terça-feira, 6 de novembro de 2007

A crise que veio para ficar

«Um crash em câmara lenta» esta é a feliz expressão de Jerome (um dos melhores bloggers de economia que eu conheço). Com novas revelações que apenas se limitam a confirmar as consequências desastrosas da complacência neoliberal dos governos dos dois lados do Atlântico.

Agora foi a vez do Citigroup. Robert Rubin (ex-secretário do tesouro de Clinton) é o novo chefe deste colosso financeiro em grandes dificuldades. Refira-se a título de curiosidade que este mega-banco é o resultado da irresponsável desregulamentação promovida pelos «novos democratas» no tempo em que se anunciava o fim dos ciclos económicos em capitalismo.

Keynes já havia afirmado que nas actividades financeiras «mais vale fracassar com as convenções do que ser bem sucedido contra elas». Os responsáveis por esta crise que o digam agora que estão a abrir os seus «paraquedas dourados». Os pobres que fiquem sem as suas casas e os governos que apanhem os «cacos». Já vai sendo tempo de tirar todas as ilações de duas décadas de desastres financeiros neoliberais.

4 comentários:

L. Rodrigues disse...

O mais curioso deste crash é que parece ser tão lento porque ninguém sabe verdadeiramente o que vale o quê. Tal é a clarividência dos operadores e transparência dos mercados...

João Rodrigues disse...

Bem visto L. Rodrigues. A opacidade e um produto da concorrencia desenfreada...

Diogo disse...

João Rodrigues disse... «Caro Diogo, os partidos são uma condição necessária, mas não suficiente da democracia. A internet tem o seu lugar, como espaço de intervenção e de debate. Não vale a pena exagerar a sua capacidade de transformação.»


Pierre Lévy - A Internet vai acabar com os políticos

Num futuro não muito distante, as fronteiras territoriais serão abolidas e ninguém mais vai precisar de líderes. A democracia estará disseminada pelo globo, e a humanidade viverá sob um único governo planetário. Tudo graças à rede mundial de computadores, a Internet. Pelo menos é o que espera o pensador francês Pierre Lévy, 43 anos, tido como o mais optimista dos filósofos europeus contemporâneos.

Pedro Sá disse...

Não tomemos a nuvem por Juno...