quarta-feira, 18 de junho de 2014

Os «velocímetros» da Pordata


Não é de hoje nem é algo que prime propriamente pela incongruência. Na página da Pordata continua a investir-se em propaganda subliminar, tendo em vista - sob a capa de uma aparente neutralidade científica - sugestionar os visitantes para a voragem e desperdício de recursos orçamentais que o Estado, esse malandro gordo, desvia da «economia real» para esturrar em serviços públicos de educação e saúde. Tecnicamente, é tudo bastante simples: fazem-se cálculos, ao segundo, da despesa anual por sector e apresenta-se uma espécie de «velocímetros», cujo ritmo de rotação facilmente capta a atenção de quem consulta a base de dados da Fundação Pingo Doce.

Por uma questão de diversificação de indicadores e de refrescamento da página, fica aqui uma sugestão: apliquem agora estes velocímetros, por exemplo, ao aumento da dívida pública, ao número de famílias que deixam de poder pagar a casa, à evolução do crédito malparado, ou ao aumento de pedidos de ajuda alimentar recebidos por instituições e cantinas sociais. É bem possível que obtenham resultados igualmente «interessantes».

5 comentários:

R.B. NorTør disse...

Contas giras de se fazer, com base nos números:

(despesa em saúde+despesa em educação)/(pop potuguesa) < 1€/pessoa/dia

Julgando a notícia do aumento da dívida.

(Aumento da dívida em três meses em milhões)/92*/11** = (aprox 7€/pessoa/dia)

* - #dias em três meses, assumindo dois meses de 31 dias e um de 30
** - valor por excesso da pop

Anónimo disse...

Nunca vou ao PORDATA. O INE é muitíssimo melhor. Aliás, o Pordata limita-se a parasitar o INE, de forma grosseira e sem a mesma qualidade.

Anónimo disse...

Até que enfim alguém dá o nome aos bois:
"dados (...) do pingo doce"

De

vernon disse...

Compreende-se o interesse da fundação doce: é muita massa!

Enquanto o contador gira a adrenalina vai subindo e a vontade de deitar a mão a tanto caroço cria um frenesim alucinante.

antonieta disse...

Seria interessante contabilizar ao minuto o valor que é pago em impostos e taxas, supostamente para que nos sejam garantidos esses serviços de saúde, educação, mobilidade, cultura etc.