[F]ui percebendo como a perda de soberania não corresponde apenas à perda de democracia, o que seria já de si bastante grave. Mergulha o povo numa espécie de indignidade coletiva. Sim, os últimos anos fizeram de mim, talvez por amor-próprio, um patriota.
Daniel Oliveira
[C]omo as elites portuguesas desconfiam de si mesmas, achavam – e continuam a achar – que o país ficava melhor protegido sob o jugo da burocracia europeia do que sob comando nacional (…) Se há um debate que se impõe, ele é sobre a nossa actual e futura participação no processo de desconstrução europeia em curso.
João Cardoso Rosas
Excertos de mais duas crónicas que desafiam a sabedoria ainda convencional em temas que estão obviamente ligados. De facto, e insisto, trata-se de um tipo de reflexão, a partir de diferentes tradições político-ideológicas democráticas, que tem de multiplicar-se, até porque a tendência dos últimos anos é clara e já fomos menos a (re)descobrir, implícita ou explicitamente, perspectivas deste tipo, ainda que nem todos tirem ainda todas as implicações programáticas que se impõem. Seremos cada vez mais e as implicações serão todas tiradas? Confio que sim: o que tem de ser, a partir de fora, tem muita força, cá dentro.
quinta-feira, 3 de março de 2016
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
12 comentários:
Apenas me ocorre um comentário: lembro que as elites, particularmente as mais ligadas ao dinheiro e aos proventos materiais sempre se bandearam para o lado que melhor garante a continuidade das suas mordomias; o seu pretenso patriotismo é só para consumo dos papalvos. Lembro por exemplo que na famosa e exemplar crise dinástica de 1383 bandearam-se alegremente para o lado de Castela e não tiveram qualquer problema de consciência. Agora apaparicam a srª Merkel e defendem como um problema de honra que paguemos tudo o que devemos mesmo que o país pereça, claro que eles não vão perecer com o país, já têm garantido salva-vidas.
O primeiro não define o que seja ser patriota - acompanhou alegremente um endividamento de anos sem rebuço ou indignação e não me consta que advogasse a recusa das ajudas associadas ao processo de integração.
O segundo, não sei a que chama elites, quando há uma para cada cor do arco-íris sem que reconheçam um qualquer comum destino para o país.
Perfeitamente de acordo. Tanto com João Rodrigues como com Fernanda.
Quem diz as barbaridades que diz sobre um "acompanhamento alegre e sem rebuço e sem indignação" associado a "recusas de ajudas ao processo de integração" merece que sejam feitos esclarecimentos porque tais bacoradas não podem passar impunes.
As ajudas ajudaram sobretudo quem forneceu estas ajudas. E tais ajudas tiveram como destino precisamente a classe associada ao das 23 e 38.
Mas merece mais esclarecimentos.A definição de "patriota", ou melhor "nacionalista" cabe por inteiro no dito cujo.Adivinha-se, mercê do seu saudosismo pelos tempos do fascismo, o acompanhamento contentinho e saltitante dos seus familiares às missas patrióticas cheias de naftalina, catarro e bolor.Nessa altura tratava-se de protecção do colonialismo e do capitalismo monopolista de estado. Há alguns anos, em processos de auditorias manhosas e comprometidas, acompannhava em situações dúbias flamengos de dúvidosa reputação. Foi dos primeiros a querer a troika, a implorar pela troika , a berrar pela troika e ainda suspira pela dita.Os seus requebros pelos agiotas e pelos credores fazem prova do carácter desta direita e extrema-direita que se vende por dez tostões quando tal serve os seus interesses de classe. As suas odes ao lucro constituem missas abreviadas ao capitalismo selvagem e sem escrúpulos. O aprendizado em alemão seria o passo inevitável para quem gosta de obedecer à mão que lhe dá comida (SIC), mas a sua aversão ao conhecimento tem sido um obstáculo.
A ignorância sobre o significado de "elites" tem também ou a marca da ignorância ou a marca da manipulação ou a marca de ambas. "A palavra Elite era usada durante o século XVIII para nomear produtos de qualidade excepcional. Posteriormente, o seu emprego foi expandido para abarcar grupos sociais superiores, tais como as unidades militares de primeira linha ou os elementos mais altos da nobreza. Assim, de modo geral, o termo 'elite' designa um grupo dominante na sociedade ou um grupo localizado em uma camada hierárquica superior, em uma dada estratificação social".
Nem sequer estamos a falar em termos de doutrina marxista,estamos apenas a dar o nome aos bois.
Falar em arco-íris é a forma manhosa e trapaceira de ocultar que há quem mande, que há uma classe dominante, que há quem explore e viva dessa exploração.O comum destino do país torna-se assim uma treta porque não há de facto nenhum comum destino entre por exemplo a Maria Luís Albuquerque, (que assume negócios privados com quem os teve enquanto governanta) e quem foi despedido pelas políticas desta senhora. E os exemplos podem multiplicar-se até ao infinito.
A situação torna-se ainda mais caricata quando nos lembramos do "patriotismo" das nossas ELITES. Aqui vamos-nos socorrer do comentário da Fernanda. "Na famosa e exemplar crise dinástica de 1383 bandearam-se alegremente para o lado de Castela e não tiveram qualquer problema de consciência". Pois claro que não.Os seus interesses estavam em jogo´. "Agora apaparicam a srª Merkel ". Pois claro que apaparicam e quem fala em comum destino do país é precisamente um deles.
A traição e a vilania é um traço distintivo das ditas elites e dos seus apaniguados. A admiração franca e desavergonhada por Pétain, um colaboracionista traidor, é o carimbo da veracidade dos factos e da repulsa pela identidade nacional de tal tipo de gente
Anónimo das 11:21 - Penso e sinto como tu,sobre o assunto em causa. As ditas elites sabem-se prostitutas,traidoras e colaboracionistas. Ainda assim espanejam os próprios horrores em todo o sítio que podem. E o espectáculo é o que vemos.se precisássemos de explicação...
e·li·te
(francês élite)
substantivo feminino
1. O que há de melhor e se valoriza mais (numa sociedade). = ESCOL, FINA FLOR, NATA
2. Minoria social que se considera prestigiosa e que por isso detém algum poder e influência.
Para benefício dos grunhos ...
Para benefício de quem?
"Grunhos"????
Tchtchtcht...ainda serão vestígios da geringonça a funcionar? A excelente mãe, pessoa de espírito aberto e desprovida de tabus sociais e raciais, não conseguiu corrigir essas peporrências?
Agora o dicionário. As frases aqui apostas,copiadas duma forma infantil, não aduzem nada ao já dito; Mantém-se a acção de mais "mistificações" portanto
A frase original"não sei a que chama elites, quando há uma para cada cor do arco-íris" foi desmascarada como treta. Ao cotejarmos com o agora copiado do dicionário vemos que se continua a insistir na mistificação do significado de Elites, como se elas fossem muitas e como se as elites da literatura, ou da pintura, ou o que quer que seja, estivessem aqui em jogo. Como se o poder não fosse o poder e não repousasse nas mãos de quem repousa.
Elite, elites,tem,têm um significado concreto. Elite tem um significado tão concreto que obriga um pobre coitado e irado a tentar apagar o que se debate,desviando para canto ao som do arco-íris e das suas cores.
Será que o pobre coitado se reviu nas elites que traíram o país,como no exemplo da crise de 1383-1385?
Provavelmente o Miguel de vasconcelos que compartilhava a cama e o poder não fazia parte do poder, digo mais , da elite do poder. Ou a tralha toda que ocupa este, desde Cavaco até Passos Coelho, desde Carlos Costa até Luís Albuquerque, desde Belmiro até Ricardo Salgado não constituem a fina flor, o escol, a nata ( sem maiúsculas porque não estamos para falar como pseudo-virgens)do poder ?
Curiosamente ( ou talvez não) todos os nomes agora citados tiveram odes panegíricas e assaz piegas de quem anda aos "grunhos".
Curiosamente ( ou talvez não) esta necessidade patética de defender o poder miserável e abjecto , as elites que nos governam e se governam, teve em Passos Coelho e Portas um gesto por demais significativo. Aboliram o eriado do 1º de Dezembro, altura em que os portugueses mandaram as elites espanholas e os traidores portugueses para o raio que os partiu.
A noção de elite sempre perturba os medíocres, cuja mediocridade sempre se exprime pela ambição de que nada os suplante; de tal modo a isso os obriga o medíocre bestunto que, sabendo-se necessariamente destinados a serem pastoreados, exigem dos seus pastores que a todo o tempo se proclamem seus iguais e formulem as mais elaboradas teorias para enaltecer os medíocres e a sua mediocridade.
Assim, se lhes falam em elites, sempre as tomam por inimigas e, na singeleza do seu espírito, sê-lo-ão todas as que não se identifiquem como seus pastores.
Uma lástima!
Mais uma vez a linguagem não engana a mostrar que a abertura da excelente e pobre mãe não teve correspondência a do filho.
Pasme-se com esta (um pouco suspeita) ode às "elites" que, de "arco-íris", se transformam num panegírico às ditas cujas.
Deixe-se para lá o "medíocre bestunto,o necessário destino, a exigência do pastoreio, o enaltecimento dos medíocres e a mediocridade enaltecida". Qualifica-o como o que é. e estamos conversados neste aspecto.
Veja-se o silêncio perante o exposto aí em cima, o abandono acobardado do dicionário e a defesa daquelas elites aqui citadas, essas mesmas, travestidas umas vezes de Miguel de vasconcelos, outras de Cavaco e Passos Coelho, de Carlos Costa e de Luís Albuquerque, de Belmiro e Ricardo Salgado, a fina flor, o escol, a nata ( sem maiúsculas porque não estamos para falar como pseudo-virgens)
Curiosamente ( ou talvez não) mantém-se as missas assaz piegas em torno de tais elites, "esquecidos" os derivativos de fuga em torno dos arco-íris e das suas cores.
Uma lástima ( sem ponto de exclamação porque não estamos para falar com estes requebros).
O Correio da Manhã é o mais ineficiente órgão de informação.
Ao longo de anos a dissecar o líder Sócrates não o consegue arredar do Olimpo da Esquerda!
Nunca aparece nas listas dos maus da Republica!
Surpreendente?
Não, de todo.
Suspiro.
Até onde vai este processo de fuga, este silêncio perante o exposto aí em cima? Deixámos para trás as fitas em torno do dicionário, dos pastores, da linguagem directamente pesporrenta a denunciar caracteres e personagens.
Passámos agora ao Correio da Manhã.
Isso será desespero, algum comportamento aditivo, incapacidade argumentativa ou manifestações cognitivas duam antiga data de nascimento?
Enviar um comentário