Fonte: AMECO |
Um dos argumentos clássicos esgrimidos pela direita - como o usado no Jornal de Negócios pelo dirigente centrista Adolfo Mesquita Nunes - é o de que, em vez de discutir a distribuição do rendimento, se devia discutir sim, como criar riqueza, para - depois... - se poder distribuí-la.
Escreve o dirigente:
"Passamos mais tempo a discutir como repartir a riqueza existente do que em encontrar formas de aumentar a riqueza para que haja mais para repartir e por mais gente e mais justamente".Quando se olha para o gráfico em cima, percebe-se bem como essa ideia serviu para que nunca se efectuasse, de facto, uma justa repartição do rendimento e como representa, sim, uma efectiva batota intelectual. Era sempre "para depois". E as opções adoptadas não melhoraram as opções do país. Pelo contrário, fecharam-nas. Até o CDS passou de eurocéptico, a fervoroso europeísta, embora - como se isso fizesse alguma diferença... - não federalista!
O gráfico revela como foi que as forças organizadas dos trabalhadores foram perdendo a batalha e para que serviu o "arco da governação", muito alicerçado num PS que foi perdendo a sua matriz social-democrata - primeiro colado a uma versão norte-americana da economia (para não falar de outras dimensões políticas) e, depois, rendido à versão europeia do neoliberalismo.
Tirando a evolução até 1974 (mais fruto das tensões inflacionistas externas e consequentes movimentos laborais); tirando a aparente explosão dos salários em 1974/75 - tanto devida à subida dos salários e criação do salário mínimo, como da quebra do PIB; e tirando as políticas eleitoralistas de Cavaco Silva para conseguir a maioria absoluta em 1991 (criação do NSR para a Função Pública), tudo o resto foi uma contínua e prolongada guerra aos salários, sempre em nome de como "encontrar formas de aumentar a riqueza para depois distribuí-la".
Essa queda é visível naqueles dados da AMECO, embora a OIT tenha uma visão ainda mais negativa, como é assinalado num artigo do Alexandre Abreu.
Essa guerra fez-se através de políticas laborais que visaram ou contribuíram para a redução salarial, alegadamente para que "a economia" pudesse melhorar e modernizar-se. Foi assim, na intervenção do FMI em 1982/84. Foi assim na constante e continuada perda do poder de compra salarial. Foi assim na criação do Código do Trabalho em 2003 (PSD/CDS), foi assim nas sucessivas alterações ao Código de 2009 (PS com a direita). E foi assim sobretudo com intervenção externa desde Março de 2010 e que redundou na alteração ao Código de 2012 (PSD/CDS e com PS que quase tudo tem mantido em vigor).
Este rolo compressor foi - de certa forma - assumido por António Costa no último debate parlamentar do Estado da Nação. Ao querer defender a recente legislação laboral supostamente contra a precariedade - que está em debate e votação até ao final desta semana - disse algo como: "Esta legislação é a única favorável aos trabalhadores desde 1976". Algo que é estranho mesmo neste caso, já que são os partidos à direita que fazem força para a aprovar. Aliás, acrescente-se, o PS chumbou - com a direita - todas as propostas à esquerda relativamente a um conjunto variado de temas.
Resultado: o peso dos salários no PIB caiu, tem vindo a cair e só recuperou muito ligeiramente nestes últimos anos de um governo PS apoiado pelo PCP e BE. E sublinhe-se o "muito ligeiramente"!
Em 2012, no ano da aprovação de um pesado pacote laboral, os salários - segundo a AMECO - correspondiam a 54% do PIB, mas em 2018 ainda só pesam 52,1%. O peso actual dos salários está mesmo abaixo dos níveis da década de 60 do século XX! A CGTP já alerta para essa situação e vê potencial de subida salarial.
Por isso, jovem e simpático Adolfo Mesquita Nunes, chega de usar velhos argumentos de décadas e quase diria séculos. Se há coisa que Portugal do seu futuro precisa é de valorizar os rendimentos do trabalho. Sob pena de Portugal não ter futuro.
28 comentários:
Uma pergunta de ignorante: o que quer dizer o peso dos salários no PIB?
A percentagem de PIB que é dedicada aos salários.
Temos aqui 2 variaves. PIB e valor dos salários.
Foram os salários que diminuiram para o mesmo PIB? Significa que o País não cresceu como esperado, e os salários ressentiram isso.
Foi o PIB que aumentou para os mesmos (ou menores) salários? Significa uma má redistribuição da riqueza.
Sem observar as variávies Salários e PIB por si mesmas, a relação é dificil de perceber
@DFerreira
Não, o PIB vai no sentido contrário da inflação e decresce todos os anos... Aqui e no mundo inteiro, desde os anos 70. Senão fosse assim, qualquer dia ainda tinhamos o presidente do banco central americano a dizer que a curva de Phillips não é realista.
Caro DFerreira,
O PIB é o valor criado num dado momento, num dado território. E pode ser estimado de várias formas. A forma que se está a preferir neste artigo é a que resulta da soma dos principais tipos de rendimentos gerados na sociedade - salários e lucros.
Estimar o peso dos salários no PIB e seguir a sua evolução é um indicador da repartição do rendimento. Se ao longo do tempo, caiu o peso dos salários no conjunto do rendimento gerado, então isso quer dizer que, por cada unidade de rendimento gerado, parte do rendimento que antes era distribuído como salários passou a ser absorvido como lucros.
Claro que pode haver muitas razões para um maior ou menor peso dos salários ou dos lucros e para a sua variação. Neste caso, a principal causa tem a ver com alterações legais que conduziram a uma menor evolução salarial, tida como vantajosa para uma maior produtividade nacional. Ou seja, se dermos maior papel aos lucros, os seus detentores - que são pessoas de bem e mais conhecedoras - sabê-lo-ão gerir melhor do que os pobres trabalhadores analfabetos. Este é um raciocínio que já vem do Adam Smith (Ler A Riqueza das Nações).
Mas creio que a parte do artigo que o confundiu foi quando foi afirmado que o peso dos salários em 1974/75 subiu porque o PIB afundou nesses anos. Quando se diz "afundou" não quer dizer que tenha se deixado de criar valor: a variação de um ano para outro é que foi negativa. Criou-se menos riqueza em relação ao anterior anterior, mas criou-se. Ora, para o peso dos salários no PIB ter subido daquela forma é possível que tenha sido motivado por: 1) uma subida real dos salários (o que se verificou) e 2) por uma redução do rendimento gerado (não se esqueça que foi uma altura conturbada, com uma intensidade de luta política, houve fuga de capitais, muitos patrões fugiram mesmo do país, etc., etc.).
Portanto, o interessante verificar é que, apesar de se ter verificado uma tão pronunciada queda do peso dos salários no PIB ao longo de décadas, isso não alterou as debilidade estruturais do país. E a prova disso é que, de cada vez que o investimento cresce (como agora), o défice externo aumenta. E aumenta mais do que cresce o PIB, aumentando a parte do rendimento que sai do país.
E ainda mais interessante é que a direita - que tanto advoga os benefícios de uma repartição do rendimento para o lado dos lucros - ainda tem o desplante de suscitar essa questão no debate político como prova da necessidade da manutenção dessas políticas!
Segundo percebo do gráfico, atualmente o peso dos salários no PIB é superior a 50% (sempre foi). Ou seja, há uma repartição praticamente igual (igualitária) do PIB entre salários e lucros. Repito: praticamente igual.
Em 1975, de acordo com o gráfico, os salários representavam 90% do PIB?! A sério, 90%? Alguém acredita nesses números? 10% para tudo o resto: serviços, energia, compras, custos de contexto?! Apenas esse ponto demonstra que esse gráfico não tem qualquer credibilidade! Mesmo que tenha alguma credibilidade, e considerando que os dados estão correctos, os salários perdem poder essencialmente durante o reinado do Escudo e estabilizam durante o reinado do Euro. Fica a reflexão para os eurocépticos.
Está por acaso ainda Almeida a dizer que o gráfico vê o peso dos salários numa dicotomia salários vs lucros? Escreve Almeida que "O PIB é o valor criado num dado momento, num dado território. E pode ser estimado de várias formas. A forma que se está a preferir neste artigo é a que resulta da soma dos principais tipos de rendimentos gerados na sociedade - salários e lucros." Negrito meu!
Quer isto dizer que em 2017 45% do PIB é para lucros? Tem noção da barbaridade do que está a dizer? Basta ver a receita anual de IRC, fazer alguma matemática considerando a taxa média de IRC, e ver que não tem pés nem cabeça essa explicação dicotómica.
Oh João Ramos de Almeida e a esquerda ao promover défices excessivos e ter pouco rigor nas contas públicas, não aumenta por conseguinte a dívida pública e os rendimentos de capital, isto é, juros?
Mais défice => Mais dívida => Mais juros => Mais dividendos de capital => Para o mesmo PIB, menos % do PIB para salários
Será que João Ramos de Almeida não consegue estabelecer um simples encadeamento lógico? Ou a ideologia cega-o?
Fala joão pimentle ferreira em credibilidade
Esta só mesmo para rir.
Faz parte duma rede de perfis falsos com tentáculos directos a figuras gradas do psd.
Agora vem falar de credibilidade?
Sobre a cegueira que cega joao pimentel ferreira ( ou miguel ou rao arques ou pedro ou vitor and so on )
(Porque o tema da credibilidade é importante voltaremos a este).
Porque é importante denunciar quem fala em encadeamento lógico e nem sequer sabe ler gráficos ou diz calinadas impensáveis avancemos com alguns factos indesmentíveis:
De como João pimentel tentou meter à força 700 000 portugueses em Inglaterra:
https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2017/10/pressoes-ha-muitas_30.html
De como joão pimnetel ferreira foi obrigado a reconhecer que os seus encadeamenos lógicos afinal eram uma fraude ( ele dirá que foram um "erro de cálculo):
https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2017/11/da-relativizacao-politica-e-mediatica.html
A ideologia cegará mesmo Joao pimentel ferreira ou passa por aqui também a aldrabice dum criador de perfis falsos?
Um picolo princípio
Não percamos tempo com o aldrabão do Pimentel Ferreita que ensaia uma reentrada como se as suas atoardas não tivessem já sido todas cabalmente desmontadas. É só um caso de falta de vergonha na cara.
Passando às coisas sérias, chamo a vossa atenção para este video do Mark Blyth que explica a questão crucial dos "regimes":
https://www.youtube.com/watch?v=yWsMfmNXUYQ
Relacionem os "regimes" (inflacionista / deflacionista) com o gráfico do peso dos salários no PIB.
S.T.
Os trols da praxe que sob a capa de anonimato se cingem meramente a críticas ad hominem.
O partido dos 2 Pês tem mais cobertura mediática que o PS e PSD, embora e como diz Rangel, tudo fazem para justificar a "medalha" dos campeões do voto fútil.
São os preferidos dos corporate media, os outlets dos oligarcas.
Estão a ver porquê, certo?
Em 75, de acordo com o gráfico, os salários representavam mais de 90% do PIB,irrealista mesmo pensando que em 75 havia uma escassez tal de bens de consumo que as prateleiras das mercearias estavam vazias e as bichas para o pão demoravam horas e a única coisa que havia de bom eram as senhas de gasolina para os militares, 25 litros se bem me lembro e a manutenção militar cheia de goods não tinha pão mas tinha brioche
e um pib onde robots fazem a maior parte do trabalho nos serviços e nas fábricas tenderá a diminuir o peso dos salários
Já foi há quase duas semanas que as obrigações do tesouro francesas a dez anos entraram em território negativo.
"France issued its first-ever 10-year bond at a negative borrowing rate today, meaning investors pay, rather than receive, interest for the privilege of owning French sovereign debt, the state debt management agency AFT said."
https://www.rte.ie/news/business/2019/0704/1060125-french-bonds/
Factos como este podem ser avaliados segundo pelo menos dois prismas. Primeiro é que os investidores pagam para que se lhes guarde o dinheiro, o que implica que o estado francês é pago para investir em infraestruturas, por exemplo. Isto é, o estado pode construir por exemplo uma ponte que irá beneficiar a actividade económica numa dada região e gerar mais impostos no futuro sem ter que pagar juros desse investimento, pelo contrário, ainda recebe! LOL
O segundo ponto de vista dentre outros possíveis é que os investidores privados não encontram melhor aplicação para o seu capital, o que significa que a taxa de juro natural é negativa.
O que quer dizer que a procissão ainda não saiu do adro, ou em economês, a EMU ainda não saiu do "zero lower bound".
E isto remete-nos para as causas da misteriosa "estagnação secular" que o Diogo Martins trata no seu último post:
"A existência desta diferença significa que transferências de rendimento das classes mais altas para as classes mais baixas favorecem o aumento do consumo privado e o crescimento económico, ao passo que o contrário sucede se as transferências tiverem o sentido oposto. Com efeito, uma sociedade que tem grande parte do seu rendimento concentrado no topo está sujeita a uma tendência secular para a diminuição da procura privada para consumo. A menos que esse efeito seja compensado por um choque positivo das exportações ou do investimento privado, terá de ser o Estado a injetar procura na economia através de consumo e/ou investimento público, de modo a que a procura global não diminua. Este canal confere às economias mais desiguais um viés para a estagnação económica e uma pressão acrescida sobre as finanças públicas."
Até a nova patroa do BCE o reconhece:
“If we had not had those negative rates, we would be in a much worse place today, with inflation probably lower than where it is, with growth probably lower than where we have it.”
https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-07-03/the-world-of-monetary-policy-according-to-christine-lagarde
E é um poucochinho mais explícita em relação a um facto que é familiar a qualquer keynesiano que se preze: Quando a política monetária chega ao seu limite, cabe aos governos através da política fiscal resolver o problema:
“Monetary policy should remain accommodative where inflation is below target, and should anchor expectations. [...] The reality is that many economies are not resilient enough. High public debt and low interest rates have left limited room to act when the next downturn comes, which inevitably it will. For many countries, this implies making smarter use of fiscal policy.”
(Lagarde)Também disse isto:
“Our goal should be clear: Restarting convergence and ensuring the fruits of economic growth are shared broadly across the EU. This will help restore faith in the European project.”
Será que eu li bem? "convergência"?
Fico na espectativa e com uma enorme curiosidade para ver como é que Lagarde vai forçar os governos ordoliberais do centro da EU a fazer aquilo que já há mais de uma década era premente e necessário.
Vai ser uma versão do paradoxo "an unstoppable force collides with an immovable object" e se a montanha não parir um rato(a), vai ser épico.
S.T.
Caro João Pimentel,
O quer perpassa das suas palavras - um pouco raivosas, diga-se de passagem - é o espanto. E o seu espanto é o espanto de qualquer pessoa sensível que verifica una realidade que parece inverosímil. De facto, o peso dos salários no PIB não tem parado de cair. Ponto.
Se tem dúvidas metodológicas, sugiro-lhe que consulte o sítio do INE (www.ine.pt), nomeadamente quanto a Contas nacionais ou na parte de conceitos (http://smi.ine.pt/ConceitoPorTema?clear=True). Procure, por exemplo, peso das despesas com pessoal no VAB e peso dos excedentes brutos de exploração no VAB e verá que se há alguma deriva ideológica, é porque ela existe na metodologia do INE que, por sua vez, segue o Eurostat. A AMECO é uma base de dados comunitária, não foi criada por algum Comintern que na sua cabeça possa ter sido entretanto criado desde que foi extinto antes da sua guerra mundial.
Está a laborar num erro. Salários são de facto um custo para as empresas como o podem ser outro tipo de custos. Mas aqui os salários estão a ser tratados na óptica do rendimento.
VAB = Remunerações + excedente brutos de Exploração + subsídios - impostos (salvo erro)
Mas também poderias ser na óptica da produção:
VAB = Valor da facturação - custos intermédios + subsídios - impostos (salvo erro)
Os custos de energia, salários, etc. estão nos custos intermédios e entram no cálculo do VAB mas na óptica da produção. Os salários e excedentes brutos de exploração (vulgo lucros) surgem no calculo na óptica do rendimento.
Portanto, quando se estima o peso dos salários ou dos lucros no Valor Acrescentado, tem se uma noção de como é que a riqueza gerada está a ser distribuída entre os detentores do capital e os da força de trabalho. Esta foi para o provocar :-). É uma metodologia que é seguida por toda a gente. A interpretação dos números é que pode diferir consoante as ideias de cada um.
Mas eu percebo o seu espanto. São poucas as pessoas que têm a percepção que, nas últimas décadas, os salários têm perdido peso no conjunto do valor criado. E isso tão preocupante - mesmo para si! - a ponto de achar que as contas estão mal feitas!
Outra coisa são os valores de 1974/75. É possível que os números estejam apurados de forma deficiente. Foram anos complicados. Não sei. Mas limitei-me a seguir uma série longa que foi produzida pela insuspeita AMECO que, por acaso, é até mais optimista do que a metodologia da OIT.
Como vê, estamos todos a tentar compreender o real. Aconselhava-o a tentar moderar os seus primeiros ímpetos. Às vezes, as nossas primeiras ideias nem sempre condizem com a realidade e vão atrás do que queremos pensar. E arriscamo-nos a fazer más figuras. Mas também disso não vem mal ao mundo, desde que estejamos prontos a admitir o erro.
E mais umas notas:
1. não, os salários não estabilizam com o euro, pelo contrário. Basta olhar para o gráfico, coisa que parece ter visto apressadamente. O euro - a fixação de taxas de câmbio - inicia-se no ano 2000. Desde aí, o ratio não para de descer.
2. IRC e % dos lucros. Está a misturar alhos com bugalhos. A matéria colectável sobre a qual incide a taxa de IRC é um conceito diferente dos lucros para efeitos de Contas nacionais. Não pode fazer essa aritmética de café.
3. Quanto aos encadeamentos lógicos, peço perdão mas perdi-me nos seus,. Não vejo a relação entre o tema do artigo e a sua referência. Aconselho-o a respirar mais e a escrever com mais calma.
A burla da direita começa logo que a redistribuição já está a ser feita, mas apenas entre capitalistas e gestores.
Porque se a redistribuição fosse mesmo travada apenas pela necessidade de crescimento, então a contenção teria de ser aplicada a todos e não apenas aos trabalhadores.
Assim, por exemplo, os salários dos gestores teriam de ser substancialmente reduzidos a uma pequena fracção do que são agora e a maior parte dos lucros deixar de ser distribuída pelos acionistas para ser obrigatoriamente afetada ao reinvestimento nas empresas.
Claro que nada disto se passa, o que prova que a ideologia da direita não passa de uma burla.
Para mim um Mesquita Nunes não passa de um criminoso de delito comum ao nível de qualquer burlão que ande a enganar as pessoas.
A notícia é a de que o peso dos salários no PIB vai continuar a cair.
Chama-se ao fenómeno progresso tecnológico e a automação é a sua manifestação mais próxima.
Caro João Ramos de Almeida
1. Pode facultar uma fonte direta para o gráfico que apresenta? Após uma pesquisa rápida no Google não encontrei nada.
2. Nunca disse que o rácio dos salários em função do PIB não tivesse diminuído; disse apenas que é completamente irrealista acreditar que em 1975, independentemente do momento em causa, 90% do PIB tivesse ido para salários.
3. Também não disse que o rácio após 2002 não tivesse diminuído, mas quando digo "estabilizou", refiro-me ao diferencial enorme que se dá no reinado do Escudo vs reinado do Euro, isto a acreditar nos dados do gráfico. Veja o exemplo do salário mínimo nacional em paridade poder de compra, de acordo com os dados do próprio INE. O valor que o salário mínimo real tem em 2017 (€535, acerto IPC, base 2011), é 26 porcento superior ao valor real que tinha em 2002 (€424, acerto IPC, base 2011), data da entrada na moeda única; já o salário mínimo real em 2002 (€424), data da entrada na moeda única, é 21 porcento inferior ao valor real que tinha em 1975 (€535, IPC, base 2011). E qual a diferença entre estes dois períodos? A divisa! De referir que o índice IPC faz referência ao Índice de Preços ao Consumidor e tem em consideração o cabaz de produtos e serviços do cidadão médio. Logo, se há pessoas que mais beneficiaram com o Euro, indubitavelmente que foram os assalariados e pensionistas portugueses, devido à estabilidade da divisa.
4. Como foi referido há vários factores que podem levar ao abaixamento do rácio do PIB para salários, sem que propriamente as pessoas vivam pior. Assim de repente lembro-me de três: a) maquinaria que passou a executar muito do trabalho repetitivo; b) o enorme engrandecimento do estado social com os seus diversos apoios sociais, que já consomem uma grande fatia do PIB, e que tem vindo a crescer substancialmente desde há muitas décadas; c) o aumento da carga fiscal em percentagem do PIB que tem crescido sempre desde há décadas.
5. O encadeamento lógico é simples, economicamente intuitivo e básico: Mais défice => Mais dívida => Mais juros => Mais dividendos de capital => Para o mesmo PIB, menos % do PIB para salários. Não vale a pena dizer que gosta da premissa (mais défice), mas que não gosta da conclusão (mais dividendos de capital), como é apanágio da esquerda. Terá sim de desconstruir o encadeamento lógico, e encontrar-lhe falácias intermédias. Bem sei que a Lógica não medra na esquerda, mas estamos para aqui para o debate.
Cumprimentos
Não sou economista, ao longo dos anos tenho criticado os economistas do regime, que continuam a defender os interesses dos seus amos (sucessivos governos), do capitalismo e o imperialismo em geral. em 2015, num estudo feito, creio por uma universidade;"Até 2020, os EUA vão continuar a ser o país com mais milionários, com 20.167 indivíduos (+32% do que este ano), de um total mundial previsto de 49.273 milionários (+46%)".
Espero que um dia alguns economistas, tenham a coragem de estarem ao lado dos explorados e não dos exploradores!
E fico por aqui, porque posso ser multado ou preso (Artigo 180º do Código Penal).
Pela Revogação imediata!
O pico em 1975 terá certamente a ver com os largos milhares de retornados que tiveram de ser reintegrados no Estado em Portugal (que nessa altura incluía quase todas as grandes empresas do país), nomeadamente todos os funcionários bancários, funcionários públicos, empregados de grandes grupos económicos nacionalizados, etc.
Ahahah
Mete alguma piada ver os buracos argumentativos causados por João Ramos de Almeida nas cabotinices raivosas iniciais de joão pedro pimentel ferreira
Como o tom amacia. Como agora é todo salamaleques e cumprimentos.
Já disse o que não disse.E não disse o que disse.
E continua a fazer aquelas cenas de pantomina já tantas vezes aqui desmascaradas
Bem sabemos que a lógica não medra no joão pimentel ferreira. Mas podemos dar os links onde todo este paleio pró-euro e prõ austeridade foi esmagado
Foi apanhado um tubarão do PSD com a pata no pote. Criador de uma rede de perfis falsos, foi obrigado a demitir-se e a dar à sola. Produzira notícias falsas, insultuosas, mentira, manipulara, abjectara-se.
João pimentel ferreira tem ligaçóes a este sujeito.E também alimenta uma rede de perfis falsos
"Pedro" é um dos seus nicks
Aparece "pedro" aqui muito "progressista", com aquele tom que alguém já comparou ao de uma varina da Holanda, a zurzir na "burla da direita" e no criminoso comum...
O comentário está escrito neste tom vulgar aí em cima expresso. Não muito longe vão os tempos em que "pedro estudava o seminal do nazismo e outras pedantices do género
E ainda mais perto os tempos em que ele,"pedro", como bom camarada da direita racista e xenófoba escrevia estas pérolas:
"No outro dia vi um grupo numeroso de pretos a entrar como clientes no Tavares Rico, onde eu nunca entrei, porque só posso entrar se for para servir á mesa ou lavar pratos.
E sabe quals são os apartamentos mais caros do país ? São umas torres todas futuristas na baía de Cascais. Aquilo custa quase um milhão de euros por divisão.
"Sabe quem lá mora ? Principalmente angolanos e chineses.
Eu sou louro, mas também não posso lá entrar porque tem segurança privada á porta que só deixa entrar com autorização dos donos dos apartamentos milionários - principalmente pretos e os chineses"
Uns maus... estes "pretos e chineses"
Pedro ( pimentel ferreira) está convencido, que a mobilização do racismo é eficaz na luta contra as esquerdas, consolidando a variante reaccionária do neoliberalismo, depois do colapso da sua variante cultural pretensamente progressista. Só lhe falta encontrar um Trump ou um Bolsonaro luso. Ele e outros andam à procura"
"Pedro", ou aliás joão pimentel ferreira tenta. Com ou sem máscara.
E por isso precisa de alimentar a idiotice oca dum rebolucionário que afinal não passa duma liberal bonifácio.
A criação do boneco é que está um pouco preta
Temos portanto as bichas para o pão que demoravam horas e horas...
Ahahah. A direita pateta está de todo destrambelhada.
E então os supermercados ainda por criar em 1975, como não teriam as prateleiras vazias?
É pá, estes tipos são tão idiotas que pensam que por cá se engolem os cálculos do Pimentel e as suas baforadas de delirante neoliberal da treta?
Mas há aqui um enorme desnorte. Repetem as mesmas idiotices aprendidas ali ao lado no Observador
Voam em bandos. De Nicks lol
Pois é.
Uma excelente lição para alguns, em que sobressai a paciência do Ramos de Almeida para explicar o b-a-ba
Já agora aquele papaguear €535, acerto IPC, base €424, acerto IPC, base 2011 ,blablabla, em modo de aldrabão de feira já foi aqui várias vezes transcrito no Ladrões.
Curiosamente sob nicks diferentes do agora em uso pelo pimentel ferreira
Parece que se confirma mesmo a verdadeira natureza deste tipo
O Pimentel queria "conversa".
Será no mínimo estranho que um "ingeñero" não seja capaz de pesquisar no google AMECO database.
Afinal não é rocket science.
O resto são "buchas" com os seus achismos. Pimentel "acha" frito, Pimentel "acha" cozido.
Contexto? Zero. Factos? Zero. Fontes? Zero.
Como se o seu quadro ideológico de pensamento lhe caísse do céu aos trambolhões. Esperteza saloia... Quem não te conhecer que te compre.
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