quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Declaração do Congresso Democrático das Alternativas


«Perante os resultados destruidores que levaram Portugal a uma situação dramática, perante a rude marca ideológica dos que governam, é preciso afirmar com clareza que há outras políticas, mais justas e mais criadoras. Há alternativas. Essas alternativas hão de basear-se num compromisso comum das forças políticas e sociais que dão valor ao desenvolvimento e à inclusão social, afirmam a dignidade do trabalho, estimam o papel da esfera pública e defendem uma democracia robusta. Cabe às forças políticas e sociais que queiram reverter esta situação, sem futuro nem solução, dizer que não é por falta de alternativas que não se põe termo a esta situação iníqua e contraproducente.
Para isso, a tarefa principal é estabelecer os denominadores comuns da ação coletiva necessária para aprofundar um combate frontal às políticas da troika e do governo e dizer quais são os outros caminhos. É essa a finalidade desta Declaração. O combate é necessário porque Portugal está numa situação em que se vê impedido de valorizar os seus recursos, a começar pelo trabalho, em que a sua dependência produtiva se aprofunda, em que as pessoas ficam desprotegidas pelo desmantelamento do Estado e em que a democracia regride. É contra isto que estamos. E sabemos também a favor do que nos pronunciamos.»

Excerto da versão final da Declaração do Congresso Democrático das Alternativas, aprovada na Aula Magna da Universidade de Lisboa a 5 de Outubro de 2012.

1 comentário:

Diogo disse...

Vejo tudo demasiado soft e cheio de boas maneiras.


Contra o holocausto social levado a cabo pelo Grande Dinheiro e respectivos lacaios, o "combate" pacifista, os discursos e as declarações de intenções são completamente inúteis.


A violência pode funcionar tanto para subjugar como para libertar. Contra a violência económica e financeira que nos tem a todos atirado para o desespero, repliquemos com a violência que for necessária para desparasitar de vez o país desta cáfila de assassinos de colarinho dourado.


Ouve-se muitas vezes dizer que "a violência gera violência", que "a violência nunca consegue nada", ou que "se se usar a violência para nos defendermos daqueles que nos agridem, ficamos ao nível deles". Todas estas afirmações baseiam-se na noção errada de que toda a violência é igual. A violência pode funcionar tanto para subjugar como para libertar:

* Se uma mulher crava uma lima de unhas na barriga de um energúmeno que a está a tentar violar, essa mulher está a utilizar a violência de uma forma justa;

* Se um homem abate a tiro um assassino que lhe entrou em casa e ameaça degolar-lhe a família, esse homem está a utilizar a violência de uma forma justa;

* Os habitantes de um bairro nova-iorquino que se juntam para aniquilar um bando mafioso (que nunca é apanhado porque tem no bolso os políticos, os juízes e os polícias locais), estão a utilizar a violência de uma forma justa;

* Um povo está a utilizar a violência de uma forma justa quando utiliza a força, porque sonegado de todas as entidades que o deveriam defender, contra a Máfia do Dinheiro, acolitada por políticos corruptos, legisladores venais e comentadores a soldo, e cujos roubos financeiros descomunais destroem famílias, empresas e a economia de um país inteiro.

Num país em que os políticos, legisladores e comentadores mediáticos estão na sua esmagadora maioria a soldo do Grande Dinheiro, só existe uma solução para resolver a «Crise»... Somos 10 milhões contra algumas centenas de sanguessugas... e não há buracos suficientes para elas se esconderem...