O realismo é uma coisa muito bonita, seja à esquerda, seja à direita, sobretudo perante a desgraçada “eurite” nacional, apropriada designação cunhada por Luciano Amaral para descrever criticamente a miopia das elites políticas e intelectuais governamentais, mas também de uma grande parte da paralisada oposição de esquerda. Recupero então o seu artigo no Económico. Não é todos os dias que se vê uma ruptura tão clara, em particular na direita dita liberal, com a moralista sabedoria convencional em matéria de integração europeia e de austeridade.
Entretanto, o economista político Costas Lapavitsas, um dos principais dinamizadores do presciente Research on Money and Finance, publicou mais um artigo no The Guardian –“Grécia tem de entrar em incumprimento e sair do euro: o debate real é como”: “Incumprimento e saída causariam instabilidade a nível internacional. A dívida grega pode não ser suficientemente importante para ameaçar directamente os bancos europeus, mas o sistema bancário mundial está fragilizado. Uma acção grega perturbaria os mercados secundários da dívida soberana, gerando uma crise de grande amplitude. No entanto, as instituições europeias só podem culpar-se a si mesmas porque as suas políticas estão a fazer com que a Grécia saia da Zona Euro.”
terça-feira, 20 de setembro de 2011
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1 comentário:
Há mais de 10 anos que este senhor "previu" o actual estado de coisas. A "previsão" veio do acesso aos dados a que todo o politico tem acesso. Foi desmentido a apelidado de catastrofismo. Hoje, quem o desmentiu, já não é governo, mas continua na sombra a enviar ilusões perfeitamente irresponsáveis sobre o estado da nação. É tempo de serem responsabilizados civil e porventura criminalmente pelas opções que tomaram.
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