terça-feira, 1 de outubro de 2013

Que força é esta?

O que têm em comum o aumento, provavelmente inconstitucional e que entrou em vigor no passado sábado, do horário de trabalho na função pública, podendo traduzir-se numa redução adicional de 12,5% no salário por hora trabalhada, o facto de apenas 44% dos desempregados ter acesso ao subsídio de desemprego ou a entrada em vigor esta semana das novas regras que tornam o despedimento muito mais barato? Esta é fácil, claro: a mesma vontade, inscrita nas políticas de austeridade, de tornar a força de trabalho, dos sectores público e privado, mais barata, insegura e descartável, de reforçar uma desigual economia do medo no trabalho. O que pode fazer frente a isto? Uma adequada compreensão da lógica global que une as várias políticas em curso, um esforço organizado para lhes resistir e para as derrotar. Se o ataque da troika começa no trabalho, então a resistência começa no trabalho que se organiza e que defende os seus direitos. Parabéns então à CGTP-IN pelos seus quarenta e três anos de reunião intersindical. Todos os que trabalham e todos os que querem trabalhar devem-lhe muito, mas mesmo muito. De resto, assinalo o facto de a CGTP ter inscrito a defesa de uma política soberana no seu slogan comemorativo. Afinal de contas, como estamos a ver e aqui tenho insistido, as questões nacional e social estão hoje imbricadas como nunca. Sem soberania, não há direitos sociais e laborais que nos valham: a e os que perdemos por aqui, não conquistaremos noutro lugar.

2 comentários:

R.B. NorTør disse...

Sim de facto parabéns, mas acho que os 43 anos tambem vêm com muito conforto e ideias fixas. Ao ouvir os discursos e ver as acçoes da aniversariante, nao raras as vezes me vem à ideia que ambos ficaram cristalizados na realidade social de finais do século XIX.

Falta um bocadinho de arrojo adolescente a este adulto a caminho da crise da meia idade, ou nao?

Caetano disse...


Para o R.B. NorTør:

Oh meu caro, você ainda ia bem quando comentava só nas páginas das revistas cor de rosa, aventurar-se por estes lados está a fazer como o sapateiro, cuide-se, olhe que esta coisa pode fazer-lhe mal à cabeça, é muito esforço, não faça tanta força, a força de que o autor do post fala é outra, não enxerga? Oh homem, não vá além da chinela.