quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Quando a corrupção é tão visível

Álvaro Santos Pereira, ex-ministro de Passos Coelho, no seu mais recente livro em que fala da sua experiência como ministro da Economia e do que não é politicamente correcto, nomeadamente a ideia de que o PAEF (Programa de Assistência Económica e Financeira) é tão ineficaz como perverso:

Berlim e outro caso de uma moeda unificada
1) "Eu próprio tive alguns colegas de Governos europeus a relembrarem-me ser importante não nos esquecermos da solidariedade que tínhamos recebido da Europa, solidariedade que devia ser reconhecida nos processos de privatização."
(Claro, a face perversa dos PAEF é precisamente a venda ao desbarato de activos nacionais, vidé casos como EDP, REN, cedência da golden share na PT, e TAP na calha).

2) “Outro dos dossiês que fui aconselhado por muita gente a deixar de lado foi o das contrapartidas militares. Porquê? Porque o tema das contrapartidas foi sempre bastante controverso, envolvendo inúmeras suspeitas e acusações de corrupção e de financiamento partidário. Por isso, para muitos, esse era um assunto era proibi­do.
(Como está o inquérito criminal? Houve corruptor, mas não corruptos?)

3) "um dos membros da minha equipa foi abordado por um representante dos produtores da energia lhe disse que como sabia que estávamos muito ocupados e não tínhamos recursos, eles próprios poderiam fazer as transposições de directivas e que depois nos entregariam as leis para fazermos o que entendêssemos. Pelo que parece isso já tinha acontecido no passado."
(Veja-se Código do Trabalho, 2003. As tais gorduras orçamentais que se perpetuam).

4) "É igualmente fundamental que uma estratégia anticorrupção seja proposta e consensualizada entre os principais partidos portugueses, de forma a acabar com os com­portamentos menos transparentes, por vezes altamente lesivos do interesse público."
(Não se importa de elaborar mais sobre o que se passa? Talvez o MP o queira ouvir...).

5) "Não é com os programas de ajustamento actuais que vamos lá (...) Como poderá ser resolvido todo este elevadíssimo endividamento? Sinceramente, penso que a crise da dívida europeia só será resolvida com um reescalonamento a longo prazo da dívida dos países europeus mais endividados.
(Pois, mas quem foi que abraçou a camisola dos PAEF...?)

2 comentários:

RUBEN GOMES disse...

Antes demais, gostei deste seu Post.

Depois deixou-me intrigado que este texto não tivesse até ao momento nenhum comentário!
E pensei será que as fileiras politicas que tanto comentam os temas relacionados com os partidos, não tenham comentado este mesmo?!
Será que andam todos com o "rabinho" preso" e não querem comentar o que aqui diz?!

Eu digo que o que aqui está é a verdade nua e crua da nossa sociedade politica e dos nossos governantes qeu se vendem a troco de tudo e de nada, mas onde quem paga e pagará será sempre o mesmo, ou seja aqueles que no seu dia a dia lutam por uma melhor qualidade de vida e pagam devidamente os seus impostos a tempo a horas, ao contrário de muitos outros que gozam de milhões e na hora de pagar assobiam para o lado (caso da EDP, REN, entre outros conhecidos da opinião publica).

Este "Post" é mais uma prova evidente que é preciso mudar muito a politica em Portugal e os portugueses já estão cansados dos partidos do arco da governação, pois estes estão cheios de vícios e de falsas promessas, os outros partidos que resta e que fazem parte da Assembleia da República a mim também não me convencem, até porque ouço anos após anos o PCP dizer sempre o mesmo e o vazio de ideias apoderou-se dos seus membros e também é sabido que o modelo soviético/comunista não serve. Depois temos o BE que prometeu ser uma alternativa à altura e quem sabe até ser governo, mas por teimosia ou por medo de o ser, porque se calhar é bem mais fácil ser-se oposição e votar e ser-se sempre contra tudo, mesmo que nos digam algo, votamos contra, foi o lema do BE neste seu tempo de assembleia, e que entendo agora estar a chegar ao fim, porque as escaramuças internas e a falta de direito de opinião interna levou a que saíssem algum dos seus membros mais activos e que representavam a vontade de mudança.

Resta-me apenas nas próximas eleições votar e quem sabe apoiar, movimentos, ou novos partidos que possam surgir com ideias novas para o país e que não sejam reféns dos grandes grupos económicos e nem reféns da Europa que no seu modelo actual nada deve orgulhar aqueles que outrora a criaram, com base no modelo social europeu e que agora de social tem pouco e tem apenas de económico e de enriquecimento à custa daqueles que menos se podem proteger de tal vontade faminta dos grandes grupos económicos que querem a riqueza a todo o custo.

Enfim espera-nos um futuro difícil e os portugueses, na minha opinião terão em 2015 a oportunidade de mudar as coisas e fazerem nas eleições um novo 25 de Abril, um novo 5 de Outubro, um novo 1 de Dezembro, ou seja dar uma nova vida a Portugal.

Anónimo disse...

Rabinho preso?
Há aqui algum grande equívoco na compreensão.
Do texto de João Ramos de Almeida. Do que se escreve e do que escreve santos pereira.

A pressa em fazer campanha eleitoral (quer seja a favor quer seja contra o que quer que seja) resulta neste espectáculo um pouco risível e um pouco patético.

E como me é incómodo tal tipo de abordagem de certa forma ofensiva da inteligência alheia tenho que colocar os pontos nos is para o Sr Gomes perceber.

Ele que leia o que JRA escreveu e que leia o que comentou.Vamos assim que os "rabinhos presos" são mais eficazmente virados para outros que os que o Sr Gomes refere, tão confrangedoramente a despropósito

Não vou discutir os gostos políticos do referido senhor.Isso é só com ele,é da sua prerrogativa exclusiva e ainda bem que o é, embora confesse que pelo que escreve me não deixe com qualquer interesse de ler a propaganda eleitoral circundante

Prefiro referir-me ao que JRA escreve, em que, usando as próprias palavras do ministro nos faz ter acesso ao mundo privilegiado dos bastidores da má governação, da hipocrisia institucional, da chantagem da troika, dos negócios privados e da incoerência intrínseca dum ex-ministro a que se associa uma falta de coluna vertebral notável.

Os "rabinhos presos" serão outros.Infelizmente a pressa em marcar terreno nem sequer dá para ver as figuras tristes que se fazem

(Já agora que dizer de alguém que diz que "será que as fileiras politicas que tanto comentam os temas relacionados com os partidos, não tenham comentado este mesmo?!"? Nem se apercebe que foi exactamente o que fez o sr Ruben?)

De