domingo, 26 de agosto de 2018

Clarificações


No Inimigo Público encontra-se o melhor resumo do espírito da declaração de Mário Centeno sobre a Grécia: “Parabéns aos gregos por já não gastarem tudo em copos e gajas”.

A declaração do chamado presidente do chamado Eurogrupo confirma a ideia em que temos insistido contra a complacência europeísta – veja- se, por exemplo, o artigo do número de Março do Le Monde diplomatique – edição portuguesa, agora disponível em acesso livre.

Em primeiro lugar, Mário Centeno não precisou de ser influenciado nem mudado pelo Eurogrupo, porque sempre aceitou, no essencial, os seus termos ideológicos, ganhando pelo seu currículo e pela sua política interna a confiança externa da grande potência da zona, a Alemanha.

Em segundo lugar, o Johan Cruyff da nova fase da financeirização com escala europeia ilustra a brutal resiliência da economia política da integração, a sua capacidade de diluir pretensas alternativas europeístas de matriz social-democrata.

Em terceiro lugar, contra os que fazem da política um apelo à razoabilidade das elites do poder – aprendam com os “erros” da austeridade depressiva, vá lá – é preciso perguntar: por que razões hão-de os interesses de classe que têm triunfado politicamente, graças à integração supranacional, mudar o que quer que seja de essencial no campo das relações sociais de produção e de circulação? Se há cada vez mais empresas privatizadas, se a acção colectiva do trabalho é cada vez fraca, se a restauração política da finança privada aí está…

Entretanto, atentem na frase mais reveladora, do ponto de vista ideológico, da última entrevista de António Costa no Expresso: “Hoje, em várias matérias, encontra numa posição comum pessoas como a senhora Merkel, Alexis Tsipras, o Presidente Macron, eu próprio, o primeiro-ministro Sánchez, e há uns anos, provavelmente, estaríamos bastante diferenciados”.

Realmente, as instituições europeias servem para diluir todas as diferenças. E, no fim, ganha a Alemanha de Merkel.

Em jeito de adenda, não resisto a assinalar a resposta de Ascenso Simões à sensata declaração crítica de João Galamba sobre Centeno. Esta resposta constitui realmente um exemplo de elevação racional no debate público, como é apanágio de Simões. Ascenso Simões destacou-se esta semana também por ter escrito uma espécie de panegírico a Pedro Queiroz Pereira no Público, onde a certa altura refere a generosidade de um capitalista das privatizações que, vejam lá bem, arriscava “melhores ordenados para os seus colaboradores”. Como designar alguém que assina como deputado de um partido que se diz socialista e que se refere aos trabalhadores como “colaboradores”? Socialista é que não.

E, no fim, ganham o neoliberalismo e os seus colaboradores?

34 comentários:

Jose disse...

« se a acção colectiva do trabalho é cada vez fraca»
Ora aí está um ponto em que as esquerdas nunca dão sinais de reflectir e há que presumir que a sua única reacção conhecida é dizer horrores do liberalismo, do neoliberalismo e lá mais para o fim da linha do capitalismo.

Do marxismo retiveram uma ortodoxia de inevitabilidades que se negam a reconhecer serem falsas e daí recusarem-se a acreditar que nem os trabalhadores são essa classe unitária a sugerir qualquer unicidade de representação, nem o capitalismo se mostrou estático, antes assumiu formas que requerem outros modelos de controlo e regulação que não as Lutas que eram de uso.

Isto tudo pressupõe um facto: haver um nome que já não pode ser nomeado (Revolução...sh!).

Tentar convencer gregos ou portugueses de que os males que lhes advieram não resultaram de más, estúpidas e corruptas políticas dos seus governos é um esforço risível e tão perigosos quanto é certo promover a sua repetição.

Por cá os sinais são evidentes.

Anónimo disse...

Jose dixit:
"se a acção colectiva do trabalho é cada vez fraca»
Ora aí está um ponto em que as esquerdas nunca dão sinais de reflectir e há que presumir que a sua única reacção conhecida é dizer horrores do liberalismo, do neoliberalismo e lá mais para o fim da linha do capitalismo."

Bom. O sinal que as esquerdas reflectem mesmo nestes e noutros assuntos é um facto, traduzido no próprio post de João Rodrigues.

Já não se percebe ´( ou talvez sim ) é este amargor do jose perante o que a esquerda diz do liberalismo, neoliberalismo e do capitalismo

Vejamos o que o próprio jose diz num post aqui mesmo ao lado sobre este assunto:
"No essencial, o Estado, em vez de regular e zelar que a gestão seja um acto responsável e os planos de negócios sejam uma séria intenção à criação de valor, consente toda a bandalheira; e a troco de satisfazer uma esquerdalhada irresponsável não protege o capital de forma clara e tributa-o por tal forma que leva a que seja mais prudente e rentável financiar prejuízos do que capitalizar as empresas adequadamente"
(E queixa-se amargamente de um artigo ( o 35 º) do CDC e do reporte de prejuízos passados para que possam ser abatidos em parte nos lucros futuros).

Ora bem. Estamos perante a bandalheira ( sic) e perante a trampa deste modelo de sociedade, liberal, neoliberal e do Capital. E perante esta bandalheira ( sic) que a esquerda denuncia e acusa, jose não tem outro remédio se não confirmar a bandalheira ( sic ) e a trampa deste modelo de sociedade.

Um primor.

Claro que simultaneamente para justificar a trampa e a bandalheira ( sic) tenta vender uma coisa impossível: que o neoliberalismo "governou para satisfazer uma esquerdalhada irresponsável" . Esta é uma delicia e ficará nos anais como a prova provada de uma impotência tramada
E tenta vender outra coisa numa curiosa pieguice para quem, quando fala no mundo do trabalho tem trejeitos odientos e odiosos: Vem choramingar por "não (se)protege(r) o capital de forma clara e por se (não)capitalizar as empresas adequadamente.

É o capitalismo , estúpido.


Buíça disse...

Repare, "Economia" no seu essencial é um balanço entre o deve e o haver, pegar no que se tem mais o que se consegue pedir emprestado (que nunca é dado, portanto muito cuidado) e usá-lo da melhor maneira para o desenvolvimento de um país.
Não me parece que a "esquerda" tenha algo a ganhar em colocar-se do outro lado da barricada dessa "ciência" politico-social, é como ser contra a aritmética.
Parece-me mais produtivo questionar o uso do haver, questionar o endividamento de uma nação, a quem fica empenhados os nossos haveres, como se tenciona pagá-lo, onde se aplica esse dinheiro, etc.
Diabolizar a aritmética simples ou a economia só dá razão a quem dispensa as supostas alternativas como se tratando de "pensamento mágico". Que "alternativa" há mesmo a uma conta certa...?

Anónimo disse...

Este post preclaro de João Rodrigues atiçou assim o outro lado do espectro de jose.

Esquecido da bandalheira ( sic) a que se referia, escondendo por detrás do tapete a trampa desta sociedade, salta, qual vero pregador de saudoso salazarista, para o seu conhecimento do marxismo

Mas fá-lo num jeitinho tão desconchavado que parece que estamos perante aquela do salazar a mandar pagar uma dívida em pleno congresso americano.

Ou seja, estamos perante a idiotia pura e dura.

Vejamos:
Parece que do marxismo foi retida uma ortodoxia. E logo uma ortodoxia de inevitabilidades. E ainda por cima que se negam a reconhecer serem falsas.E daí recusarem-se a acreditar

Isto é mesmo sério, mas a gargalhada é inevitável. Estamos no domínio da escrita "clara e lúcida" do pervertido salazar, por este jose tanto admirado, como copiado.

Mas desta forma de escrita rococó e serôdia, parte jose para outro rumo que lhe confirma a ignorância ( e não só):

Jose dixit:"recusarem-se a acreditar que nem os trabalhadores são essa classe unitária a sugerir qualquer unicidade de representação"

Mas quem disse que o era?

Lolol. Estes seus conhecimentos de marxismo fazem lembrar os seus conhecimentos sobre o pagamento de salazar a encher as gordas dos jornais americanos. Houve até uma vez a necessidade de lhe explicar ao coitado o que era isso de lumpén do proletariado, numa incómoda e verificável manifesta ignorância sobre o tema.

Jose dixit: "nem o capitalismo se mostrou estático, antes assumiu formas que requerem outros modelos de controlo e regulação que não as Lutas que eram de uso".

Parece que jose leu em algum lado que o capitalismo era estático. Não se riam que a coisa continua. Parece que este "assumiu outros modelos de controlo e regulação".

Pois.

E?

E completa jose: "outros modelos de controlo e regulação que não as lutas que eram de uso"

Ah, temos então que os modelos de controlo e regulação do capital derivam de lutas. Não as lutas que eram de uso, mas sim as outras, as em desuso, fora de uso ou não em uso

Estes conhecimentos marxistas de jose são mesmo uma prenda para despertar o bom humor

Anónimo disse...

Mas estas anedotas do jose têm um pressuposto.

Parece que há um nome que já não pode ser nomeado

Estamos no domínio da pantomina.

Que nome será?
O do Diabo, que cortou as orelhas ao Passos Coelho e que foi repetido até à náusea por jose, até o dito lhe ter caído no colo?

Não. Parece que é Revolução. Não, revolução não. Revolução...sh!

Ahahah.

Pobre jose. Pensará que esta coisa de toureiro marialva ainda merece resposta?

Pensará que a História acabou na contracurva da bandalheira ( sic ) e da trampa em que vivemos?

E o coitado não reparou que continua a haver revoluções, mesmo nas suas barbas, e que estas continuam a ditar-lhe aquela sanha de contra-revolucionário nato?

O Brexit foi uma revolução amarga para os euroinómanos, que estão a tentar desfazê-la. Mas foi-a.
Parece que os petro-dólares estão a ser questionados, o que é uma outra verdadeira revolução.
E o euro que estava de pedra e cal? E que de forma revolucionária está a ser questionado?

Que jose deixe de roer as unhas e se acalme. Há e continuará a haver Revoluções e contra-revoluções.

Anónimo disse...

E temos a conclusão de jose:

"Tentar convencer gregos ou portugueses de que os males que lhes advieram não resultaram de más, estúpidas e corruptas políticas dos seus governos é um esforço risível e tão perigosos quanto é certo promover a sua repetição."

Pois não. Um esforço de uma década da vida de jose para tentar vender a ideia que os povos do Sul são o que são, que vivemos acima das possibilidades e que TINA só há um, o dos joses e mais nenhum. E de repente tudo isto ruir como um castelo de cartas?

A austeridade de pantanas, com os resultados que daí advieram e jose a inocentar as troikas e os marmanjos da sua predilecção?

Sabemos que jose tinha uma paixão assolapada por António Borges. Borges que como se sabe estava ligado à Goldman-Sachs que fez o que fez na Grécia. E que era um verdadeiro fdp.

Como poderia jose negar dez anos da sua vida, rejeitar o TINA, ignorar os malandros do Sul, o viver acima das possibilidades?

E deixar de amar perdidamente coisas assim com o Borges?

Jaime Santos disse...

O PS não é, há muito, e felizmente, socialista, João Rodrigues, e por isso não vale recorrer ao nome para exigir a purga de Ascenço Simões (os militantes do PS não têm que jurar fidelidade a Marx e muito menos a Lenine). O que pode fazer, isso sim, é exigir que o PCP-PEV coloque uma moção de censura à governação do PS coisa que, naturalmente, não fará.

Razão tem Francisco Louçã quando criticou as posições do BE e do PCP-PEV depois da aula de Centeno aos Gregos assumindo, honestamente, que não há, de facto, programa alternativo contra a austeridade light do MF.

No fundo, trata-se de uma espécie de TINA por falta de comparência. BE e PCP-PEV não querem, nem de longe, chegar ao Poder porque não saberiam o que fazer com ele e se arriscariam a acabar como o Syriza.

Com Rio ainda de férias à Direita e a Esquerda impotente (fora umas quantas greves no setor público que o tornam mais e mais impopular aos olhos dos cidadãos), Costa bem pode dormir descansado...

Anónimo disse...

Um excelente e muito clarificador post de João Rodrigues.

Parabéns pela frontalidade e pela oportunidade

Anónimo disse...

Magnifica a frase do Inimigo Público, que resume a subserviência repelente de Centeno:

“Parabéns aos gregos por já não gastarem tudo em copos e gajas”.

João Rodrigues põe o dedo na ferida.
Em Centeno e nas razões da sua nomeação.
No Centeno que age como age.
Sem remansos de índole pessoal, mas abordando as questões políticas, que é onde o debate urge e se torna imprescindível.

Em três ou quatro pontos temos uma ideia muito clara do que se passa nesta Europa e dos processos pelos quais esta Europa se mantém como está e como se alimenta. De coisas como Centeno e da outra maralha citada

Mas também nos diz de que coisas esta Europa se alimenta. E essas outras coisas somos todos nós

Muito útil também relembrar o comportamento de ascenso simões nesta polémica mais recente. O seu dito sobre o "bronzeado burguês de Galamba" remete-o para o panteão das coisas degradantes

Mas permite recuperar o ascenso simões de outras épocas, agora escondido atrás do poder que este PS lhe confere

Ascenso simões era um crítico directo da solução governativa que correu com passos.

Dizia naquele vocabulário expressivo de quem só tem coragem para dizer as coisas entre-linhas:
«Deve o PS assumir os riscos de uma gestão dificílima em que, sem qualquer linha de contacto à direita, se confrontaria, logo no primeiro orçamento, com o inevitável aumento da despesa e a circunstância previsível de incumprir as obrigações europeias? Que condições encontraria na concertação social perante uma UGT fragilizada e uma CGTP mais robustecida?»

Estes amores assolapados por governos de direita. E logo modelos à passos coelho

Anónimo disse...

Enigmático é o comentário de um anónimo de nickname buiça

Em jeito de resposta (?) à clarificação de João Rodrigues, buiça parte para um discurso no mínimo curioso.
Tenta definir "economia" naquele jeitinho de contas à moda de merceeiro. Uma espécie de aritmética ( que se cita explicitamente) como que a conferir dignidade e foros de ciência a algo que não é nem ciência nem aritmética.

Mas se a opção pelos conceitos de economia parido nos cadernos de "deve e haver" primário e manipulador pode ser uma opção de buiça, já as opções deste por colar a esquerda a um outro lado da barricada duma pretensa ciência, não se admite nem se aceita.

Embora continue por esclarecer o despropósito deste sermão a quem pretende a clarificação das coisas.

Porque tal clarificação é extremamente incómoda para os vendedores de TINA com perfil económico

Anónimo disse...

A economia é usada por muitos como uma autêntica casa de passe. Usam-na para proveito próprio. E esgrimem ideias e teorias como se fossem leis, sufragadas por Deus ou pelos mercados.

Um outro TINA a aparecer com foros de respeitabilidade científica, quando afinal não passa de uma farsa

Vejamos para onde este buiça quer empurrar a discussão. Dirá sintomaticamente que lhe parece "mais produtivo".

Começamos aqui a ver que o tom peremptório das afirmações, vem a reboque do que é "mais produtivo". Produtivo para o ideário filosófico e ideológico de buiça e para a sua visão engajada e politicamente empenhada do processo económico, é uma coisa.Para outros é outra. Mas já lá vai o tempo de engolir lições de produtividade dos temas a debater.

Parece-lhe, ao buiça, mais produtivo questionar o uso do haver, questionar o endividamento de uma nação, a quem fica empenhados os nossos haveres, como se tenciona pagá-lo, onde se aplica esse dinheiro, etc.

Quer buiça ficar reduzido às tais contas de merceeiro. Não quer buiça,tem até horror, pela análise dos processos e resultados económicos e como se chegaram a eles, enquadrados nos contextos institucionais, históricos e geográficos respectivos.

Não quer buiça discutir o que se passou e como se passou. Nem o motivo pelo qual Centeno foi cooptado para o lugar que o foi. Nem as afinidades de Centeno com o projecto neoliberal. Nem a capacidade de diluir pretensas alternativas europeístas de matriz social-democrata. Nem os efeitos da integração supranacional, nem a ausência de mudanças no campo das relações sociais de produção e de circulação.Nem a privatização de cada vez mais empresas privatizadas, ou a restauração política da finança privada.

Quer divinizar e proteger a tralha neoliberal europeia. Com base em continhas de merceeiro que nada mostram mas que ocultam tudo.

Voltámos de facto ao TINA abjecto e sujo que nos andaram a vender durante tanto tempo. Agora um pouco mais folclórico na sua apresentação.
Trata-se afinal apenas de aritmética. E, meus senhores, não a podemos diabolizar,porque senão é pensamento mágico.

Anónimo disse...

Interroga-se finalmente buiça:

"Que "alternativa" há mesmo a uma conta certa...?"

As contas "certas" destes tipos são como os seus considerandos sobre o que é mais produtivo. Ou como a sua aritmética. Ou como a sua fundamentação do que é a Economia.

Puras tretas

Vejamos uma conta certa à moda deste buiça. Ipsis verbis:
"Vejamos, se cada um dos 10 mil ( número de estrangeiros atraídos pela legislação sobre residência no país) trouxe em média 500 mil euros já pagaram o calote do BES"

Esta é uma conta aritmética do buiça e à buiça

Teve azar o buiça. A sua conta ficou feita num oito, quando alguém o confrontou com a realidade:

"Pagaram o calote do BES coisa nenhuma! Aquilo que pagaram, sobretudo imobiliário, é deles!"

Como responde o buiça ao esventramento da sua "conta aritmética"?

Respondendo deste modo:
Era apenas "uma óbvia brincadeira"

Brincadeira o tanas. Se alguém não lhe tivesse posto cobro à sua aritmética, passaria por impoluto e sério matemático

Anónimo disse...

O Jaime Santos ê o Ascendo Simões não é? Cada vez mais popular entre os ratos wue abandonaram qualquer vislumbre da social- democracia

Buíça disse...

Confirma-se, está em cruzada contra a aritmética simples. Boa sorte!
O calote do BES e do BPN que pagou também lhe permitiu ficar dono desses bancos, ou não reparou? Se calhar também não reparou que ficou foi dono de mais um monte de dívidas, não é?
E que disparates são esses sobre a "tralha europeia"...? Também quer saír da UE às segundas, quartas e sextas enquanto lhes pede moedinhas e solidariedade às terças e quintas?

S.T. disse...

O pseudo "buiça" é produto da mesma trollfarm de aónio-pimentel-cunhal-cunha-simões-não-sei-quantos.

Como tem visto os seu argumentário liminarmente refutado optaram agora por uma abordagem mais "política".

Curiosa a simplificação de "economia" como um simples "deve e haver", preparando quiçá o terreno para nos vender a peta da dona de casa da Suábia tão ao gosto ordoliberal.

https://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/economistas/robert-skidelsky/detalhe/quatro_falacias_da_segunda_grande_depressao

Da mesma forma, o discurso de Centeno sobre a Grécia é uma mistificação política sem qualquer base analítica económica.

O que isto revela é interessante e resume-se no seguinte:

O campo neoliberal/europeísta não tem fundamentação teórica em que se apoie, estando reduzido a repetir a sua propaganda graças aos grandes megafones mediáticos de que dispõe.

Estão por isso condenados ao fracasso, porque à medida que camadas cada vez maiores de cidadãos percebem o logro e descobrem as contradições do discurso, são forçados a inventar argumentos cada vez mais mirabolantes para salvarem a face.

Nem as tentativas de censura nos média digitais os salvarão! E uma vez o génio fora da garrafa...

S.T.

S.T. disse...

Quanto ao "José", até acho graça à sua persistência.

A etologia sempre me fascinou. Das aranhas aos crocodilos, as estratégias sociais, de predação, reprodução e sobrevivência sempre me interessaram. Da mesma forma que observo um cão a alçar a perna para tentar sobrepor o seu cheiro ao dos demais cães da zona numa determinada esquina de rua, também aqui me diverte observar a versão humana do mesmo comportamento.

Sobretudo porque o personagem em questão parece não perceber que os seus comentários são simultâneamente tão transparentes e repugnantes que funcionam contra o efeito pretendido pelo pobre do José. E isto, desculpem-me, mas é uma deliciosa ironia.

S.T.

Anónimo disse...

Buiça mete o rabinho entre as pernas e nada diz quanto à sua aritmética

Há quem queira fazer passar as suas diatribes ideológicas invocando o carácter científico da Economia. Buiça é mais primitivo. Invoca a “ aritmética”. Logo ele que demonstrou como esta ou qualquer outra pode ser uma fraude

Não se deseja boa sorte nesta sua condição, porque dela podem derivar apenas manipulação e TINA idiotas

Anónimo disse...

"Ficar dono destes bancos" dirá buiça

Ah sim?

Ou de como buiça salta de uma aritmética para outra, sem se saber muito bem a que propósito o faz.

Infelizmente para todos nós ( e para ele) mais uma vez mistifica as coisas. É que a estória não se resume à aritmética do buiça. Vai bem mais longe do que isso e da sua leitura consegue-se perceber até que ponto o TINA dos calotes da banca são uma boa treta.

Vamos, a título de exemplo didáctico, ver até onde nos leva a "aritmética" de quem faz números, tentando atirar numerozinhos para cima das coisas.

O BPN foi um banco fundado e levado à ruína por ex-governantes do PSD, que o dirigiram com irregularidades diversas que incluíram distribuir favores financeiros a destacados militantes do partido e que se traduziu numa burla ao erário público de 7 mil milhões de euros. Este processo autonomizou-se doutro em que nascera – a Operação Furação. O seu presidente, Oliveira Costa, em Maio de 2017 foi condenado a 14 anos de prisão efectiva por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, infidelidade, aquisição ilícita de acções e de fraude fiscal. Foram condenados a penas não tão pesadas mais 11 réus.

"O BPN foi criado em 1993 e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas, muitas delas, nebulosas sociedades, sediadas em paraísos fiscais e offshores o que lhes possibilitava as negociatas sem controlo e a fuga aos impostos.
Não foi por acaso que esse Banco foi fundado. Não foi por acaso que era conhecido como o Banco do PSD.

O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado. Já não sabemos se Oliveira e Costa era o homem de confiança de Cavaco ou se Cavaco era o homem de confiança de Oliveira e Costa. Este assumiu a presidência do BPN em 1998. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos governos de Cavaco Silva, entrou para a política (PSD) com 40 contos e trabalhou tanto, tanto que passou para uma fortuna de 400 milhões. Vem depois o nome de Daniel Sanches, outro ex-ministro (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro. Outro foi Rui Machete, presidente do Congresso do PSD. Outros ainda foram os ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho um presidente Banco Europeu de Investimentos e outro pelo Finibanco.

Outro com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, também acusado de assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira.
Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco.

Anónimo disse...

"Os responsáveis por estas fraudes, tiveram também negócios com Cavaco. Ou seria que Cavaco teve negócios com eles? O que é certo é que Cavaco beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram a 1 euro por acção, preço combinado com Oliveira e Costa, 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros. Os portugueses que tudo aguentam acharam que Cavaco tinha um baixo ordenado e ofereceram-lhe, para além dos votos, mais estes 350.000 euros. Teria sido com esse dinheiro que Cavaco comprou uma casinha de férias na Aldeia da Coelha? Cavaco como não gosta de se afastar dos amigos, comprou a casinha mesmo ao lado da de Oliveira e Costa e de alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor da casinha é apenas 199.469,69 euros, mas fez uma permuta com o construtor Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.

Foram tantos os roubos que o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituído por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do Cavaco. Este descobriu na altura um prejuízo de 1.800 milhões de euros, que os portugueses que aguentam tanto, aguentam e aguentaram.

Para onde foi o dinheiro do BPN? Oliveira e Costa repartiu-o pelos seus amigos e, como quem parte e reparte... ficou com a sua parte. Alguma razão haverá para que o BPN fosse conhecido como o Banco do PSD.

Já no governo de Sócrates, o BPN com o seu chorudo prejuízo, passou para a Caixa Geral de Depósitos, do Estado
( daí a passarmos a ser donos do Banco? Mas que raio de "donos" estes que continuaram a ver a banda passar?)

A Caixa era liderada por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, ao lado de Norberto Rosa, ex-secretário de estado também de Cavaco.

Em 31 de julho de 2012, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN. Estava previsto a venda ser por 180 milhões mas os portugueses fizeram um desconto e venderam por 40 milhões de euros.

O BIC era dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva"

Mas há um pormenor extremamente importante. É que aquando da nacionalização do BPN, não se efectivou a nacionalização da Sociedade Lusa de Negócios. Onde repousavam os activos mais relevantes dos accionistas do BPN,alguns dos quais directamente responsáveis pela gestão fraudulenta do BPN.

São os calotes a que uma pessoa assiste e que nos são apresentados como inevitabilidades aritméticas, sem possibilidade de qualquer correcção.

Anónimo disse...

Um exemplo está dado sobre a natureza dos calotes perpetrados e de como as dívidas privadas vieram parar ao bolso dos contribuintes, contribuindo para o avolumar da dívida pública.

Curiosamente alguns dos intervenientes nesta história toda foram dos mais atiçados defensores da austeridade uberalles e do troikismo predador

Também muito curiosamente alguns destes intervenientes viram as suas contas pessoais reforçadas no processo austeritário que varreu o país

Também muito curiosamente todo este estendal de cenas mafiosas não teve geração espontânea. E as várias "soluções" encontradas para esta trampa toda, estavam desde o início inquinadas...curiosamente também por alguns dos intervenientes neste caso.

Se necessário for, voltaremos ao caso BES

Anónimo disse...

À seguinte acusação a buiça:

"Não quer buiça discutir o que se passou e como se passou. Nem o motivo pelo qual Centeno foi cooptado para o lugar que o foi. Nem as afinidades de Centeno com o projecto neoliberal. Nem a capacidade de diluir pretensas alternativas europeístas de matriz social-democrata. Nem os efeitos da integração supranacional, nem a ausência de mudanças no campo das relações sociais de produção e de circulação.Nem a privatização de cada vez mais empresas privatizadas, ou a restauração política da finança privada.

Quer divinizar e proteger a tralha neoliberal europeia. Com base em continhas de merceeiro que nada mostram mas que ocultam tudo."

Perante estas acusações, o que faz buiça?

Interroga-se assim deste modo:
"E que disparates são esses sobre a "tralha europeia"...? Também quer saír da UE às segundas, quartas e sextas enquanto lhes pede moedinhas e solidariedade às terças e quintas?"

Eis como, numa "resposta", buiça faz processos de intenção, provavelmente consequência da sua incapacidade para mais

Nem quero sair da UE nos dias ditos pares , nem lhes peço moedinhas e solidariedade nos dias ditos ímpares.

Nem vou à missa ao fim-de-semana.

Nem deixo de catalogar a tralha europeia como tal. E não me "esqueço" do neoliberal

Anónimo disse...

Buiça, aka vitor pimentel eliphis ferreira continua a sua retórica na senda da tralha neoliberal. Não tem reparo!

Álvaro Cunhal disse...

Ah ST, as maravilhas que a soberania monetária não fariam aqui no rectângulo contra a besta financeira de Bruxelas, basta ver quão pojante anda o bolívar forte, ou será o bolívar soberano? O povo andaria feliz sem a mantra ordoliberal, e o crescimento seria pujante com taxas de juro e inflação a rondar os dois dígitos. Ah, bons velhos tempos do Escudo. Isso sim era progresso e soberania. Orgulhosamente sós contra a tirania europeia.

Anónimo disse...

João pimentel ferreira ou vitor ou aonio eliphis ou tiago faria ou cunhal ou cunha está francamente desorientado.

Volta às 17 e 43 e às 17 e 53. Em busca sabe-se lá de quê

Mas tão manifestamente elucidativo,lol

Álvaro Cunhal disse...

Oh Sousa Tavares, e com referência ao BPN, quem é que decidiu nacionalizar toda essa desgraça resultado do compadrio e corrupção, transferindo o calote para o erário público? Foi Cavaco?

Álvaro Cunhal disse...

A tralha neomarxista não tem emenda. No dia que o povo se revoltar contra a elevada tirania fiscal vigente, ficam todos a chupar no dedo, visto não passararem na maioria, de académicos e funcionários a viver à conta de outrem.

S.T. disse...

Ha-Ha-Ha-Ha-Ha-Ha!

Isto está cada vez mais divertido! Chamem os ghostbusters! É que nos LdB os fantasmas professam as ideologias opostas dos finados.

Assim, temos um "buiça" que não é revolucionário nem pela independência nacional...

E agora, suprema das maravilhas! Temos um Álvaro Cunhal a clamar contra a tralha neomarxista!

Só falta o McCain aparecer a pregar o pacifismo e Gandhi aparecer a defender a intervenção da NATO na Líbia.

Genial! LOL

S.T.

Anónimo disse...

28 de agosto de 2018 às 17:43
28 de agosto de 2018 às 17:53
29 de agosto de 2018 às 12:59
29 de agosto de 2018 às 13:02

Eis o pobre coitado do vitor aonio eliphis pimentel ferreira. A chafurdar em prol do euro alemão, a choramingar por Cavaco, a saracotear-se em torno da Venezuela, a fazer birra pelo facto de ainda não ser académico e viver como se sabe que vive.

Mas assim deste jeito pequenino e impotente

S.T. disse...

Eu aconselharia alguma prudência à escumalha que anda aqui a poluir as caixas de comentários dos LdB em chamar Miguel Sousa Tavares aqui para o ringue de mudwrestling. Dizem que o rapaz é muito sensível a que usem o seu nome sem autorização. Normalmente dá em processos por difamação.

S.T.

Álvaro Cunhal disse...

Oh Sousa Tavares, não te indignes, que é preciso ser-se desavergonhado para clamar contra o mudwrestling, alguém que se apresenta em público apenas com duas letrinhas.

S.T. disse...

Mas eu não clamo contra o mudwrestling!

Adoro chafurdar aqui no chiqueiro dos comentários com "porquinhos" como o "Álvaro Cunhal", o falso-buíça, o "José", o "Aónio", o "Pimentel", etc, etc..

Senão o que é que eu andaria aqui a fazer? Gozo que nem um cabinda!

Não sou o Sousa Tavares, mas até me diverte que o possam pensar. Continuem com essas parvoíces por vossa conta e risco.

S.T.

Anónimo disse...

Essas invejas ficam tão mal ao aonio Pimentel Ferreira cunhal eliphis etcetcetc

Um tipo que no mesmo post, posta com com uma série de Nicks.

E agora vem com estas cenas de mulher-da-vida( ou homem da dita) fazer-se passar por virgem pudica e por angustiada defensora das virtudes da treta e da sem vergonhice?

Anónimo disse...

30 de agosto de 2018 às 14:43:

Volta o pobre coitado do vitor aonio eliphis pimentel ferreira clamando contra quem clama (que afinal não clama)

Algo digno se ser visto, tanta agitação em prol da tralha

Alice disse...

Caro Álvaro Cunhal, esqueceu-se da China, que também vem aqui fazer compras nos saldos?
Ou quando pensa em socialismo e em capitalismo de estado só lhe dá jeito citar a Venezuela?

Que prefira submeter-se à tirania europeia - ou chinesa, ou outra qualquer que apareça por aí e lhe dê logo muita vontade de fazer vénias -, enquanto não hesita em bater forte e feio na Venezuela (porque está pobrezinha, não é?) é hilariante.