambos os partidos políticos, mas será possível que ambos os partidos sejam controlados essencialmente pelas mesmas pessoas? Teria George Wallace razão quando afirmou:
"... não existe diferença nenhuma entre Republicanos e Democratas."
"... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.' Este conceito é estranho àqueles que acreditam no sistema americano de dois-partidos, mas é exactamente assim que o nosso sistema político realmente funciona."
Arthur Selwyn Miller: um académico da Fundação Rockefeller. No seu livro «The Secret Constitution and the Need for Constitutional Change» [A Constituição Secreta e a Necessidade de uma Mudança Constitucional], que foi escrito para aqueles que partilhavam os segredos da nossa ordem social, escreveu:
"... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido (secreto)."
Sabemos que a troika nacional, que gosta de afundar mais rápido e vai além da externa, arrepia-se só com a ideia de restruturação da dívida.
A pior coisa que lhe podia acontecer era ficar sem o seu melhor instrumento para continuar a aplicação do seu programa de austeridade, e a reboque disso o saque e o ataque a tudo o que é público e que cheire a renda garantida, com a UE a aplaudir e a exigir.
O GMT é, exactamente, um desses "grandes desígnios arquitectados no topo do mundo" com que esta direita periférica patrioteira da treta conta para o desmantelamento do país.
Vou ser muito breve...
para tal vou evocar aquilo a que vou chamar o Paradoxo da Coca Cola.
O mais alto e mais conhecido símbolo do capitalismo è simultaneamente o mais consumido e mais prejudicial refrigerante de sempre.
Ironicamente há muito que a mensagem representativa de todo o sistema que conhecemos, de económico, social a político está implícito na filosofia da Coca Cola.
Sensação de Viver.
https://www.youtube.com/watch?v=HK8B-OPoudI
;)
A esquerda vive neste constante desespero:
1 - Não tem tomates para assumir a ditadura do proletariado ou o que quer que queiram chamar ao que sempre seria uma ditadura.
2 - Recusa-se a intervir no capitalismo por qualquer meio trabalhoso(co-gestão, cooperativo...).
3 - Grita a sua inconsequência quando se vitimiza pela eficácia conspirativa dos seus adversários.
4 - Enquanto chora baba e ranho, conforta-se em consumir quanto possa e, nos intervalos, desenha arrojados planos para um poder que em final não quer alcançar.
5 - Quando se acolhe ao nacionalismo, wntão desenha projectos que só os seus mais acérrimos adversários poedriam executar passando sobre o seu cadáver!
O ramalhete como jose compõe a esquerda é paradigmático.
Paradigmático das opções ideológicas de jose com toda a certeza. Paradigmático da confirmação que há quem lute pelo Capital para poder manter os privilégios da sua classe a todo o custo, com toda a certeza também
Hoje soubemos que "um quarto da riqueza de Portugal está nas mãos de 1% da população"
Ontem soubemos que jose encarava com naturalidade cúmplice o sucedido com o BES, com o ricardo salgado e com o cheiro tremendo que tudo aquilo levanta, afirmando que era a forma do mercado funcionar e de garantir o justo direito de retorno ao capital
O que resta ao jose já que está incapacitado de propagandear os futuros troikistas risonhos que a realidade teima em desmontar( a realidade é uma coisa tramada) e, quando tenta fazê-lo, os factos caem-lhe em cima como caíram os elogios que fez aos banqueiros e à sua "honra"?
Inventa um credo.
Parte da ditadura com que vê um governo de esquerda( logo ele,acérrimo defensor do néscio e pútrido salazar),passa pelas partes baixas da ditadura do proletariado,cria mitos delirantes como a recusa em intervir no capitalismo ( essa é de bradar aos céus.Será que ninguém disse ao josé que funcionamos no capitalismo e no capitalismo mais abjecto?) e canta hossanas à eficácia conspirativa dos seus correlegionários, desvendando de uma vez por todas que estes têm uma consciência antidemocrática ao estilo dos conspiradores tão bem demonstrada pelo Diogo.
Mas vai mais longe o jose, Com um tom crispado fala em "baba e ranho" ( a que propósito? Quem denuncia a governação duma classe sem escrúpulos não o faz.Quem defende ricardos salgados, relvas e coelhos é que se lastima nesse estilo em nome da manutenção das rendas e da exploração alheia).
Fala em consumo,"esquecendo" que a política dos que serve e defende tem criado desemprego, fome e deterioração do poder de compra de tal forma que mesmo os com emprego não escapam da miséria,Atira para canto replicando o aprendido com algumas sumidades do bas fond político sobre o"poder que não se quer alcançar" ( essa é curiosa.Então qual o motivo da inquietação do jose e a sua porfia em replicar aquilo que replica?Para quê tanto desassossego?).
E finalmente mostra que as elites portuguesas e os que as suportam têm da identidade nacional um conceito igual ao que tiveram os que se aliaram ao inimigo em 1383-85, e 1580-1640. Os mercados,o capital, os agiotas e os credores acima sempre de Portugal e dos portugueses.Camões tinha razão quando os acusava de fraca gente.
Este é o credo.Um credo com um fundo crispado é certo. Infelizmente um credo , que como a maioria dos credos não tem qualquer suporte válido para além do desvelo ideológico de jose.
Adiante. Mais uma vez um bom post de João Rodrigues, mais uma vez alguns bons comentários a propósito.
De
Por pudor, e porque quero uma esquerda respeitável, não inclui na caracterização da esquerda aquela sua parte de que DE é um arquétipo:
a) má-língua
b) caluniadora
c) fundada em ódios
d) reescrevendo a História a gosto para fazer do patriotismo um qualquer panfleto de circunstância
Na mouche, De.
O credo continua.
O ódio de jose espelha-se bem e está registado, Não só no que à esquerda diz respeito, mas em relação aos funcinoários públicos, aos sindicalistas, a todos os que ousam questionar a via de sentido único de jose.
Não é preciso citar os "nacos" em que jose espraia a sua posição sobre tais factos. O seu registo pode ser pesquisado até aqui no Ladrões, embora os bocados mais incríveis residam em blogs das elites que nos governam, onde pontificam os zé maneis,os poiares, os cunhas e as helenas
Regista-se apenas a incomodidade de alguém que, afecto aos mercados e aos grandes interesses financeiros, fica crispado quando se denuncia que o seu amor pelo lucro e pelo capital ultrapassa quer o conceito de digndade humana quer o da soberania nacinoal.Os vivas a merkel e à troika comprovam o caminhar do jose em entido paralelo aos dos vasconcelos de antanho
Entretanto continua a registar-se que o cheiro que prepassa no caso BES ( era o o mercado a funcionar e nada se passava, o Ricardo era apenas um banqueiro que procurava o retorno do seu investimento, assim falava jose) está a espalhar-se como fogo em pradaria seca.
Registemos este excerto de Pena Preta:
"O 1º Ministro tem repetido que o governo não vai entrar com dinheiro publico no BES .
Por sua vez o irrevogável ministro dos submarinos confessa pela primeira vez que os portugueses já pagaram de mais por "erros ! " do sistema financeiro procurando com esta afirmação dar a ideia que não mais acontecerá .
Ora o sistema financeiro ainda há pouco recebeu deste governo mais uma prebenda a dos créditos fiscais contabilizado no Orçamento engrossando o défice e a dívida e será uma prebenda de alguns milhões paga pelos contribuintes.
Continuam a ser concedidos suculentos benefícios fiscais à custa do Orçamento e a Caixa tem entrado em operações de financiamento aumentando a sua exposição a créditos duvidosos ...
Dos contribuintes tem também vindo o dinheiro para pagar os lautos juros que a banca recebe ao investir em dívida pública ; os custos do dinheiro da troika ,os 78 mil milhões que custam milhões em juros ; os milhões para pagar os Swaps e os milhões para pagar as trafulhices no BCP, no BPN , BPP, no BANIF ... Os tais " erros ! " que fala pudicamente o irrevogável P. Portas"
De.
Errata:
"perpassa" e não "prepassa"
De
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