segunda-feira, 11 de abril de 2022

Os nomes das coisas


“O nome disto é cortes de salários e pensões”, diz Vítor Dias e bem.

Realmente, o outro nome é queda do poder de compra dos salários dos trabalhadores do setor público e das pensões para contagiar as negociações e as imposições do setor privado.

Um nome alternativo, dada a evolução positiva da produtividade, é uma redistribuição regressiva do rendimento nacional: no que depender do governo, o peso dos rendimentos salariais diminui e o peso dos rendimentos do capital aumenta.

A inflação controla-se na fonte no curto prazo, ou seja, controlando preço e margens em setores naturalmente monopolistas; no médio e longo, em termos de resultados, investindo desde já e cada vez mais na transição energética e controlando publicamente o essencial desta fileira estratégica.

8 comentários:

Anónimo disse...

Governo vê como desejável a perda de poder de compra, aumentar salários e pensões faz mal à economia.

Anónimo disse...

Partido Socialista

Anónimo disse...

Portugal "alinhado" com novas sanções ao petróleo russo" disse João Gomes Cravinho.
https://www.tsf.pt/portugal/politica/este-nao-e-o-fim-da-historia-portugal-esta-alinhado-com-sancoes-ao-petroleo-russo-14762310.html
Portugal até pode importar uma pequena quantidade de petróleo russo, mas a sua escassez, na Europa, irá fazer com que atinja para preços exorbitantes.
Porém:
"Países da União Europeia não têm consenso sobre bloqueio das importações de petróleo russo".
https://www.brasil247.com/mundo/paises-da-uniao-europeia-nao-tem-consenso-sobre-bloqueio-das-importacoes-de-petroleo-russo .
Mas Portugal está logo na linha da frente|

Francisco disse...

O João Rodrigues está com uns ideais muito subversivos. A continuar assim, nem com toda a meritocracia do mundo, lhe vou poder assegurar o conforto da benção matriarcal dessa mãe de todos nós, que dá pelo nome de Europa.

Mozgovoy disse...

Caro Anónimo das 20:32:
Portugal está sempre na linha da frente: no Iraque ou na Líbia, na Síria ou na Sérvia, no Afeganistão ou na Ucrânia, a elite política portuguesa mostra a sua antiquíssima e inesgotável bravura a tecer calhordices inconsequentes e a mandar bocas (mas de longe, bem de longe do sítio onde se morre aos milhares).
Nesse ponto, a "esquerda" e a direita do Centrão (mais os idiotas úteis do Império do Bloco dito de Esquerda) mostram uma admirável constância e consonância nos actos de canina vassalagem imperial: se Durão e Portas foram os "cheerleaders" de uma guerra infame que exterminou um milhão de iraquianos, atrás deles não ficam inenarráveis figuras como as de João Soares e Ana Gomes no efusivo aplaudir de um assassino cleptocrata como Volodymir Zelensky mais a sua pandilha de esquadrões da morte neonazis.
Quanto ao Bloco dito de Esquerda, esse não entendeu nada e ainda muito menos aprendeu o que quer que fosse: depois de ter apoiado com todas as forças o bombardeio da Líbia até à Idade da Pedra como se de um acto de democrática libertação se tratasse, a sandice não ficou aquém de vir a sapientíssima Mariana Mortágua magistralmente desvendar, Urbi et Orbi, o como se havia de esfolar esse ingénuo e indefeso coelhinho que é Vladimir Vladimirovich Putin ao cortar-lhe as "fontes de financiamento", fontes essas que, estou certo, a engenhosa maninha Mortágua há-de conhecer como a palma das suas mãos. Bem vistas as coisas, a Federação Russa e as suas complexidades, próprias de um país que é o maior do mundo, tem onze fusos horários e 169 grupos etnolinguísticos, não será coisa mais difícil de compreender do que o difícil que foi levar a bom porto a complexíssima administração do colossal Município de Salvaterra de Magos neste imenso país que é Portugal.

Anónimo disse...

Partilho das críticas ao BE.
Ajudam a acentuar o tamanho dos tomates do PCP em não vergar à pressão unanimista de glorificar o nazismo ucraniano e seus líderes.

Francisco disse...

Eu não queria - juro, com absoluta sinceridade que não queria, estar de acordo com Mozgovoy em relação ao posicionamento tão errático e inconveniente do BE, sobretudo nas questões relativas à política externa. Não sei se será um certo complexo de esquerda-caviar que emerge, mas de facto a preocupação de, no limite, se mostrar que também somos cosmopolitas, que seremos sempre contra essa ortodoxia anquilosada, somos europeístas e (como disse a presidenciável Matias) social-democratas; além disso temos um ar mundano e até fomos à escola.
E o que me dói, é que por baixo desta clique e destes tiques, haverá gente tão decente, tão cheia de boa-vontade e desejo de mudança, que será uma pena, vê-los convertidos em abstencionistas militantes ou qualquer coisa do mesmo género. De qualquer modo e para já, é preciso é não perder a fé. Melhores dias virão.

Mozgovoy disse...

Caro Francisco:
Lamento - com absoluta sinceridade o lamento - ter-lhe causado a inconveniência de comigo ter de concordar. Gostaria muito - sem inconveniência nenhuma - de consigo concordar na manutenção e perseverança de uma fé que eu, devo dizer-lhe, nunca tive.
Quando me explicarem qual é a ideologia (quanto à "praxis" nem falemos...) de um Bloco dito de Esquerda composto por gente vinda de um grupelho trotskista (por que será que a "alma mater" de todos os "neocons" deste mundo foi um juvenil ou recém adulto Trotskismo?) que se juntou aos (fake) estalinistas da UDP e polvilhou a coisa com uns pozinhos de dissidência (dita) anti-estalinista vinda do PCP, eu partilharei da sua fé.
Quando vejo e oiço aqueles que abandonam o plenário da Assembleia da República quando aí é recebido o Presidente da República de Angola (um cleptocrata, dizem eles) aguentarem gostosamente - e com isso endossarem os seus crimes - as atoardas criminosas de Volodimyr Zelensky (um cleptocrata, um criminoso de guerra e um "compagnon de route" de neonazis, afirmo eu), penso que todo o debate acerca daquilo que é e acerca daquilo que defende o Bloco dito de Esquerda é chover na evidência encharcada de uma gente cujo aparecimento, cuja sobrevivência e cuja acção foram, são e serão ditadas por aqueles a quem toda a gente verdadeira e consequentemente de esquerda intransigentemente se opõe.
Saudações cordiais, caro Francisco.