quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Amanhã, debate CDA: Deixem-nos decidir!
Promovido pelo Congresso Democrático das Alternativas, o debate «Na Grécia e na Europa: Deixem-nos decidir» tem lugar um dia depois da entrega - por uma delegação composta por Ana Drago, Helena Roseta, Henrique de Sousa, João Mineiro, João Ricardo Vasconcelos, Manuela Graça, Nuno Fonseca e Ricardo Paes Mamede - de uma Carta subscrita por 222 personalidades de diversas áreas políticas, sociais e culturais.(*)
O texto da carta, hoje entregue na Representação da Comissão Europeia em Portugal (Centro Jean Monet), é o seguinte:
«No próximo domingo, dia 25 de janeiro, realizam-se eleições na Grécia, país que vive uma gravíssima crise humanitária provocada por um programa de austeridade. O desemprego e a pobreza aumentaram para níveis insustentáveis e assiste-se ao colapso das instituições fundamentais do seu Estado Social. O programa previa uma estabilização da dívida em 2012, seguida de um decréscimo sustentado, mas a dívida pública em percentagem do PIB em 2014 estava mais de 30 pontos percentuais acima do inicialmente previsto e continua a subir.
Portugal e outros países da União Europeia também sofreram as consequências desastrosas de políticas de austeridade, que falharam em toda a Europa. No entanto, a Comissão Europeia nunca realizou um balanço crítico das políticas que impôs.
Na Grécia, como em Portugal ou em Espanha, 2015 será o ano em que esta política pode ser julgada em eleições legislativas. A democracia coloca aos cidadãos o direito e o dever de fazer escolhas livres e aos partidos políticos a missão de apresentarem programas com caminhos alternativos.
É inadmissível que, ao longo dos últimos meses, se venham multiplicando declarações de responsáveis das instituições europeias, incluindo comissários europeus, sobre o processo eleitoral na Grécia, carregadas de ameaças mais ou menos veladas, com as quais procuram condicionar as escolhas que só os gregos podem tomar.
Tais declarações violam o dever de neutralidade a que estão vinculadas todas as instituições europeias e respectivos titulares, dever esse consagrado no direito comunitário. Estas tentativas de ingerência agravam a crise de legitimidade democrática e o descrédito dessas instituições.
Nós, cidadãos portugueses e europeus abaixo-assinados, repudiamos qualquer tentativa de chantagem ou condicionamento das escolhas da democracia. Exigimos respeito pelas opções dos cidadãos gregos, como exigiremos respeito pelas nossas. Porque sem democracia não haverá saída para a crise, dizemos: Deixem-nos decidir!»
(*) Fazem parte, da lista de 222 subscritores, Ana Drago, Alexandre Alves Costa, André Freire, António Borges Coelho, António Pedro Vasconcelos, António Pinho Vargas, Boaventura Sousa Santos, Constantino Sakellarides, Daniel Oliveira, Daniel Sampaio, Eduardo Vitor Rodrigues, Eugénio Rosa, Francisco Louçã, Guadalupe Simões, Helena Roseta, Henrique de Sousa, Inês de Medeiros, Isabel do Carmo, Isabel Moreira, João Cravinho, Jorge Leite, José Castro Caldas, José Gigante, José Manuel Pureza, José Reis, José Soeiro, José Vitor Malheiros, Luís Urbano, Luísa Costa Gomes, Manuel Alegre, Manuel Carvalho da Silva, Manuel Freire, Maria Augusta Sousa, Marisa Matias, Martins Guerreiro, Mário de Carvalho, Nuno Teotónio Pereira, Octávio Teixeira, Pilar del Rio, Ricardo Paes Mamede, Rui Tavares, Sandra Monteiro, Teresa Vilaverde, Vera Mantero, Viriato Soromenho Marques e Vitorino.
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8 comentários:
Está a aliviar... não está?
https://www.youtube.com/watch?v=pgUF8L1GpWo
Deixem-nos decidir....
Que comovente apelo!
Palavra da salvação!
Depois da Grécia Portugal tem a maior dívida da zona euro a aumentar também ao ritmo mais elevado mas ao contrário dela não se vislumbra qualquer saída o que nos coloca numa posição de ainda maior fragilidade não só económica e social mas também política.Não se alimentem mais ilusões,a representação da comissão "europeia" é o rosto da troika em portugal,fará connosco muito pior do que está a fazer com a Grécia! Vivemos aqui de um modo muito peculiar todos os dias aparecem e desaparecem propostas para decidir aquilo que há já muito está decidido infelizmente não por nós-os gregos perceberam-no primeiro e estão a travar agora um luta de vida ou de morte:longa vida ao Syriza e ao povo grego!
Chamar a isto um "debate" só pode ser uma piada. Não haverá debate porque são todos da mesma opinião...
Que saudades deve jose ter do fascismo, para este perpétuo salivar contra um princípio básico nos regimes ditos democráticos.
O poder de decisão na mão dos povos sempre foi um dos medos dos que defendem o poder do poder, nas mãos dos que exploram e saqueiam.
Um medo ancestral e que revela que o poder económico e político não cede nunca o poder de facto que tem. De boa vontade e de forma pacífica
O "deixem-nos decidir" põe-nos em brasa.
Percebe-se porquê
De
Pena que o Syriza já não diga querer decidir o que por tanto tempo dizia querer decidir.
Já só diz: deixem-nos ir para o poleiro...que é no que se reduz querer o que não podem ter.
Quanto à opinião do Luís lavoura que acha "piada" ao debate porque são "todos" da mesma opinião....
Como dizer isto duma maneira elegante e não ofensiva?
Talvez aconselhar a procurar o significado de "debate" no dicionário e verificar as suas diferentes entradas.
E verificar que debate pode ser uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram apenas colocar as suas ideias em questão ou discordar das demais".
E depois deste exercício vulgar na aprendizagem do português, partir para outro exercício,este de aquisição de conhecimentos sobre a democracia.
O debate pressupõe-se aberto. Com a presença de quem concorde ou de quem discorde.
E o painel indicado permite concluir que as opinioes não serão todas coincidentes. Algo que o dito Lavoura deveria saber se estivesse com o mínimo de atenção ao que é público.
Mas que se há-de fazer? "Quem não é por mim é contra mim", parece ser o leit motiv dos troikistas e dos pregadores de sentido único, replicando outros gestos e outros tempos.
E só lhes saem estas pérolas
De
Verdadeiramente pena é quem põe em questão o "direito a decidir".
Dessa forma tão explicita que , sendo de tal forma explícita, obriga depois a pueris rectificações em forma de "poleiros" travestidos de quereres e de teres.
De
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