quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Recapitalizações há muitas
Ler Octávio Teixeira, Recapitalizar a banca sim, favorecer os banqueiros não: "O sistema bancário é 'o coração que faz circular o sangue da economia'. Assim, o sistema bancário é um efectivo bem público (...) Não é admissível que o Governo, por vontade própria e com o apoio dos ultraliberais BP e BCE, invista 12 mil milhões e se proponha assumir o papel de um accionista cego, mudo e surdo, de um accionista que o não é. A proposta do Governo, que os bancos arrogantemente ainda consideram pouco, não é uma efectiva participação do Estado no capital dos bancos. É, isso sim, a injecção nos bancos de volumosos dinheiros públicos para beneficiar os interesses e a gula insaciável dos banqueiros."
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8 comentários:
Obviamente, nacionalizo-os.
(Qual é ainda a dúvida?)
(CONTINUAÇÃO)
d) O facto de, como resultado dessa operação, terem surgido mais 100.000€ de Depósitos à Ordem no passivo do banco, obriga a sua área de tesouraria a tomar medidas para que o banco continue a possuir reservas suficientes, tanto para cumprir as obrigações legais em termos de reservas (2% na Zona Euro), como para fazer face a eventuais cheques que a família venha a usar e satisfazer eventuais pedidos de conversão de Depósitos à Ordem em notas e moedas físicas pela família.
Dadas as situações simétricas entre bancos, em que, em média, a quantidade de notas, moedas e cheques que sai de cada banco é aproximadamente igual à que entra, o montante de reservas necessário para suportar o acréscimo de Depósitos à Ordem é comparativamente reduzido. Ou seja, para fazer face às exigências referidas para um empréstimo de 100.000€, o banco necessitará aproximadadmente de 3.500€ em reservas adicionais (1.500€ para cheques, notas e moedas, e 2.000€ para reservas legais).
e) Estas «operações» são tornadas possíveis porque os bancos comerciais funcionam em circuito fechado - o dinheiro levantado num banco é depositado noutro, e actuam sob a batuta dos bancos centrais, na sua maioria privados ou geridos por privados, que determinam as taxas directoras e regulam os movimentos financeiros entre os bancos comerciais.
f) Findo o prazo do empréstimo, a família pagou ao banco os 100.000€ que pediu emprestado (e que o banco criou a partir do nada), e, muito provavelmente, pagou em juros uma quantia várias vezes superior ao valor do empréstimo.
Esta fraude sem nome acontece quotidianamente em todos os empréstimos dos bancos comerciais às famílias, às empresas e aos Estados. Haverá roubo maior na história da civilização?
Recapitalização, diz você?
Não recebi nenhuma explicação dos senhores doutores deste blogue, especialistas em economia e finanças, ao que é dito no excelente livro - Política Monetária e Mercados Financeiros.
Qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe que estamos em presença de uma fraude de proporções inimagináveis. Será assim tão difícil aos talentosos escribas deste blogue desmontar esta «teoria da conspiração»?
Repito o que comentei há uns posts atrás. Repito porque, infelizmente, os blogues não são a melhor forma de debate e os comentários vão ficando lá para trás.
O livro, síntese da experiência de ensino ao longo dos últimos dez anos dos autores Emanuel Reis Leão, Sérgio Chilra Lagoa e Pedro Reis Leão, na área da economia monetária e financeira, que nos explica, de forma muito simples, a forma como os bancos comerciais, em conluio com o Banco Central Europeu, perpetram diariamente um roubo de proporções inimagináveis às famílias, às empresas e aos Estados.
Logo no primeiro capítulo do livro este processo é descrito de forma magistral:
a) Um banco concede crédito a uma família no valor de 100.000€ para a compra de uma casa, creditando a conta de depósitos à ordem dessa família no montante de 100.000€.
b) Para essa operação, um funcionário do banco altera os números que estão registados informaticamente na conta à ordem da família, somando 100.000€ ao valor que lá se encontrava anteriormente.
c) Esse dinheiro não existia antes em lado nenhum. O banco cria-o a partir do nada - algum funcionário do banco altera os números que estão registados informaticamente na conta à ordem da família, somando 100.000€ ao valor que lá se encontrava anteriormente.
(CONTINUA)
OffTopic:
"O terceiro suspeito no processo que envolve Duarte Lima é Vítor Raposo, advogado do Porto e ex-deputado do PSD que detém mais de 20 por cento do Fundo de Investimento Imobiliário constituído para demolir o Bairro do Aleixo, onde será construído um bairro de luxo. O presidente da Câmara do Porto diz que o projecto é mesmo para avançar e que participação do sócio do filho de Duarte Lima não vai interferir em nada. A oposição na autarquia quer explicações de Rui Rio..."
-Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!...
Alguém me arranja uma explicação para que é que precisamos de bancos privados?
Recapitalizar os bancos porquê?
1 – Os estatutos do Banco Central Europeu (quem os terá redigido?), impedem esta instituição de emprestar dinheiro directamente aos Estados. Assim, o BCE empresta aos bancos comerciais a 1%, e estes emprestam aos Estados, Empresas e Famílias a 4%, 5%, 6%, etc. Em suma, um negócio das arábias para os bancos (o que demonstra existir, se não um monopólio, pelo menos um cartel financeiro internacional bem entrosado).
2 – O Fractional Reserve System, que obriga os bancos a possuírem apenas uma ínfima parte do dinheiro que emprestam (na zona euro as reservas obrigatórias são de 2%), permite aos bancos criarem a partir do nada (out of thin air) quase todo o dinheiro que emprestam através de depósitos à ordem, recebendo excelentes juros e spreads por dinheiro contrafeito. Em resumo, outro negócio das arábias para os bancos.
Se Octávio Teixeira reconhece que a «recapitalização» não passa de uma "injecção nos bancos de volumosos dinheiros públicos para beneficiar os interesses e a gula insaciável dos banqueiros", o parágrafo abaixo revela que ele não percebe, de todo, como funciona o sistema financeiro.
Octávio Teixeira: «Ora, é generalizadamente reconhecido que os erros e a irresponsabilidade dos banqueiros conduziram à necessidade de recapitalização dos bancos para salvaguardar esse bem público, para que eles possam exercer a sua função de concessão de crédito à economia real.»
Não houve quaisquer "erros ou irresponsabilidades" dos banqueiros. O que há, é uma gula insaciável por parte do cartel financeiro internacional que pretende arrebanhar toda a riqueza dos países.
Recapitalizar os bancos porquê?
1 – Os estatutos do Banco Central Europeu (quem os terá redigido?), impedem esta instituição de emprestar dinheiro directamente aos Estados. Assim, o BCE empresta aos bancos comerciais a 1%, e estes emprestam aos Estados, Empresas e Famílias a 4%, 5%, 6%, etc. Em suma, um negócio das arábias para os bancos (o que demonstra existir, se não um monopólio, pelo menos um cartel financeiro internacional bem entrosado).
2 – O Fractional Reserve System, que obriga os bancos a possuírem apenas uma ínfima parte do dinheiro que emprestam (na zona euro as reservas obrigatórias são de 2%), permite aos bancos criarem a partir do nada (out of thin air) quase todo o dinheiro que emprestam através de depósitos à ordem, recebendo excelentes juros e spreads por dinheiro contrafeito. Em resumo, outro negócio das arábias para os bancos.
Se Octávio Teixeira reconhece que a «recapitalização» não passa de uma "injecção nos bancos de volumosos dinheiros públicos para beneficiar os interesses e a gula insaciável dos banqueiros", o parágrafo abaixo revela que ele não percebe, de todo, como funciona o sistema financeiro.
Octávio Teixeira: «Ora, é generalizadamente reconhecido que os erros e a irresponsabilidade dos banqueiros conduziram à necessidade de recapitalização dos bancos para salvaguardar esse bem público, para que eles possam exercer a sua função de concessão de crédito à economia real.»
Não houve quaisquer "erros ou irresponsabilidades" dos banqueiros. O que há, é uma gula insaciável por parte do cartel financeiro internacional que pretende arrebanhar toda a riqueza dos países.
Caríssimo João Rodrigues,
Fiz link deste “post” na última atualização do meu blogue.
Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
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