Essa despesa adicional contará só para efeitos de desperdício e de destruição, por um lado, e de enriquecimento adicional para os que, dos dois lados do Atlântico, lucrarão com este complexo militar-industrial agigantado, por outro. A despesa socioeconomicamente útil empodera as classes populares e isso não pode ser.
A Alemanha está em guerra, disse o futuro Chanceler no parlamento cessante, até porque o novo parlamento não teria a maioria adequada e daí a votação. A erosão das normas democráticas faz parte deste perigoso processo de inflação do medo. Faz lembrar 1914, a caminho de 1939. A analogia histórica não funciona, porque há armas nucleares, embora, felizmente, ainda não controladas pela Alemanha.
Os verdes e os sociais-democratas com bombas, referências internacionais para vários partidos do burgo, foram decisivos nesta aprovação. O défice gerado com despesa em infraestruturas e com combate às alterações climáticas não pode ultrapassar, respetivamente, 0,6% e 0,4% do PIB. As prioridades alemãs são reveladoras, estando rigorosamente erradas para quem quer chegar ao fim do mês e evitar o fim do mundo.
Entretanto, no Reino Unido, os “trabalhistas”, herdeiros de Thatcher-Blair, assumem já a austeridade mais selvagem sobre os setores mais vulneráveis da sociedade britânica, com cortes em prestações sociais decisivas, canalizando recursos para a guerra e esperando explicitamente que os jovens mais pobres se alistem, até porque terão menos alternativas de vida.
O neoliberalismo, cada vez mais armado e perigoso, abre mesmo o caminho ao neofascismo. Tem de ser travado.
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