Filme: "Este país não é para velhos", Cohen |
Marcelo diz que esteve mais de uma semana calado porque "tudo o que dissesse limitava a liberdade". A sua liberdade de decisão quanto ao eventual diploma sobre o tempo de serviço dos professores.
Na verdade, Marcelo esteve fortemente envolvido no tema da "crise" quando - fruto do seu destempero e hiper-actividade inconstitucional, que o faz sentir-se invulnerável - pressionou o governo a negociar mais com os sindicatos. E quando a "crise" rebentou, atingiu-o em cheio no peito.
Por isso, Marcelo quis ficar quieto, fingindo-se morto, antes que tudo lhe caísse em cima, como caiu em cima de Rui Rio e de Assunção Cristas. Cristas falou e perdei. Rui Rio tentou o silêncio, mas não conseguiu. Marcelo hibernou e a coisa passou.
Agora, com o tema do SIRESP e sobre a possibilidade de nacionalização ou de aquisição por parte do Estado de posição majoritária no seu capital, Marcelo mantém-se igualmente calado. E diz que não fala por ser... um processo em curso e sensível. Na verdade, trata-se de um tema que lhe é caro - os incêndios - e sobre o qual Marcelo interveio tanto e tão repetidamente...
Mas há bem pouco tempo, Marcelo fartou-se de intervir - e mal! - sobre a Lei de Bases da Saúde e, esse também, era "um processo em curso e sensível". Noutro tema - sobre a contratação pública de familiares - até interveio raiando a inconstitucionalidade, quando quis propor leis ao governo sobre o seu gabinete!
Qual é o critério? Eis a resposta dada por Marcelo Rebelo de Sousa:
“Quem intervém muitas vezes, não intervém por uma mania, por um estilo, por uma obsessão. Intervém por uma necessidade, e quando entende que a necessidade impõe estar calado uma semana, duas semanas, três semanas, tão depressa está calado como fala todos os dias”, explicou o chefe de Estado. E num ano marcado por três eleições Marcelo Rebelo de Sousa avisa: “Os portugueses têm de se habituar” porque o silêncio “pode repetir-se”.Pois claro que pode!
Agora só falta esclarecer qual foi a "necessidade" de intervir tantas vezes sobre a Lei de Bases da Saúde e a "necessidade" de nada dizer sobre SIRESP ou sobre os múltiplos casos laborais que lhe batem à porta e aos quais Marcelo se esquiva a dizer uma palavra. E qual a "necessidade"de, ao mesmo tempo, lhe ser tão fácil telefonar às apresentadoras Cristina Ferreira e Fátima Lopes, se não será mais esta faceta populista de um Presidente que condena os populismos...
Resta a esperança de que Marcelo tenha retirado a ilação "necessária": a sua intervenção não deve entroncar na estratégia política de certas formações e interesses. E muito menos ter um papel inconstitucional de intervir no sentido de alterar os "processos em curso" de elaboração das leis.
Nem que seja porque há momentos em que o podem matar politicamente.
9 comentários:
«qual foi a "necessidade" de intervir tantas vezes sobre a Lei de Bases da Saúde»
A extrema necessidade de não acrescer a boyada!
Caro José,
Tente elevar um pouco o nível da argumentação.
Marcelo, pelos visto levou asserio os conselhos do seu padrinho Marcelo(fascista)..
Caro João, vou então tentar outra abordagem:
Um Estado com altos ideais, pouca competência e pouco dinheiro, promove que privados invistam nos meios que não alcança tornar disponíveis para realização desses ideais.
Os privados mobilizam-se e investem os seus capitais, que acrescem endividando-se.
O Estado, logo que pode investe em meios concorrentes, mobiliza os seus boys para os lugares de topo e esforça-se por tornar inúteis os meios privados.
Não negoceia, não compra, não nacionaliza.
Requer-se transformar a operação em Luta contra o Capital, a punição é de boa ordem, a vitória é de invocação necessária.
Uns cretinos!
Marcelo acredita que o seu contorcionismo lhe vai garantir a popularidade.
Pois,o presidente dá tantas voltas que começa a morder-se a si próprio.
O ter ficado calado também teve como objetivo, pele coerencia....?, ajudar o PSD, por que qualquer "intervençao"teria que ter ser feita, com algum tom critico para com o comportamento do seu partido.....
Deixa cá ver se eu entendo o raciocínio do José.
Ao investirem em bens e serviços destinados a serem fornecidos ao estado, os privados obtêm, como bónus subentendido, uma "licença de monopólio" que impede outros privados ou o próprio estado de competirem com eles? Assim ao estilo de um feudo ou de uma coutada?
Pode ser um grande negócio, mas parece-me ideológicamente absolutamente anti-liberal!
Não é isso o equivalente a criar um monopólio privado em todo o seu esplendor? Uma coutada? Um feudo?
Governantes que tentem impedir que privados se apoderem de um monopólio são "Uns cretinos"?
Afinal o mercado só é bom para os "outros" se esgadanharem a fazer pela vida. Para mim, saia um sectorzinho protegido onde eu possa ditar os preços que quero. E viva o liberalismo... LOL
Tá bem abelha... LOL
S.T.
Pois é ó josé.
Vê-se bem o que os grandes empresários privados sofrem por causa do estado, por exemplo com as PPP, CMEC e rendas variadas.
Chulam tanto que depois apanham verdadeiras indigestões a mamar á custa do dinheiro dos impostos que deviam ser para financiar os serviços públicos.
Coitadinhos.
Marcelo, o último preso politico.
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