quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Vivemos num regime socialista, dizem eles

Quando ouvirem dizer que vivemos num regime socialista, que o Estado tem um peso excessivo em Portugal e que é por isso que o país não avança, mostrem-lhes este gráfico e expliquem-lhes três coisas:

1º) o valor das receitas do Estado em percentagem do PIB em Portugal é menor do que a média da UE;

 2º) metade dos países da UE têm um Estado que gere uma parcela maior dos recursos disponíveis do que o português;

3º) a julgar pelo nível de vida desses países, se isso é viver em socialismo, talvez não seja uma ideia assim tão má.

PS: e se eles insistirem em falar da Irlanda, mandem-nos ler o que a OCDE diz sobre isso aqui.

23 comentários:

Jose disse...

Menos do que saber quanto gere ou quanto saca, a questão é saber o que sabe fazer com esses recursos.

Temos um Estado colonizado por uma boyada incompetente e corrupta, e esse é o ponto mais difícil de remediar. O mais imediato é cortar-lhes à ração.

Anónimo disse...

Mais uma vez um post acutilante Em nem meia dúzia de parágrafos

João Pimentel Ferreira disse...

Presumo que Ricardo Paes Mamede acredite no princípio constitucional da progressividade do IRS. Ora se o IRS é progressivo, isto é, quem ganha mais paga mais, em percentagem dos seus rendimentos ao estado, o mesmo princípio aplica-se aos estados. Todos os países, à exceção da Grécia, com maiores receitas fiscais em percentagem do PIB em relação a Portugal, têm PIBs per capita muito superiores ao nosso. Claro que não me importaria de pagar 50% de impostos ao estado se fosse um dinamarquês, mas para os rendimentos em Portugal, a nossa carga fiscal é claramente excessiva. E interessa saber ainda, de acordo com o princípio da causalidade, o que é que causa o quê. Espera o autor que aumentando a nossa carga fiscal para os níveis da Dinamarca, o nosso PIB per capita atinga o da Dinamarca? Obviamente que não!

João Pimentel Ferreira disse...

Pessoalmente como europeísta federalista também nunca acreditei na quimera da "convergência", não porque não a quisesse, mas porque sei que é uma impossibilidade em economias de mercado livre que têm em conta as particularidades de cada indivíduo ou região. Ademais, nós podemos crescer e ficar mais ricos, mas os outros também crescem. Porque motivo devemos ter todos a mesma riqueza? Da mesma forma que o PIB per capita do Alentejo ou da Ragião Norte do país é apenas 65% do PIB per capita da AMLisboa. Mutatis mutandis para os diferentes estados nos EUA. As assimetrias entre o Alentejo ou a região norte e a AML, ou entre o litoral e o interior, são da mesma ordem de grandeza daquelas existentes entre os estados membros da UE, por exemplo o PIB per capita de Portugal é cerca de metade do da França.

João Pimentel Ferreira disse...

"O erro está em confundir carga fiscal com esforço fiscal. O facto de os alemães pagarem mais impostos não quer dizer que se esforcem mais por pagá-los. Imagine o leitor que em 2018 os seus rendimentos brutos duplicam. Devido à natureza progressiva do IRS, vai passar a pagar uma taxa média de IRS bastante mais elevada; ou seja, a sua carga fiscal aumentou. Como é fácil de perceber, isso não implica que seja mais difícil pagar do que quando os seus rendimentos eram metade, pelo contrário.

Este conceito de esforço fiscal é mais difícil de precisar e não há uma definição que seja usada generalizadamente para se fazerem comparações internacionais, mas a ideia-chave é que a carga fiscal de cada país tem de ser ponderada pelo seu nível de vida. De nada adianta dizer que os alemães têm uma carga fiscal 14% acima da nossa se não acrescentarmos também que o seu nível de vida é muito superior (por exemplo, que o seu PIB per capita, depois de corrigido para as diferenças de preços, é 57% mais elevado).

No gráfico seguinte, tomando Portugal como base de comparação e calculando o esforço fiscal da forma sugerida pelo parágrafo anterior (ou seja, dividindo a carga fiscal pelo PIB per capita de cada país corrigido para os poderes de compra), podemos ver que o esforço fiscal dos portugueses é o sétimo mais elevado da União Europeia."

Ver o gráfico:
https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2018/04/25062426/imagem3.png

Ide levar no déficite ide disse...

e em média de onde vem o imposto? em portugal é das famílias as empresas pagam pouco, de resto o iva nos cafés e restaurantes é menor do que na média da união europeia e muitas outras diferenças haverá a começar pelos combustíveis e energia

Anónimo disse...

basta ver o exemplo español De todos los tipos de IVA, es el más utilizado. Se aplica por defecto a la mayoría de productos o servicios. Desde el año 2015, el IVA general en España es del 21%.

IVA Reducido
Se aplica en hostelería, viviendas, gafas graduadas, productos sanitarios, agua, materiales empleados en actividades agrícolas, forestales o ganaderas o servicios de limpieza en vías públicas. El IVA reducido en España es del 10%.

IVA Superreducido
Se aplica en productos de primera necesidad como: alimentos básicos, medicamentos, prótesis, viviendas de protección oficial, libros, revistas o periódicos. El IVA superreducido en España es del 4%

Dai estarmos tão pobrezinhos disse...

GDP is not an indicator of a country’s material well-being
What further complicates the understanding of the Irish case

estevesayres disse...

Passei, só para recordar, que não existe nenhum País no mundo Socialista , nem tão puco Comunistas, existe isso sim,; governos e partidos, como no caso do PCC,PCP revisionistas, social-fascistas e social-imperialistas (como no caso da China).

Era bom que estudassem um pouco mais, as áreas da ciência politica e relações internacionais ( os académicos Portugueses nunca se preocuparam com isso, nem nunca, li , nenhuma tese sobre estas temáticas): A burguesia e apequena burguesia em particular gosta de dizer estas coisas, mas nunca as quer discutir!

Por esse motivo é que não existe esquerda na Assembleia da República ( nunca existiu), mas sim; Social-fascistas, direita e extrema-direita.
Porque os verdadeiros homens e mulher de esquerda, anti-fascistas e anti-social-fascistas não são eleitos. Porque a burguesia estalado no poder politico, controla a comunicação social, e não só. Não sei se vão publicar se o fizerem , considero um blogue democrático e patriota, se não o fizerem, ficam desde já rotulados de social-fascistas.... Até sempre!

João Pimentel Ferreira disse...

Pode-se saber, com o devido respeito, porque não publicam o meu comentário?

Anónimo disse...

A propósito duma espécie de comentário de um tal Jose:
-O vocabulário deste patronato está ao nível bem rasteiro da sua qualificação educativa e formativa. Também cognitiva?
- Um estado colonizado pela direita caceteira ou pelo bloco central de interesses. Já era assim no Fascismo

João Pimentel Ferreira disse...

Coloquei três comentários aqui muito bem estruturados e sem qualquer ofensa e foram todos censurados. Pelo contrário há aqui um tipo que ofende toda gente e passa no lápis azul.

Antonio Miguel Ferreira disse...

Interessante, mas O PIB não é garantia de qualidade na aferição do nível da mesma, apesar de ainda ser o standard. Do link da OCDE: "relocation of such
activities within MNEs may have a significant impact on the levels and the growth rates of GDP.
Although it represents a certain economic reality, it goes without saying that it makes it much harder
to interpret economic developments appropriately. It also makes it much more important not to
derive incorrect conclusions from the developments of GDP. One cannot put developments on
(material) well-being on a par with economic growth. For this purpose, one should rely on other
indicators from the system of national accounts and look at broader measures of well-being."

João Pimentel Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Muito bem estruturados?

Os posts de multinick pimentel Ferreira?

O tal que jurava a pés juntos que este blog era isto e aquilo e que jurava pela sua saúde que nunca mais retornaria aqui?

Aquele que dizia que o supra-sumo da luta contra o desemprego tinha sido aquele traste do passos?

Aquele que dizia que o campeão do combate à poluição tinha sido aquele mesmo traste do passos?

Vem agora choramingar por posts muito bem estruturados?

Aquilo?

Mas este tipo tem a noção do ridículo?

JE disse...

Um excelente post de Ricardo Paes Mamede motivou 9 ( nove) "comentários" de joão pimentel ferreira. Com o seu próprio nome ou sob outros nicks

É obra.

Ficou incomodado.

E sabe que estes posts são mais lidos que o lixo que debita nas caixas de comentários avulsas

JE disse...

Deixemos para lá o choradinho de quem se queixa sobre censuras inexistentes a posts "muito bem estruturados"

(Este é o mesmo tipo que se sujeitou ao ridículo de tentar passar como leitor muito bem estruturado" de um livro que nunca leu, desta forma tão hilariante como desonesta

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=4018985866499281301&postID=1448305985959873559

Deixemos para lá o choradinho de quem se lastima pelo tempo despendido a escrever estas tontices.

Estas mesmas idiotices foram replicadas barbaramente por tudo o que era caixa de comentários.

Curiosamente com outros nicks, sendo o mais usado, aonio eliphis.

Curiosamente a confirmação de tal vem do facto que os três comentários "muito bem estruturados" e que levaram "muito tempo a redigir" foram publicados aqui em 5 minutos: 10 h, 10h e 1m e 10h e 5m. Tinha acabado de os publicar na caixa de comentários de um pasquim, com as alterações pontuais adaptadas

JE disse...

Também não vale a pena debruçar-mo-nos sobre o "comentário" de um nick que começa com o sugestivo nome de "ide levar"

Tal aponta para as capacidades relevadas por joão pimentel ferreira e esparramadas na sua biografia pelo próprio: perito em "ocultismo" e em "poesia quase-quase erótica"

O nick revelado confirma que estamos nessa área...a do quase-quase.

E o ano da criação coincide com o ano - 2010 - em que pimentel ferreira criou uma série de nicks idiotas...como meio instrumental para o que todos sabemos


Pelo que o seu conteúdo é pura e simplesmente deitado no lixo por "informação quase-quase", ou seja desinformação parida nos antros dos ultra liberais

JE disse...

Porque interessa mostrar o mensageiro antes de ir à mensagem?

Porque fica muito mais fácil desmontar as aldrabices inerentes a quem escreve estes disparates:
"Espera o autor que aumentando a nossa carga fiscal para os níveis da Dinamarca, o nosso PIB per capita atinga (sic) o da Dinamarca?"

Depois de ter tentado explicar a seguinte :
" países com maiores receitas fiscais em percentagem do PIB em relação a Portugal" blablabla

Ah, parece que há países com maiores receitas fiscais. Já o sabíamos

Como também parece que vivem melhores que nós

Ora voltar a ler o que diz o post de RPM e fazer o esforço suplementar de voltar a ler o que diz o multinick qualquer coisa

JE disse...

A este propósito interessa retomar um texto do mesmo autor, em que este maltrata e bem todo o argumentário da direita sobre os impostos:

"Foi no final de 2012 que o governo PSD-CDS anunciou, pela boca do então ministro das Finanças Vítor Gaspar, um "enorme aumento de impostos". O número de escalões de IRS foi reduzido de oito para cinco (aumentando assim a taxa efetiva do imposto) e criou-se uma sobretaxa de quatro pontos percentuais. Como resultado, a receita fiscal aumentou em 4,5 mil milhões de euros entre 2012 e 2013, o equivalente a 2,3% do PIB. Desde que há dados disponíveis nunca houve em Portugal um aumento de impostos tão significativo".

" O total da receita do Estado português em percentagem do PIB é já inferior à média da UE (43,5 versus 45,0%) e a diferença ainda é maior quando olhamos apenas para as receitas de impostos. Por outro lado, sendo um facto que a "carga fiscal" aumentou desde 2015, esse aumento nada tem que ver com os impostos que PSD e CDS se propõem reduzir.

Na verdade, entre 2015 e 2018 as receitas de impostos sobre os rendimentos e a riqueza diminuíram em percentagem do PIB (de 10,9% para 10,4%). O aumento que se verificou na "carga fiscal" tem que ver fundamentalmente com o IVA e outros impostos sobre a produção e as importações (que são responsáveis por um aumento das receitas equivalente a 0,8 pontos percentuais do PIB).

Ou seja, os impostos que se propõem reduzir já geram receitas para o Estado português inferiores à média europeia e o seu peso no PIB tem vindo a diminuir desde 2015.

Neste contexto, é difícil não escapar à conclusão de que as propostas de redução de impostos dos partidos de direita ( e da tralha neoliberal em geral) são pouco mais do que bandeiras eleitorais mal fundamentadas. É preciso uma dose grande de incompetência ou desonestidade para acreditar que a redução dos impostos poria Portugal a crescer ao ritmo da Irlanda - como sugeriu a presidente do CDS. Seria preciso uma dose ainda maior para defender que uma redução de impostos de tal ordem, no momento atual, não teria custos para o país."

Daqui
https://www.dn.pt/edicao-do-dia/13-jul-2019/a-direita-e-os-impostos-11107530.html

JE disse...

Depois do tema sobre impostos, o tal multinik pimentel brinda-nos com a sua opção por ser "europeísta federalista"

(O que já sabíamos. É comum aos ultra liberais. E a confirmação das "coisas" que apoiam esta UE)

Mas se isto é uma opção ideológica do próprio, já caberá discutir as opções económico-ideológicas de quem assim se assume:

"Porque motivo devemos ter todos a mesma riqueza? "

(Esta é uma frase que denuncia um modo muito comum de argumentar em quem opta por ser perito em ocultismo)

Ninguém disse tal.Mas o que está oculto a frases idiotas como esta é : "porque motivo não deve haver pobres e ricos"? Porque motivo meia-dúzia não deve explorar todos os demais"?

Porque afinal negar isto é "uma impossibilidade em economias de mercado livre que têm em conta as particularidades de cada indivíduo ou região"


Ora aí está um argumento extremamente válido por não ir nessa treta de "mercado livre" pregado assim desta forma tão desconchavada

JE disse...

" Da mesma forma que o PIB per capita do Alentejo ou da Ragião (sic) Norte do país é apenas 65% do PIB per capita da AMLisboa. Mutatis mutandis para os diferentes estados nos EUA. As assimetrias entre o Alentejo ou a região norte e a AML, ou entre o litoral e o interior, são da mesma ordem de grandeza daquelas existentes entre os estados membros da UE, por exemplo o PIB per capita de Portugal é cerca de metade do da França."


Eis o que dá a estes europeístas federalistas heil, heil.

De tão federalistas europeístas esquecem-se que Portugal tem uma Constituição da República Portuguesa". Coisa que a UE não tem. (Quanto aos EUA estes só são referência em geral por motivos bem negativos)

Ora o que diz a Constituição?
" A soberania, una e indivisível, reside no povo, que a exerce segundo as formas previstas na Constituição"

"O Estado não aliena qualquer parte do território português ou dos direitos de soberania que sobre ele exerce, sem prejuízo da retificação de fronteiras"

" O Estado é unitário e respeita na sua organização e funcionamento o regime autonómico insular e os princípios da subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública."

e é tarefa fundamental do Estado:

" Promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional, tendo em conta, designadamente, o carácter ultraperiférico dos arquipélagos dos Açores e da Madeira;"

De uma assentada pimentel etc mostra que

- ignora os preceitos constitucionais que apontam para um desenvolvimento harmonioso

- já pensa nisto como um território federado, com a perda da nossa soberania

- se é para este tipo de trampa, com a persistência da desigualdade entre os indíviduos, povos e regiões, que nos convidam para nos juntarmos a trogloditas que nos devoram a nós e à nossa riqueza... um manguito de todo o tamanho não basta


( a pouco e pouco cai-lhes a vergonha e cresce-lhes a impotência. Lembram-se dos amanhãs ridentes e dos futuros gloriosos que nos trauteavam, com a integração europeia e com a criação do euro?)

JE disse...

Há um outro comentário de pimentel ferreira etc ( o terceiro oficial, das 10 e 05) pelo qual o mesmo manifestou a sua apoquentação por não lhe terem respeitado o muito tempo que o levou a redigir.

E que tinha sido muito bem estruturado


Acontece que tal comentário, que lhe consumiu tanto tempo e que lhe custou muito a estruturar, não é mais do que a cópia dum texto do Observador

Dum tal Luís Aguiar-Conraria


Ora com textos desta tralha não vale a pena perder muito tempo. Estão por aí os comentários que desmontam a aldrabice ultra-liberal que campeia pelos lados do referido antro.

Pelo que é lê-los. Verificar se a treta debitada confirma que estamos num país socialista

E enxugar a lágrima ao canto do olho de pimentel ferreira, pelo seu tanto tempo levado a escrever e a estruturar a referida cópia