Para os técnicos da OCDE "o desempenho do mercado de trabalho é preocupante", já que desde 2000 o emprego começou a baixar, o desemprego duplicou nos últimos cinco anos (com a taxa a atingir os 8,0 por cento). (...) A OCDE entende que a legislação laboral continua a ser "restritiva" em Portugal, face ao resto dos países que integram essa organização, e a aconselha a liberalização do mercado de trabalho, ao mesmo tempo que alerta para a necessidade de "apoiar as pessoas que perdem o emprego".
A notícia divulgada no Público online tem uma leitura óbvia: os 'técnicos' da OCDE entendem que a legislação laboral «restritiva» é causadora de desemprego. Acontece que a OCDE e os seus 'técnicos' já há alguns anos que deixaram de 'entender' isto. E não é por acaso. Após várias tentativas, até agora não se conseguiu identificar uma relação robusta entre o 'grau de restrição' das legislações laborais e os níveis de desemprego dos países, levando a OCDE e outras instituições defensoras de mercados de trabalho desregulados a ter de alterar o argumentário para defender as suas posições.
De facto, quando lemos o texto do Público percebemos que não se trata de uma citação do relatório hoje divulgado (ao qual vale a pena estar atento), mas uma colagem de diferentes parágrafos do documento original. Terá sido uma má leitura do relatório ou a vontade de ser mais papista que o papa?
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2 comentários:
Uma má leitura do relatório feita pelo cabrão do José Manuel Fernandes? Não era homem para isso (para ser cabrão, quero eu dizer). E daí...
Caro Ricardo Paes Mamede,
pode não haver relação entre o nível de desemprego e a legislação restritiva, mas há certamente relação entre a legislação restritiva e isto:
"Além disso, tem-se assistido a um crescimento do desemprego de longa duração, com as pessoas que ficam sem trabalho a terem cada vez mais dificuldade em encontrar um novo emprego"
ou seja, a legislação restritiva não influencia o nível do desemprego, mas influencia os fluxos no mercado de trabalho.
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