Vale a pena comparar as previsões económicas do governo português de Março de 2011 e as que agora foram anunciadas. Claro que já ninguém se lembra de quais eram as previsões para os próximos 4 anos há 5 meses, mas vale a pena observar as diferenças abismais entre os dois quadros de previsão e tirar algumas ilações. A mais importante é claramente não levar estas previsões, sobretudo quando implicam um longo período temporal, a sério. Há 5 meses, previa-se crescimento económico para o próximo ano e uma taxa de desemprego correspondente de 10,8%. Agora, prevê-se a continuação da recessão e desemprego de 13%, fruto da austeridade acrescida imposta pela troika e que este governo pretende ultrapassar.
Interessante também é darmo-nos conta de uma radical diferença entre os dois cenários. O mais recente, na ânsia de compensar os efeitos recessivos da austeridade, coloca as exportações a crescer a mais de 6% durante os próximos anos, bastante mais do que o cenário de Março. Assim, ainda que admitindo a profunda recessão que atravessamos, o governo consegue umas previsões mais optimistas para os anos 2013-2015 no que toca ao crescimento económico. No entanto, nos últimos meses, as perspectivas para a economia mundial deterioraram-se fortemente, algo que o próprio documento admite. No ministério das finanças, ou acreditam em milagres, ou tomam-nos por parvos...
Previsões de Março de 2011:
Previsões de Agosto de 2011:
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9 comentários:
Como sabe tomam-nos por parvos, queria dar-lhe os parabéns pela lembrança porque estamos tão habituados a não confrontar o que foi dito "ontem" com a realidade do "hoje" que até nos passa ao lado. O mais perverso disto tudo é a justificação do sofrimento baseado em documentos de propaganda isso sim é inaceitável e abjecto.
Por Partes
Vale a pena comparar as previsões económicas do governo português de Março de 2011 e as que agora foram anunciadas.
Para quê?
O ano agrícola foi ligeiramente melhor que o de 2010 a nível mundial, mas há 7000 milhões de razões que tornam as previsões cada vez menos fiáveis.(.afinal)
Claro que já ninguém se lembra de quais eram as previsões para os próximos 4 anos há 5 meses...lembro tenho óptima memória para números
mas vale a pena observar as diferenças abismais colossais
é a megalomania do abyssus abyssum invocat
ou abyssum abyssus invocat ?
e tirar algumas ilações....mas aparentemente só uma
A mais importante é claramente não levar estas previsões, sobretudo quando implicam um longo período temporal, a sério.
isto não é uma ilação
é quanto muito um desabafo...
Há 5 meses, previa-se crescimento económico para o próximo ano e uma taxa de desemprego correspondente de 10,8%. Obviamente como todos sabiam era só para o papel
a(s) crise(s) sucessivas que avançaram desde 2006 irão durar além de 2016
Interessante também é darmo-nos conta de uma radical diferença entre os dois cenários....bla bla bla tens formação económica ou só o canudo?
ou tomam-nos por parvos...eu não faço diagnósticos
diria mais iludidos ....
os simples?
(Guerra Junqueiro)
Vítimas da Simplificação
(Walter Miller Jr.)
não dou parabéns a gestores de falências
são mais parasitas que os governos que os geram
indefensáveis não era?
goodbye
Caro Nuno
Faz bem em sublinhar o elemento "singular" que é o fantástico crescimento previsto para as exportações.
Há muito de "paninhos quentes" ou "white lies" nisso, é óbvio.
Há também alguma analogia com as terapias previstas para combater os défices orçamentais, nas quais se insiste sempre em "cortar" nas depesas públicas, mas assumindo-se que as receitas se aguentam (o que é rotundamente falso, obviamente, mas isso é cuidadosamente omitido).
Aqui voltamos a "contar com o ovo" onde se sabe... de novo para nos iludirmos colectivamente. Ou sermos iludidos...
E isso é importante: sermos iludidos. Com quem comerciam os países europeus sobretudo? Resposta: com outros países europeus. É assim possível prometer-lhe a todos o tal crescimento das exportações, com as importações de cada um deles a encolherem ao mesmo tempo? Resposta: claro que não!
Mas, por outro lado, se eu fizer isto não com Todos os europeus ao mesmo tempo, mas com Cada Um à vez... Está a ver, não é?
É impossível, diz-se, enganar toda a gente ao mesmo tempo...
Bom, seja. Mas talvez não seja impossível ir enganando cada um à vez, tomado separadamente...
Pelo menos, vale decerto a pena tentar (do ponto de vista da elites "europeias", that is...)
Deveriam ter incluído a fonte no que diz respeito às previsões económicas. Seria uma informação com algum interesse, apesar de que dado o grafismo das tabelas me pareça BdP.
Caro PP,
Se reparar coloquei os "links" para os documentos donde retirei as tabelas.
nuno teles
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