sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Mais rostos
Bem sei que são as políticas, e não os rostos, que contam. Mas há rostos que nos dizem muito sobre políticas, uma vez mais. Como já aqui João Ramos de Almeida detalhou, “Pedro Siza Vieira não é um advogado qualquer”. E hoje também não é um político qualquer. No contexto do capitalismo realmente existente e dos projectos políticos que o suportam, as duas actividades de facilitação, uma certa política e uma certa advocacia, não são separáveis.
Reparem como, dado o furto pela UE de instrumentos de política dignos desse nome, capazes de dotar os Estados de maior autonomia face às fracções dominantes do capital, pouco mais parece restar do que fazer negócios público-privados, com duvidosas engenharias financeiras e jurídicas à mistura, enquanto se faz florescer a fraude do empreendedorismo.
Entretanto, o Jornal de Negócios, ainda mais atreito depois das eleições a dar apenas destaque à política patronal, fazia ontem precisamente manchete com a compreensível satisfação dos representantes de certos patrões pela promoção de Siza Vieira a número dois do governo.
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2 comentários:
Os rostos e as sombras. Muito bem lembrado. E é muito elucidativo ler de novo o texto de João Ramos de Almeida e os comentários a este
"dado o furto pela UE de instrumentos de política dignos desse nome"
Isto é problemático!
Porque assume que a UE é uma organização que foi a cada Estado e roubou os instrumentos dos Estado...
E não foi isto que aconteceu.
A UE e Euro são criações dos Estados, com a iniciativa mais de uns que outros Estados...
Insistir que a UE é esta super organização que nenhum Estado consegue fazer frente é insistir no mito e na desresponsabilização dos vários Governos, apoiados por determinados partidos, partidos que querem aplicar determinadas políticas mas como sabem que essas políticas não dão votos então inventam a desculpa das organizações internacionais, como a União Europeia...
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