terça-feira, 28 de abril de 2009

Debater a crise


A propósito do lançamento do livro "A crise, e Agora?" de Jacques Attali, o João Rodrigues explica a presente crise num debate moderado por Helena Garrido que contará também com a presença do economista Miguel Rocha de Sousa. Na Bulhosa de Entrecampos (Lisboa) às 18:30. Um final de tarde certamente bem passado.

13 comentários:

CS disse...

Só mais um fracasso das previsões mises-hayek! http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/04/espanha-e-as-fracassadas-previsoes-do.html

joaozinho disse...

Alguém me é capaz de explicar do que se trata esta crise?
É um buraco financeiro em que quem tinha dinheiro empenhado na bolsa o está a ver ir pelo cano porque afinal "aquilo" nao valia coisa nenhuma?
Em que é que isto me afecta? Não será isto uma oportunidade para tentar dar transparência a esse "mundo financeiro", em que há quem faça fortunas sem trabalhar e tão só a "jogar na bolsa"?
A economia tem de estar do lado de quem a cria (os trabalhadores) e não de meia-dúzia de patifes com nomes pomposos (empresários, investidores, business-angels, patrocinadores, abutres....)

crise? disse...

se forem sensatos , adaptem-se à crise , porque o que está , é o que irá ficar. e até teve pontos positivos : sem crise jamais saberiamos de bpp , madoffs e vermes assim ; e calar a boca aos rebentos com coisas também acabou , toca de gastar tempo , que dinheiro não há. Toda uma mudança societal pode advir deste último ponto...

Tempo é dinheiro , acabou ; agora é : dinheiro é tempo.

Anónimo disse...

O joãozinho... se não houvessem os empresários, investidores, business-angles e afins que voçê chama de abutres voçê ainda andava a cavar batatas. Sem empresários com ideias, iniciativa e capital não há crescimento económico. É certo que há alguns que são mesmo abutres, mas não deixe umas maçãs podres arruinarem o lote. A não ser que prefira uma economia estilo soviético ou á la cubana em que os abutres existem na mesma, e ainda por cima protegidos pela burocracia e lei do Estado.

Carlos

L. Rodrigues disse...

"em que os abutres existem na mesma, e ainda por cima protegidos pela burocracia e lei do Estado."

Gostava que me apontasse uma democracia ocidental em que isso não seja exactamente assim. Desde as leis de "propriedade intelectual" à subcontratação de exércitos privados, às petrolíferas subsidiadas, é um forrobodó de abutres protegidos pelas leis e burocracias das nossas "democracias liberais".

Carlos Vale disse...

O Carlos levou e bem do L. Rodrigues. Nem digo que foram poucas, porque: Quem com ferros mata com ferros...Não aprendeu nada com o que está a acontecer.
Coitado...
Carlos Vale

Anónimo disse...

Mas eu concordo consigo nesse aspecto. Há por aí muita promiscuidade e muitos favores trocados entre políticos/Estado e as grandes corporações. Uma espécie de fascismo "soft". mas, então qual o modelo que propõe como solução? Acabar com o intervencionismo das "democracias liberais", ou por outro lado, nacionalizar as empresas ditas estratégicas? Devo dizer-lhe que a última solução parece-me perigosa precisamente porque não consigo perceber bem quais seriam os critérios que definem uma empresa ou sector como estratégico.

Carlos

Anónimo disse...

Eu sinceramente não percebo. Falam todos mal dos políticos e dos interesses que eles defendem. Depois vêm dizer que o Estado tem que por uma trela nos "porcos capitalistas" e intervir mais na economia. Então mas quem é que define a politica estatal? Não são os mesmo políticos que vão para a cama com os grandes empresários? Convido-vos a ver este vídeo e a tirarem as vossas conclusões sobre o papel do poder politico e dos bancos centrais na crise:

http://www.youtube.com/watch?v=U50T7GwLbrk


Carlos

L. Rodrigues disse...

Limito-me a constatar que é assim e que, por isso, se o estado acaba sempre por ter um papel de redistribuição de poder e riqueza,
é uma questão de definir em que direcção essa redistribuição se faz.

Quanto ao nivel de intervenção do estado, aqui há uns tempos li num bloque qualquer (estrangeiro) a seguinte proposta:

Um sistema gradual. Desde impostos e regulações mínimas para empresas minimas, até ao controlo público (não necessariamente nacional) de actividades para as quais não há concorrência. Os chamados monopólios naturais.

Quanto mais pequena mais liberdade, quanto maior, mais responsabilidade. Assim em traços largos, parece-me boa ideia.

Num sistema assim, a Apple teria continuado a ser uma possibilidade, mas o monopólio virtual da Microsoft, talvez não, para dar um exemplo politicamente menos carregado.

Anónimo disse...

Eu até simpatizo com essa abordagem. Em particular nos monopólios naturais como bem disse. Mas aqui há uns tempos tivemos um exemplo de um empresário que pretendia construir uma refinaria concorrente da Galp e o Governo impediu a concretização sob o pretexto de razões ambientais, se bem me lembro. Será que a quota do Estado na Galp teve alguma coisa a ver com isto??

Carlos

L. Rodrigues disse...

Não sei. Uma aposta estratégica na produção de mais CO2 não me parece boa ideia.

Na verdade, na questão particular da energia acho que devia haver uma pulverização liberalização radical da produção, promovendo micro solar, eólica etc, dentro de parametros ambientais sustentáveis, e o investimento público deveria ir para infraestruturas de armazenamento e redistriibuição da capacidade instalada.

Quanto a mim faz sentido um operador público, estratégico que faça a gestão das macro estruturas,
mas com a promoção da autonomia e da eficiência de cada prédio ou empresa, talvez se salvassem rios selvagens como o Sabor.

O petróleo, carvão e derivados, era de extinguir o mais depressa e gradualmente possivel como fontes de energia.

L. Rodrigues disse...

Já agora, e respondendo mais concretamente: tenho muitas reservas quanto à consciência ambiental do ex-ministro do ambiente que agora nos governa.
Mas não me parece que a fatia de lucro reservado ao estado fosse o principal motivador. Nunca foi critério dos nossos governos recentes preservar na esfera pública as actividades mais lucrativas.

Anónimo disse...

A Galp pode ser privada agora, mas o Estado continua a ter uma quota significativa, e os dividendos decorrentes.

Em relação á questão da energia em particular:

O problema é que não dependemos do carvão e petróleo apenas para a produção de electricidade. Por exemplo, o aço usado nos na produção de aerogeradores depende do petróleo ou carvão. E há muito mais exemplos.

Existe muito bom material sobre esta temática e muitas outras em sites como www.chrismartenson.com e http://www.financialsense.com/fsn/main.html

Carlos