quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Da saída do euro e outras agruras

A crise grega trouxe de volta ao debate público a possibilidade de saída do euro por parte de alguns países (tipicamente, os do sul da Europa). Esta ideia é recorrentemente apresentada numa lógica de pedagogia do medo, representada por este post de Vitor Bento (que reproduz uma análise de por Nouriel Roubini).

A saída do euro está longe de ser o nosso pior pesadelo – simplesmente, porque é mais fácil o euro desaparecer como sistema monetário do que verificarem-se saídas pontuais deste ou daquele país (este estudo do Eurointelligence ajuda a perceber porquê).

Na verdade, não acredito que o fim do euro esteja para breve. Mas também não vejo solução para aquilo que se avizinha nos próximos anos – austeridade fiscal, crescimento anémico na generalidade dos países da zona euro, desemprego elevado e crescentes tensões na gestão da política monetária ao nível continental. E esse é o único cenário em que vislumbro um desmembramento da zona euro - aquele que resulta da acumulação de tensões sociais e políticas provocadas por uma arquitectura de gestão macroeconómica insustentável.

Se a zona euro se desmembrar não será porque há uns Estados pária e outros virtuosos – é porque as decisões tomadas na construção do regime vigente foram menos do que razoáveis.

7 comentários:

Anónimo disse...

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Joca disse...

Se o actual €uro se desmoronasse, passaria provavelmente a ser um "Novo Marco" com os engulhos políticos que isso produziria em vários países, nomeadamente em França.

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

Subjacente à política monetária do Euro esteve a vontade da Europa se reconstituir como renovado potentado económico e político à escala global num mundo unipolar, no entanto a crise demográfica do velho Continente e a emergência das novas potências tem deixado os estrategas políticos das instituições europeias sem grandes margens de manobra. No entanto, a questão básica e de sobrevivência da Humanidade é da necessidade de uma renovação Civilizacional do paradigma dominante nesta Era Global de grandes incertezas. Ora vejamos: os Direitos Humanos não são respeitados em alguns dos países emergentes, os cidadãos têm perdido qualidade de vida com o desenvolvimento, os países em vias de desenvolvimento estão bem distantes dos padrões mínimos da existência digna como se vê na dificuldade de fazer cumprir os grandes Objectivos de Desenvolvimento do Milénio da ONU assinados por quase 200 países no ano 2000.

Cordiais saudações, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

Dias disse...

Ponto prévio. É normal que não haja partilha de opiniões, de pessoas que têm perspectivas diferentes na resolução dos problemas, com antagonismos de ordem diversa.
Mas em relação ao Sr. Conselheiro de Estado Vítor Bento – aliás, tal como ao Sr. Dias Loureiro e ao frei Tomás – tenho alguma dificuldade em reconhecer-lhe autoridade moral para “ler” as suas ideias.

Quanto ao artigo que o senhor VB cita, a subida abrupta do euro é apresentada como uma razão da “falta de competitividade” em relação a outros, principalmente China e Índia. É sempre a mesma cantiga. Quais os direitos dos trabalhadores nesses países e quais as suas restrições ambientais? Para que civilização caminhamos com esta espécie de globalização?
Nestas circunstâncias, também não me parece que a saída técnica do euro, ainda que hipotética, seja a solução.

Como RP Mamede escreveu noutro post:” A verdade é que o sistema vigente consegue garantir a concretização paulatina na UE do projecto neoliberal de sociedade…” Até quando, esta é a questão.

Luís disse...

Essa da pedagogia do medo tem graça.

Vai vou abrir uma excepção e vou recomendar uma leitura:

This time is different do Rogoff e da outra, tanto em livro como em artigo da NBER;

talvez o artigo seja mais útil para assimilação de ideias.


Depois os ladrões ainda vêm escrever um artigo a dizer que o economista americano, mais um lacaio do FMI, é um espalha brasas;

para serem coerentes deviam também dizer que anda-se a cagar de medo por não querer meter dinheiro cá na porcalhota (vulgo brandoa, tb Amadora; zona norte de lisboa; bons quadros de partido)!

Ai, ai; que a europa tem um projecto neoliberal; ai, ai que magoa as pessoas e os animais;!
Num há paxorra, ainda vão todas acabar a cantar a internacional; talvez qd aqui a esquerda autócone se juntar na candidatura do Alegre (resta uma pergunta, que é q a gente vai fazer com o Sócrates?)!

Agora a sério; o projecto neoliberal é uma coisa, a gestão do graveto é outra; claro q têm interdependências, por isso lhe gosto de chamar da "economia da dívida"; pq foi a acumulação absurda de stocks de dívida que permitiu toda este exprementalismo económico e social; pedir défices é pedir mais do mesmo, é pedir para viver, quando o que está em causa é como vamos sobreviver...

OUTRA ECONOMIA DE GUERRA, JÁ!

Anónimo disse...

Análise básica do dia: o candidato republicano era o mais giro. Eu sou suspeito porque sou considerado por quem me conhece como um perfeito idiota mas pronto, estou convencido que nos EUA ganha sempre o que tem a imagem mais sexy, o que tem perfil de estrela de cinema, o "star quality". Mas pronto é a opinião de um idiota que nem interessa ao menino Jesus. A propósito: Pedro Passos Coelho está no país errado.
P.S. Não é falta de auto estima não: é arrogância - ser considerado um "perfeito idiota" pelos meus patrícios é uma honra.

m.pat disse...

Gostaria de ver comentadas as novas medidas de Obama para a Banca