«Custa-me assistir ao processo de achincalhamento daquela instituição [ICS] que um grupo radical tem conduzido, com as cumplicidades mais variadas. (...) A forma de actuação do grupo que provocou esta situação [ensaio sobre grafittis na Análise Social] distancia-se radicalmente das regras da Academia – que são as regras da Análise Social – e, também, da regras da decência. A sua agenda é outra: é uma agenda política. (...) A provocação não foi obra de brincalhões ou ingénuos – a provocação teve uma motivação ideológica, que os próprios assumiram no comunicado que escreveram depois da revista ter sido suspensa. (...) A Academia não tem, não pode ter, um programa “contra o grande capital” – ou contra os sindicatos, ou contra os pobres. Não está em causa o que pensam os académicos, que são cidadãos de pleno direito, está sim em causa que não podem transformar órgãos de produção e reflexão científica em panfletos ideológicos melhor ou pior disfarçados.»
José Manuel Fernandes, Chantagem moral e cobardia intelectual (13 de Novembro de 2014)
«As balas hoje disparadas na redacção do Charlie Hebdo foram balas disparadas contra todos os jornalistas, contra todos os que defendem a liberdade de expressão, contra todos os que apenas desejam viver numa sociedade aberta, tolerante e plural. A tragédia não é só do Charlie Hebdo, nem só dos parisienses ou dos franceses. É do jornalismo mundial. É de todos os homens livres. (...) Amanhã muitos pensarão duas vezes antes de escreverem, de filmarem, de reportarem. E depois de amanhã até pode acontecer que surjam mais leis anti-blasfémia, que mais gente veja na crítica a certas práticas dos islamistas uma condenável "islamofobia".»
José Manuel Fernandes, Hoje somos todos Charlie Hebdo (7 de Janeiro de 2015)
Duplicidade de critérios à parte, parece-me que o Zé Neves é que tem razão, quando assinala no facebook que «é bom ver jornalistas e comentadores como José Manuel Fernandes (...) defenderem o direito à liberdade de expressão [quando] ainda há dois meses tive que os aturar a elogiar um acto de censura». Tal como importa fazer justiça às palavras exactas proferidas por José Manuel Fernandes (essa referência de proa, no mundo académico, sobre o que é e não é ciência). Ele disse hoje «somos» todos Charlie, não disse que ontem o «éramos» nem garantiu que amanhã o «seríamos».
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13 comentários:
A "integridade", a "consciência" a "autonomia" foram sempre "inconvenientes".
O importante é entrar na linha.
1 - À imprensa em geral: Sempre que haja oportunidade de demonstrar que há um 'sentimento de revolta popular', basta avisar com duas noites de antecedência que há piquetes prontos a espalhar tinta e forma...
O senhor Fernandes ainda tem os olhos e a mente turvos das imagens diabólicas das armas de destruição maciça do Iraque.
Depois caiu-lhe em cima ter de participar (ou foi engendrada por ele) na tramoia das escutas de Belém.
Coitado, é areia demasiada para a sua camioneta.
Já só desatina.
Sinceramente chamar este tipo de "pandego" é um insulto aos pândegos...
Jose manuel fernandes é o prototipo da merectriz de serviço pronta a fornecer serviço a quem for de préstimo ...para ele.
Não vale a pena ir aos tempos em que ele se assumia como colega ideológico duma coisa como helena matos. Esses são para ele tempos tristes, e já se falou muito sobre tal.
Mas lembremo-nos dos tempos em que ele era o homem de mão da comunicação do belmiro. A forma como manipulava ( o termo é mesmo esse e há aí no ladrões quem possa falar de cátedra) a informação do Público e a forma como fez sair alguns dos melhores jornalistas do jornal certifica o seu
curriculum vitae.
Este exemplo dado neste post é de facto paradigmático duma forma de actuar,dum servilismo atroz ao poder e duma pesporrência igualmente atroz a quem ele acha que confronta tal poder.
Uma personalidade viscosa que diz uma coisa hoje e a oposta uns dias depois,de acordo com o que serve.
Coresponde ao perfil do blog que frequenta e aos seus "amigos" que o acompanham.
Um dos blogs mais fundamentalistas e menos recomendáveis do ponto de vista da integridade e da honestidade,onde pontificam alguns exemplares dignos do bas fond sombrio da direita extrema.
Local de refúgio de alguns passarões em tirocínio para outras actividades.Que andam por aí, imitando o jose m fernandes e a sua falta de carácter e de princípios.
De
Quanto ao comentário que alguém faz sobre a imprensa...
Lastimável é o mínimo que se pode dizer.
Uma referência à imprensa que mostra o registo fundamentalista de quem o profere. Esta imprensa domesticada, ao serviço dos donos, ao serviço do dono, transfigurada na sua generalidade em pasquins abstem-se sistematicamente de demonstrar que há um "sentimento de revolta popular".
Os factos são de tal forma poderosos que custa como alguém pode dizer tal. Aqui no Ladroes temos também quem possa provar que a informaçao que se opõe e que contraria a versão troikista, submissa, vende-pátrias, da governança, é sistematicamente silenciada
O resto do conteúdo do mesmo "comentador", sobre o espalhar tinta é apenas o desabafo pelas saudades dos tempos em que toda a informaçao considerada mais perigosa era tida como potencialmente ilegal. Com muitas ,poucas ou nenhuma noite de antecedência. E saíam à rua os defensores da fé da moral e da caridade, para impedir que a informaçao cumprisse a sua função.
De
De
A imbecilidade também é ou foi Charlie. Toda a classe de serventuários do regime são Charlie, mas não são iraquianos, palestinos, afegãos, sírios ou malianos.
O sábio Zé Manel ainda vai ser nomeado Doutor Honoris Causa de qualquer coisa...
O que mais me espanta é que haja quem leia e dê atenção ao que este tipo escreve.
O autor deste artigo é burro. Não vejo contradição absolutamente alguma nas duas posições de JMF. Se acha que defender o direito de uma publicação dever ter critérios editoriais equivale a defender que os responsáveis por uma publicação sejam metralhados então, lamento repeti-lo, você é burro.
Caro Tiago,
Sou tentado a concluir, face ao seu comentário, que José Manuel Fernandes apenas incorreria em contradição se o presidente do ICS tivesse entrado de metralhadora adentro pelo conselho editorial da Análise Social
Digam ao Zé Manel para mudar de cuecas.
Este Jagunço, mercenário não foi o tal da "INTENTONA DE BELÉM com o patrocinio da PR?! O tal atentado ao estado de direito? Grande badalhoco!
Eu acrescentaria: um escarro pandego escrevinhador!
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