terça-feira, 24 de junho de 2008

As lógicas da provisão

«Os beneficiários da ADSE têm que esperar muito mais tempo do que os portadores de seguros de saúde privados quando se dirigem a hospitais com gestão privada (…) a diferença entre os tempos de espera pode chegar aos seis meses». A desigualdade está inscrita no código genético da provisão privada em saúde. É a sua essência. Mais uma vez: acabem com dispendiosos benefícios fiscais a seguros e a despesas privadas em saúde, terminem com as irresponsáveis parcerias e convenções com os grupos privados rentistas que, como é típico nestes sectores, se expandem na medida de decisões políticas que canalizam recursos públicos para a instituição da mercadorização de esferas crescentes da vida social. Enfim, acabem com os incentivos à fuga das classes médias do SNS. Não deixem que o poder do dinheiro se sobreponha ao principio humanista que funda a política socialista nesta área: «a cada um segundo as suas necessidades». Só a provisão pública, universal e gratuita pode realizar este princípio. O país já pagou um preço muito elevado pelos esquecimentos e pelas tergiversações do PS.

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