segunda-feira, 6 de abril de 2015

A enésima lição


Segundo o Financial Times, “responsáveis frustrados [da Zona Euro] querem que o Syriza exclua a extrema-esquerda”, insistindo numa coligação com o To Potami, um partido dito europeísta, de centro-centro-nada, daqueles partidos inofensivos para os chantagistas e para as suas instituições europeias. É todo um programa, o mesmo programa, de ingerência anti-democrática. É que dividindo o Syriza, excluindo mais de um terço do comité central, o peso de uma plataforma de esquerda em crescimento, matar-se-iam vários coelhos com uma cajadada: saindo Panagiotis Lafazanis, o líder da plataforma, que detém a pasta, entre outras, da energia, é toda uma linha vermelha anti-privatização num sector apetitoso que poderia ser mais facilmente apagada; sem a ala esquerda, o indispensável plano B ficaria ainda mais distante e o governo grego ainda mais vulnerável. A natureza do ataque e das instituições que o conduzem é clara. É a enésima lição. Por todas as periferias, já só não aprende quem não quer.

14 comentários:

Jose disse...

Sobre privatizações:
O que tem de extraordinário que os credores queiram adquirir os bens do falido?
Por definição, o falido não tem mais nada com que pagar aos credores, se assim não fosse pagava a uns com o cr+edito de outros.
Mas as falsas virgens sempre dizem que não se passou nada e que o que há a fazer é continuar tudo como dantes, com flores de larangeira e música.

Anónimo disse...

Um excelente post - "Já só não aprende quem não quer"

O que torna doloroso ,ainda mais doloroso o comentário dum tal "jose" no seu papel de apologista dos "credores"e dos agiotas

Quem assim se assume ,assume o outro lado das águas, assumido ao longo da história pelas forças mais negras e mais obscurantistas da raça humana.

Porque há qualquer coisa que se torna quase obscena nesta defesa a todo o custo dos ditos "credores". Rasurando a história, apagando desta forma maniqueísta,mas sobretudo desonesta, o trajecto dos tais credores e dos tais devedores, o percurso da dívida e o percurso do saque, este fulano assume-se apologista das privatizações como produto a pilhar.

Por pesporrência ideológica ou por partilha do pote e do prémio, por assumido germanismo (passado e actual) ou por negócios escuros e pouco claros, há quem defenda a venda dos bens, que são públicos, aos demais.Há também quem o faça pelo conjunto destes motivos.Não sabemos se jose está num destes "lotes" nem nos interessa. Mas a posição que defende assenta nas mesmas bases donde saíram os miguéis de vasconcelos de antanho ou dos cobradores de impostos medievos,com todo o cotejo de iniquidades e de crimes que os acompanhou e acompanha.

Já nem importa aqui falar na dívida ilegítima-odiosa. Importa sim agora sublinhar que há quem defenda o lado dos abutres desta forma despudorada e sem vergonha.

Nem o assumir-se como falsa virgem serve de desculpa.Porque quem diz que não se passou nada é precisamente quem apaga da História a rota neoliberal extremista. É quem queira tudo fazer para continuar e acentuar o rumo da exploração mais desenfreada.

Nem a música nem as flores de laranjeira permitem ocultar tal extremismo.

(A "larangeira" é apenas o outro lado da ignorância também nos domínios da escrita)

De

José Fontes disse...

O imbecil José continua com as suas imbecilidades.
Enquanto o Passos lhe pagar a avença para aqui estar a vigiar, estará.
Triste cachorro que nem consegue ver a não menos triste figura que faz.

Jose disse...

A cambada de idiotas que sucedeu ao meu post nem o estatuto de 'virgens' merecem.
São simples eco do mais reducionista, seguidista e baboso «discurso de esquerda».
Bem mereceriam que o dinheiro que lhes cai na conta bancária fosse aplicado na dívida grega e que ficassem a berrar que alguém, que não óbviamente os gregos, lho pagassem.
Portugal tem por lá uns mil milhões que segundo tais treteiros bem podiam ser esquecidos até às calendas gregas.

Anónimo disse...

Jose

antes de mais deixa-me dizer-te que além de seres ignorante em ciências económicas e sociais devias aprender a escrever "laranjeira"
Vender bens em sectores protegidos por tuta e meia prescindindo de dividendos e controlo sobre sectores estratégios só é bom negócio para os Joses vendilhões da pátria

Anónimo disse...

Jose
das duas uma...ou és um imbecil ou um traidor
qual escolhes ?
também podes acumular, é verdade...
afinal para ti sempre existe uma terceira via
estás a ficar incoerente :-)

Anónimo disse...

Lastima-se mas o perfil da conversa está a descambar para um que se é da conta-corrente de jose, não o é da parte de outros.

Por isso não só se reafirma serenamente tudo o dito sobre as posições de quem defende desta forma os agiotas, como se equaciona com perplexidade ( ou talvez não) os qualificativos utilizados por jose na sua forma de argumentar.

Não indo por tais caminhos, porque são caminhos próprios de,serenamente me interrogo perante expressões do género " o dinheiro que lhes cai na conta bancária"

Há quem viva de rendas. Há quem viva da exploração da mão de obra barata.Há quem comercialize cadáveres e quem mercadeje com a morte.Não consta que os processos utilizados por uns sejam partilhados pela imensa maioria.
Mas que é elucidativo tal tipo de raciocínio,disso não há qualquer dúvida

De

Anónimo disse...

O choro de jose perante os mil milhões de euros esconde a outra realidade factual. É que esta estória está mal contada.Tanto que jose aposta pura e simplesmente nos agiotas e na sua forma de fazer as continhas. Continhas que não fazem esquecer as posições da extrema direita no que diz respeito ao seu apoio ao saque do país (privatizações uber alles). Ou o rombo das contas públicas que os bancos laranja, swaps PPP e juros fazem.

As perguntas surgem em catadupa, perante esta pieguice de jose com o dinheiro na Grécia. Porque não se regista o mesmo choro perante os muitos milhares de milhões de euros saqueados dos ordenados e das reformas? Dezenas de milhares de milhões de euros foram sacados aos trabalhadores e ao povo português, através dos “negócios” BPN, BPP, BES/GES, swaps, PPP e dos processos de privatizações. As transferências de rendimentos do trabalho para o capital somam milhares de milhões de euros por ano ...

O silencio, a cumplicidade e a camuflagem.O silêncio perante o verdadeiro saque , a cumplicidade perante tal saque, a camuflagem do mesmo saque.

Thomas Hobbes (1588-1679) dizia que "não há dever para um soberano que não tem o poder de proteger o seu povo."

No século XVI...
Hoje a extrema-direita passando por um estágio em que papava missas e papagueava o pobre Camões enquanto elevava as mãos na saudação típica, apela ao que apela, pensa em alemão e promove a ruína do país e a miséria dos que trabalham.

De

Jose disse...

Um,já fez contas, capitalizou dividendos, actualizou projecções de longo prazo e concluiu, com brilho, que são por tuta e meia vendas que nem começaram a ser negociadas. Um génio injustamente mantido no anonimato!
O segundo, mais modesto, insulta o mensageiro e diz que lutou por uma ideia que não teve.

Anónimo disse...

É esta a democracia da Eurocracia de Bruxelas. A chantagem , o monolitismo político e o autoritarismo. A Eurocracia ,a Alemanha e o FMI esquecem-se que o actual Governo grego é um Governo legítimo e não um Governo "fantoche" como aqules que são impostos em muitas zonas do Mundo pelas potências dominantes, dos quais se poderia dar vários exemplos

Anónimo disse...

Só falta os responsáveis frustrados (zona euro) dizerem ao eleitorado grego (ou de qualquer outro país)em que partido deve votar.
E diz a UE que só aceita no seu seio estados democráticos...

Anónimo disse...

Alguém diz num esforçado esforço para justificar o injustificável, em que se mistura o propósito um pouco idiota de nos fazer passar por tontinhos:

"fez contas, capitalizou dividendos, actualizou projecções de longo prazo e concluiu, com brilho, que são por tuta e meia vendas que nem começaram a ser negociadas. "

Esta é a cantiga do mensageiro de portas e de pires de lima, de cavaco ou do catroga do passos ou do ricardo salgado? Sublinhe-se que quem assume o papel de "mensageiro" o faz de acordo com a sua própria vontade ou de acordo com outros interesses que agora não interessam. Mas é um processo que não tem nada nem de ingénuo nem de inócuo.Não vingam assim nem pieguices nem hipocrisias desculpabilizadoras para ver se a mensagem passa por entre os pingos do "serviço" dos homens do serviço.

A realidade:

"Os países dependentes ficam despojados do seu excedente, pelas privatizações, pelos juros, pela livre transferência de capitais, pelo domínio das transnacionais. O controlo do comércio, a regulação financeira, os contratos públicos, até os OE estão já sob o domínio das burocracias de Bruxelas e de Frankfurt. A vontade popular é sucessivamente rejeitada – caso dos referendos sobre tratados europeus – ou iludida por políticos ao serviço dos oligarcas.
O funcionamento da UE reflete os interesses das oligarquias dos diversos países e suas clientelas com vistas à acrescida exploração dos trabalhadores. Nos países dependentes a oligarquia caracteriza-se por perder as referências nacionais (veja-se onde têm as sedes os seus grupos económicos e onde colocam os lucros). Tornam-se "correias de transmissão" dos centros imperialistas para conservar um certo domínio político e económico no país e partilhar os seus recursos. Uma "correia de transmissão" sem a qual a acção externa seria ineficaz ou não rentável. Os governos ao seu serviço falam então em "ganhar a confiança dos mercados". Como se as oligarquias não se estabelecessem na antítese do teoricamente livre mercado liberal".

"As privatizações permitem aos monopólios obter um sobrelucro garantido politicamente – não pelo mercado! – para contrariar a baixa tendencial da taxa de lucro, acentuada pela crise. O risco capitalista do grande capital é desta forma transferido para as MPME e para os contribuintes, em última análise para o povo. "
Excertos dum texto de Daniel Vaz de Carvalho
http://resistir.info/v_carvalho/ue_modelo.html

De

Anónimo disse...

O que os dados sobre as estatisticas do desemprego em Portugal não contam é que os valores da emigração são identicos aos da decada de sessenta ,no regime salazarista.Nessa altura a emigração tinha como causa escapar à guerra e á pobreza.Hoje a emigração é para escapar ao desemprego e consequentemente à pobreza, que aumenta de forma exponencial em Portugal.

Anónimo disse...

O comentário anterior de 8 de Abril às 12.37 está fora do contexto deste Post tendo sido colcado nele por lapso. Era para ser colocado no Post:"A Caixa do Texto do FMI Dedicada a João Miguel Tavares."