quarta-feira, 30 de abril de 2025

Deixai-vos de tretas


No início de 2012, criticava o Público, um desporto que deixei de praticar, porque, francamente, deixei de o ler diariamente: 

O Público tem um trabalho sobre como a crise nos obriga a “mudar de vida”. No fundo, a crise é vista como uma oportunidade para redescobrir os valores e as “coisas simples” ou lá o que é – “vamos” deixar de ter empregadas domésticas ou de ir de férias para o estrangeiro, de ser “consumistas” e tudo, “em 2012, vamos conhecer o vizinho, cuidar da horta e integrar uma associação”. Não há mesmo pachorra para este romance da austeridade. 

Depois veio a pandemia e esta conversa desmultiplicou-se. Com o apagão, voltámos a ter sinais dos que escrevem do alto do seu privilégio, sinalizando toda a sua virtude. Apetece dizer-lhes só: se quereis mesmo uma sociedade fraterna lutai pelo socialismo e deixai-vos de tretas.

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