As televisões insistem nos carros deslocados pela violência das correntes, nas pontes tão facilmente derrubadas, nas imagens dramáticas dos resgates ou no cenário pós-apocalíptico que se seguiu. O capitaloceno é real, isso todos têm já a obrigação de saber. Serão cada vez mais os que tiram as conclusões radicais que se impõem.
Pela minha parte, partilho uma imagem particularmente violenta: um trabalhador, compelido por uma empresa capitalista da distribuição, arrisca a sua vida. Morreu-se assim na região valenciana.
Morre-se muito a trabalhar, porque as empresas colocam o lucro acima da vida. Ainda não há freios e contrapesos coletivos suficientes ao seu poder no presente momento da história. Os capitalistas têm ganho demasiadas lutas de classes.
Lembro-me da economia que mata de um Papa Francisco que dá a ver a conexões, da fórmula imorredoura de Chico Mendes, sindicalista da Amazónia morto a tiro - “ambientalismo sem luta de classes é jardinagem” -, ou de um slogan que vai à raiz: “fim do mundo, fim do mês, a mesma luta”.
Temos de ligar tudo, já que é de superar o capitaloceno que se trata.
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