A vida vem confirmando a justeza desta posição. Lembro, entretanto, o que os vende-pátrias destruíram:
A Eletricidade de Portugal (EDP) foi uma empresa pública criada em 1976 pelo Estado democrático, integrando numa única entidade as empresas deste setor que haviam sido nacionalizadas em 1975, incluindo a infraestrutura controlada pela atual REN. Todas as atividades, da produção à infraestrutura, passaram a ser controladas por um Estado que levou a luz a todo o país.
Desgraçadamente, a EDP foi desintegrada e privatizada, num contexto de economia política crescentemente pós-democrática, entre 1997 e 2012. Há iniciativas liberais até dizer chega neste setor desde os anos 1990. Lembro-me de um secretário de Estado da Indústria do PS que, na segunda metade dos anos 1990, declarava abrir uma garrafa de champanhe por cada empresa que privatizava. O PS privatizou mais do que o PSD.
Neste contexto, convém lembrar, como fez João Ferreira ontem, que: “Em França, o liberal Macron nacionalizou a EDF, adquirindo a totalidade do capital da empresa em 2023. Justificação: fortalecer a independência energética nacional e facilitar projetos de longo prazo. Na Alemanha, o governo nacionalizou a empresa de energia UNIPER em 2022. Justificação: garantir a segurança do abastecimento energético.”
Por cá, e como sublinhou Bruno Simão:
“É um desfilar de especialistas a afirmar que são necessários investimentos de modernização da rede eléctrica nacional, mas são muito dispendiosos! A REN privatizada gerou em 10 anos mais de 1000 milhões de euros de lucros e distribuiu mais de 400 milhões aos seus accionistas!”
3 comentários:
Obrigada. Em poucas palavras relembrou o que é, de facto, importante.
Boa tarde ! Ótimo artigo . Convém discutir o que é fundamental . Abraço para a equipa .
Já agora: https://www.abrilabril.pt/nacional/o-colossal-apagao-trara-luz-para-se-ver-melhor-o-que-e-transicao-ecoliberal
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