segunda-feira, 2 de julho de 2018

Não há alternativa


O The Guardian apoda o vencedor das eleições presidenciais mexicanas, André Manuel López Obrador, de “nacionalista de esquerda”. O que é crítica para uns, é elogio para outros: lá como cá, as questões nacional e social não podem nunca deixar de ser concretamente articuladas; cá como lá, é preciso reconquistar margem de manobra para políticas nacionais de desenvolvimento, o que passa no mínimo por renegociar os acordos de comércio dito livre. A esquerda que pode ganhar é a que quer aprender a falar a língua nacional-popular.

Apesar de todos os obstáculos colocados numa sociedade brutalmente desigual e violenta, demasiado próxima dos EUA, com um Estado fragilizado pela corrupção ou pelos efeitos da NAFTA, e de alguns compromissos duvidosos com forças sociais e políticas duvidosas, a sua eleição à terceira tentativa é uma excelente notícia para as classes subalternas mexicanas, surgindo ainda para mais num contexto geral, latino-americano, de recuo das forças da esquerda nacional-popular. Esta esquerda pode também recuar, mas é a única que pode avançar de novo.

Num artigo informativo no Le Monde diplomatique do mês passado, René Lambert resumia o dificílimo estado mexicano de coisas, usando uma fórmula de aplicação mais geral perante o poder por conquistar: “a tentação da esperança”. Não há alternativa a essa tentação.

6 comentários:

S.T. disse...

A ler toda a série de tweets:

https://twitter.com/LDDC_info/status/1013889270568902658

S.T.

Anónimo disse...

Gosto dessa:

"A tentação da esperança"

Não há mesmo alternativa a tal tentação. E só isso basta para colocar todos os do cimo da pirâmide a planearem os seus jogos de guerra imundos e sinistros

Pedro disse...

Pois.

Vamos ver é se não dá o buraco que deu na Venezuela e no Brasil.

Jose disse...

'falar a língua nacional-popular'

Quando a língua é adjectivada que não pela verdade, dá treta.

Anónimo disse...

Os termos nacional e popular fazem uma azia tramada a alguns

A adjectivação pela verdade ( ou pela não verdade) é aquilo que se chama uma treta perfeita

Mas são preciso estas tretas para que alguns façam o seu papel. Assumirem-se como vende-pátrias vulgares pode causar azia entre a família

Anónimo disse...

O pior ?
O pior ê a trampa do México continuar cono está
Estes colaboracionistas de trump, perdão da trampa