Perante um cenário macroeconómico com resultados negativos
óbvios, como atenuar um novo orçamento altamente recessivo? Elementar: prevendo crescimento!
Explicar esse crescimento não é difícil: se não pode
vir de dentro, vem de fora.
Na base macro do Orçamento de Estado na prevê-se um crescimento do PIB de 0,8%, inteiramente justificado pela procura
externa líquida, cujo efeito positivo é suficiente para compensar o resultado
negativo na procura interna.
Do lado da procura interna, a queda de consumo público é de
2,8%, muito por via do corte dos salários dos funcionários, ao mesmo tempo que o
desemprego continua a aumentar para uns escandalosos 17,7%. Curiosamente,
o consumo privado aumenta 0,1%, como se os novos cortes, sobretudo os dos salários da função pública, fossem inóquos...
Deixar nas exportações a responsabilidade exclusiva do crescimento não é apenas mais uma prova de decadência da economia interna, é usar a variável mais imprevisível e manipulável para projetar um crescimento em que ninguém acredita. É também uma forma de manter o discurso de subserviência perante o exterior - nomeadamente perante os países europeus e Angola - e ajuda o governo a manter o discurso da tão proclamada “necessidade” da descida dos salários e dos direitos, em nome de competitividade.
A melhoria da balança comercial é importante mas não é garantida e, mesmo que fosse, não se substitui à necessidade de uma reanimação imediata da procura interna que reflita uma melhoria na vida das pessoas e que melhore as expetativas das empresas.
O único caminho fiável para o crescimento e o aumento das condições de vida em Portugal vem
de dentro, não de fora, e começa nos salários.
5 comentários:
Estou como aqueles que afirmara que estes desgoverno errou no 1º orçamento e bisou no 2º. Agora triplicar o erro só mesmo incompetência.
A riqueza faz.se com melhores salários e melhores produções.
Quanto melhores forem os salários mais o Estado recebe em impostos.
-dinheiro faz dinheiro.
Sem dinheiro estamos entregues à fome, miséria e dependência...
Este post é tão ridículo que até custa a crer que a Sara seja economista.
A Sara poderia combinar com outra mulher lavar a roupa dela todos os dias, auferindo um salário, e em contrapartida a outra mulher cozinhava para a Sara quantidades excessivas de comida, e a Sara pagava-lhe um salário. Pelas teses da Sara, o país enriqueceria com isso - haveria mais consumo interno (roupa mais frequentemente lavada, quantidades excessivas de comida consumidas) e mais salários.
Sara: o enriquecimento de um país provem sempre das suas trocas com o exterior, do aumento das suas capacidades produtivas que possam ser vendidas para o exterior. Isto é sobremaneira verdade num país como Portugal, que por razões endógenas não pode ser autossuficiente em muitas coisas, nomeadamente alimentos e energia.
Se "o enriquecimento de um país provem sempre das suas trocas com o exterior" depreende-se portanto que crescimento económico a nivel do planeta é impossível não é?
Já ouviu falar de produtividade?
Muito bem Sara!
O que me parece ridículo é afirmar que parando 20% das pessoas que querem trabalhar e fechando as empresas vamos todos enriquecer.
No fundo estamos a considerar que todo o consumo feito no país é prejudicial porque a riqueza fica no país, e que se devem exportar todos os bens produzidos. Logo se trabalharmos de borla e não comermos seremos mais ricos.
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