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José Reis
«António Gama é um dos últimos representantes da Escola de Geografia de Coimbra e um dos primeiros a romper explicitamente com ela. Francófono e francófilo, é sobretudo a autores de língua francesa, ou de diferentes nacionalidades mas com períodos de exílio em França (como Milton Santos), que recorre no seu esforço de estender a geografia às ciências sociais, trazendo as teorias sociais para a geografia e levando as questões do espaço para as ciências sociais, e de entender a evolução da disciplina à luz da história e da filosofia do pensamento científico. (...) Munidos das mais sofisticadas técnicas bibliométricas, os estudiosos da ciência da segunda metade do século XXI terão dificuldade em encontrar António Gama num vasto firmamento repleto de estrelas científicas. Mas António Gama não é uma estrela, é um cometa. E os cometas, quando passam, iluminam-nos de tal forma que colocam em segundo plano qualquer estrela, mesmo a mais brilhante.»
João Ferrão
(A dedicatória de José Reis no artigo «Território e políticas do território: a interpretação e a ação», que será em breve publicado, tal como o texto de homenagem de João Ferrão, «António Gama: um Geógrafo Peculiar», na Finisterra, Revista Portuguesa de Geografia, vol. L, nº 99).
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