Mas já se explica a vitória "esperada" e "normal" porque a Grécia sofreu uma contracção do PIB de 25% em quatro anos, com um desemprego a trepar para os 25% da população activa, em que o desemprego jovem se situa em 60%. Tudo como se se pretendesse dizer que a esquerda se alimenta da desilusão e da desgraça, mas sem que se retire a conclusão de que foi todo um programa radical de austeridade que levou a essa situação sem solução à vista.
Pelo contrário. Manfred Weber, líder do grupo PPE no Parlamento Europeu a que pertence o PSD e o CDS, já veio entristar-se pelas opções do povo grego que não reconheceu o caminho traçado pelo Governo de Samaras. "É decepcionante ver que o caminho correto e honesto escolhido por Antonis Samaras para a Grécia não foi reconhecido. O caminho de reforma está a dar frutos e precisa ser continuado. Em breve tornar-se-á claro que as promessas feitas pelo Syriza ao povo grego não são nada além de mentiras eleitorais", disse. Declarações incomodadas que não se distanciam do que tem vindo a ser afirmado em Portugal.

Sente-se o incómodo, o nervosismo. A ponto de repetir as velhas ideias ouvidas desde 2010 que não evitaram o que aconteceu em Portugal: Portugal não é a Grécia, o problema está no Estado. Para eles, o que se passa hoje é o que se vê no gráfico em cima (com base nos valores divulgados pelo Eurostat).

Olha-se para o caso português e a direita respira de alívio porque estamos longe de uma desaparição do eleitorado do PS que venha encher os caminhos da uma esquerda "Radical". Mas a nossa estagnação - porque é disse que se passa em Portugal, uma estagnação prolongada - é bem mais forte, quando se observa a evolução do PIB em volume, divulgado pelo INE.


E tal como se antevê pelo Tratado Orçamental, nada disto ficará por aqui e ter-se-á de fazer cortes bem mais pronunciados para permitir défices mais reduzidos e uma redução da dívida pública.

E se houve equilíbrio nas contas externas, como se vê no gráfico ao lado (em que as importações caíram), isso deveu-se sim à forte contracção de actividade. Quando se começar a consumir mais e a investir, lá voltará o défice externo comercial.
Consegue-se perceber onde vamos parar, dado que, salvaguardadas as diferenças de situação, a Grécia tem um ano de avanço em relação a Portugal...
Mas, enfim, cumprimos as metas, como diz o Governo.
7 comentários:
Uma coisa é certa.
O que acontecer na Grécia vai afectar Portugal.
O governo tem de cair na real.
Apenas um aparte: que ferramenta usam para elaborar os gráficos?
Quanto aos comentários, o factor medo de quem comenta, e os dois exemplos são talvez os que mais nervoso têm mostrado, são do que mais reconforta quando pensamos no amanhã. Ainda é cedo, acho, para dizer que pior não fica, mas o facto de haver um governo que aparenta querer fazer oposição responsável já aquece a alma.
Ainda bem que vai haver mais dinheiro para investir; por outro assusta porque foi o PIB mais elevado que nos levou a não haver dinheiro para as despesas correntes e a pedir emprestimo usurário que fizemos.Será que quando o Costa ganhar vamos ter um PIB maior como o do Socrates?
No quadro «PIB em valor» pode observar-se a enormidade da mama grega em comparação com a portuguesa que não é pequena!
Porque é que se fala em situação de emergência humanitária na Grécia quando há, na UE, 8 outros países com PIB/per capita inferior ao Grego (http://www.pordata.pt/Europa/PIB+per+capita+%28PPS%29+%28R%29-1778)?
Os cidadãos desses países também vivem em situação de emergência humanitária? Ou merecem menos simpatia dos seus congéneres europeus?
"mama" é um termo usado muitas vezes pelo bas fond neoliberal para o assalto ao poder.
À custa das invectivas sobre as mamas( que palavreado deprimente e rasca) tentam que nos esqueçamos das verdadeiras tetas que o grande poder económico sorve e acumula.
Aqui há dias um texto denunciava o aumento das desigualdades e a concentraçao da riqueza.Jose avançou para a defesa de ambas,"esquecendo-se" das "mamas" que agora cita.
Mas jose na sua ânsia de defesa dos corruptores vai mais longe:
"É estúpido ignorar que se há corruptores é porque há corruptos, e pelo que sei são os corruptos que promovem a corrupção e não o contrário".
A defesa do crime e dos criminosos.Com ou sem mamas?
Há que investigar estas mamas de quem acumula o capital desta forma tão esquecida pelo jose.
Mas não deixa de ser comovente agora sentir as mágoas do jose pela situação dos portugueses.Logo ele que passou anos a repetir a lingugem da governança e a mostrar a sua crispaçao face aos trabalhadores, empregados, desempregados, sindicalistas, funcionários públicos e todos os que no geral dissessem não à política austeritária.
De tal forma que num dia em que provavelmente adivinhando que a governança poderia ser mesmo posta em causa não se conteve e de jacto:
""Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios"
Esta é a "mama" pela qual jose quotidianamente labuta ?
De
De facto os resultados eleitorais na Grécia trouxeram para a ribalta toda a velha e ferrugenta propaganda néscia, acintosa, xenófoba e falsa sobre este país
Um exemplo paradigmático é a reportagem do jose dos santos na RTP
Mal se vedam.O ódio envenena-lhes o juízo crítico
Numa abordagem mais "soft" há alguém que recorrendo ao pordata ensaie tentativas de comparação do PIB
Isto é cegueira ou é poeira para os olhos?
De
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