Gráfico publicado pelo Público, 21/2/2017 |
Dizia a deputada Cecília Meireles:
"Sera que não houve um excesso de confiança do supervisor na (anterior) administração? A administração não devia ter sido imediatamente substituída? Isso não podia ter permitido evitar uma parte do que aconteceu?", questionou a deputada do CDS, lembrando que boa parte do prejuízo apresentado neste primeiro semestre resulta de ações da equipa de Ricardo Salgado quando esta já estava de saída.Talvez não se recorde, mas o Banco de Portugal deixou Ricardo Salgado à frente do BES até à saída troika de Portugal, sem nunca colocar em causa a sua idoneidade, o que lhe permitiu realizar um conjunto de transferências de 1500 milhões de euros no primeiro semestre de 2014, sem que as autoridades nada tivessem feito para as travar.
Como o sistema actual é deixar realizar as transferências, para depois as procurar no palheiro dos offshores - e não um verdadeiro controlo de capitais a anteriori - o dinheiro voou!
Mas não só a autoridade sobre o sistema financeiro o permitiu, como a autoridade sobre o sistema tributário - o então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio - tapou os seus olhos ao não querer nem saber que transferências eram feitas.
Talvez o CDS ganhasse mais em procurar ser coerente - condenando o Banco de Portugal e Paulo Núncio - do que fazer um pequeno frete de salvar a cara de um conselheiro tão chegado de Paulo Portas e um dirigente do CDS que nada quis saber sobre essas transferências, e que prejudicou o interesse público.
14 comentários:
E´ naturalíssimo que os partidos do “Arco da Governança” CDS, PS e PSD se arvorem em “pontas de lança política e social” dos donos do dinheiro. Para provar esta tese, basta olharmos às revisões (anti-Abril) da Constituição-76 e legislação consequente aprovada em sede parlamentar nos últimos 35 anos. Ao ponto de ate´ a CGD, banco publico, ser ou parecer ser uma Offshore. Portanto não e´ somente o CDS que se desdiz, a rede e´ bem mais vasta…
O que se passa hoje neste país de brandos costumes e´ tudo fruta enganosa desse Triunvirato.
Me parece que alguém e´ falhe de memória, mas a culpa não pode morrer solteira…de Adelino Silva
Mais um choradinho!
A geringonça está no poder há mais de uma ano.
O regime de transferências de capitais mantém-se sem alteração.
Mas falasse do que foi ou não feito há três anos. E há uma ano? E amanhã?
Geringonços é isso mesmo, palavreado e só!
Onde a clara defesa do fim da liberdade de circulação de capitais?
Quem tem cú tem medo, diz o ditado!
A coerência do PP não é para com as suas "retóricas" de propaganda, feitas para caçar votos ou para atirar poeira para os olhos
A coerência do PP é para com quem o PP serve. Exactamente para o grande poder económico e seus representantes: Ricardo Salgado, banqueiros, grandes empresários, "depositantes" em offshores, Núncios, etc etc etc
E com os submarinos à porta
Este gráfico aí exposto é um espanto
Dizia o eurodeputado Nuno Melo,ainda há pouco na SIC notícias que a omissão do Núncio era da publicação dos gráficos,e que o que era importante era que o actual secretário de Estado fosse ao PE prestar declarações à Comissão aí em funções sobre o Panamá papers.Para certas virgens ofendidas com a exposição e a trapalhada criada pelo próprio P. Núncio,há estatísticas, gráficos e números de que passam ao lado,por conveniência política ou simples ilíteracia financeira,ou as duas.Vá lá saber-se?
É isso mesmo o que diz alguém aí em cima.
"Mais um choradinho". Do sujeito que o nomeia, um tal José.
Então não é que uma posta que expõe desta forma o que é o PP, o seu discurso hipócrita, as malhas com que se tece, a cumplicidade com o Banco de Portugal e com Paulo Núncio, as trafulhices do governo de Passos e Portas, tenha como resposta uma fuga tonta para os braços da geringonça?
O choradinho silencioso que se adivinha em torno do PP, de Portas, de Núncio, de Cristas. Quase que se adivinha o pedido de condecoração a Paulo Núncio em prol da "liberdade de circulação de capitais", apresentado pela Cristas com a sua mala Louis Vuitton debaixo do braço.
Um silêncio que confirma outra coisa referida pelo referido sujeito:
"Quem tem cu tem medo".E muito. como se depreende desta fuga em dó menor, verdadeira marca de pieguice para com os seus amigos.
" Dos dez mil milhões de euros que voaram para o estrangeiro sem controlo fiscal, mais de um quarto foram para o Panamá
Mais de um quarto dos cerca de dez mil milhões de euros que entre 2011 e 2014 foram transferidos para offshores - sem escrutínio fiscal da Autoridade Tributária (AT) - tiveram como destino o Panamá. Ao todo, os valores das transferências ocultas para aquela praça financeira - que o governo tem na sua lista de paraísos fiscais não cooperantes - totalizaram cerca de 2600 milhões de euros. 2014 foi o ano em que quase todas (97%) as transferências para o Panamá ficaram ocultas, como anteontem disse no Parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais: "Quase tudo o que foi para o Panamá [em 2014] está oculto", disse Rocha Andrade. Em números absolutos, o valor transferido nesse ano para aquela praça sem que o fisco desse por isso foi de 848 milhões de euros. Em 2012 e 2013 foram as transferências para as Antilhas Holandesas que ficaram quase todas ocultas.
O ano recorde
2014 foi também no cômputo geral dos anos em causa aquele em que, ao todo, maior fluxo foi movimentado de Portugal para offshores sem que a AT o tivesse processado, do ponto de vista da eventual obtenção de receita fiscal: 3363 milhões de euros. Em 2013 essa verba fora de 2976 milhões; em 2012 de 3381 milhões; e em 2011 de apenas 13 milhões. De facto, oito em cada dez milhões transferidos para paraísos fiscais ficaram sem escrutínio fiscal. Dito de outra forma: a AT só fiscalizou 20%. Os restantes 80% só agora estão a ser inspecionados. O atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais já disse não poder garantir que não haja receita fiscal perdida, por prescrição." D.N.
"Offshores. Fisco não partilha informação com a Justiça
Autoridade Tributária tem invocado sigilo fiscal para não enviar informações para o Ministério Público.
Governo prepara proposta de lei
A Autoridade Tributária e Aduaneira tem recusado partilhar com o Ministério Público (MP) informação fiscal ligada a transferências de dinheiro para offshores no âmbito de processos de prevenção de branqueamento de capitais. A situação foi confirmada ao DN por um procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), considerando "insólita" a posição do fisco, que tem alegado "sigilo fiscal" para não partilhar informação com os procuradores que acompanham as transferências de dinheiro.
BES em grande dose
Segundo avançou ontem o Jornal Económico, mais de metade dos dez mil milhões de euros de transferências para offshores que não apareciam nas estatísticas entre 2011 e 2014 foram declarados pelo Banco Espírito Santo (BES).
O jornal noticia que a revelação foi feita por fonte da administração fiscal, que "garante que o peso do BES "é enorme" na omissão das transferências no sistema informático da Autoridade Tributária [AT], cujo montante acabou por escapar ao controlo do fisco".
Em causa, segundo o mesmo jornal, "estão os montantes que os clientes do banco, a maioria empresas, enviaram para offshores nos dois anos antes da resolução do banco". "As transferências foram declaradas pelo Novo Banco após a resolução do BES a 3 de agosto de 2014. Os valores ascendem a mais de cinco mil milhões de euros e estão relacionados com três das 20 declarações apresentadas pelas instituições financeiras que não foram objeto de qualquer tratamento pela Autoridade Tributária", lê-se ainda no mesmo jornal.
Também ontem, o DN noticiou que mais de 25% dos cerca de dez mil milhões transferidos para offshores que ficaram fora do radar do fisco - cerca de 2,6 mil milhões de euros - foram para o Panamá, um país que ainda hoje está na lista negra portuguesa dos territórios de fiscalidade privilegiada.
Esta forte utilização daquela praça suscitou no Parlamento a suspeita de que o universo Espírito Santo estará bastante envolvido nas transferências que só agora estão a ser escrutinadas pela Autoridade Fiscal. Ontem, Miguel Tiago, deputado do PCP, alvitrou a hipótese de os principais dirigentes daquele grupo económico terem começado a transferir fortunas para fora quando já se vislumbravam cenários de colapso do BE, visando assim depois não poderem ser chamados a cobrir os prejuízos. Foi no Panamá que a cúpula do grupo sediou a ES Entreprises, uma empresa que serviu basicamente como "saco azul" do GES, para fazer operações (recebimentos e pagamentos) que depois não eram transpostos para as contas oficiais.
Segundo noticiou o Expresso em setembro de 2016, mesmo depois do fim do BES e da sua transformação em Novo Banco, a família Espírito Santo continuou a operar com o Panamá. Em março de 2015, abriu uma conta no Credicorp Bank.
Aguardamos ("esperança é sempre a ultima a morre"), que um dia que seja feita a justiça, que merece toda esta canalha, que nos tem desgovernado estes anos todos, e responsabilizar igualmente, a maioria da comunicação social, por esconder muita coisa ao Povo,e mas não digo, porque posso ser multado ao preso, como foi o caso da investigadora e bolsista Maria de Lurdes que se encontra presa na prisão de tires/cascais(três anos, por ter tido a coragem de dizer em pleno tribunal umas tantas verdades sobre esta "justiça!...
E já ninguém reclama o Poder Popular!
Onde encontrar um Timoneiro...
Em abono da verdade vos digo e pergunto - que se a câmara da deputação permitiu “transferências” de capitais para Offshores e ate´ legislaram legalizando-as, pois claro, por quê tanta celeuma?
Cabe aos “arautos” do povo, em última análise, obrigar os partidos políticos a eliminar este nefasto crime que no fundo descapitaliza o país.
Já agora queria ter a certeza sobre se nesta vigência da “Geringonça” deixaram de transferir, ou se estancou as saídas de mais-valias para as ditas cujas… E´ que anda tudo a´ volta da fuga ao fisco deixando o essencial para trás!
A talhe de foice, para que servirão as comissões de inquérito parlamentar se continua tudo na mesma senão para pior?
de Adelino Silva
Agitado e inquieto, jose anda à procura dum timoneiro.
Órfão de Paulo Núncio, volta-se para outro mestre. O outro Paulo está também afastado em missão internacional, assumindo a sua inquietação fora de portas.
Onde encontrar um timoneiro interrogar-se-á jose
Tudo, mesmo tudo, desde que não se fale mais em Núncios, offshores, BES e do governo para os ricos de Passos Coelho
João Ramos Almeida (JRA),
Dois comentários ao "post" aqui publicados sobre esse assunto:
1º) Do que tenho lido e ouvido, nomeadamente o escrito pelo JRA, constato que as transferências efectuadas para "offshore" a título de pagamento de "comercio internacional" são presumidas como insuspeitas e regulares, isto é, nada tendo a esconder. Nada de mais falso.
Para provar o que digo, refiro o caso de uma empresa (que eu conheço, mas cujo nome não vou mencionar) envolvida no processo Monte Branco, que durante vários anos transferiu, para a Ilha de Jersey, alguns milhões de euros para pagamento de importações. Acontece que esses pagamentos eram feitos (com a conivência das empresas fornecedoras) por um valor 25% mais alto que o valor real das mercadorias, ficando a diferença numa conta offshore e evitando a tributação dos respectivos impostos (IRC, etc.). Pelo que sei, esta prática foi, e julgo que ainda é, seguida por muitas empresas com comercio com empresas de fora da UE.
2º) Há uma pergunta que, surpreendentemente, ainda ninguém fez neste processo: como se explica que a informação das transferências realizadas para offshores seja somente comunicada ao Fisco no ano seguinte à sua realização?
Isto é totalmente incompreensível. Se queremos realmente evitar a evasão fiscal a banca deveria, obrigatoriamente, comunicar estes movimentos, o mais tardar, no dia seguinte. Só assim o Fisco pode combater eficazmente a evasão fiscal , além disso serviria de desincentivo a estas operações.
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