É por via das desigualdades salariais e da precariedade que as sociedades se tornam desiguais. Por outro lado, há uma relação entre rendimentos de trabalho e rendimentos de capital que tem que ser reequilibrada. Mas, ao nível dos salários, é importante pensar em formas de redistribuição entre os rendimentos mais altos e os mais baixos (...) Cortar no Estado social é dizer que a nossa economia, a prazo, vai ter grandes dificuldades em recuperar. A não ser, claro, que estejamos a pensar num modelo de um país subdesenvolvido. Se é assim, assuma-se que o que queremos é uma sociedade de baixos salários e mão-de-obra intensiva, com trabalhadores precários.
Excertos da notável entrevista que o Público fez ontem a Renato Carmo, tomando com bom pretexto o lançamento de um livro por si coordenado e que compila artigos publicados no Le Monde diplomatique - edição portuguesa. O resto pode ser lido aqui (via câmara corporativa).
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