quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Motivos para descrer


Em meados de Agosto, Helena Garrido do Negócios criticava a ortodoxia europeia em matéria de finanças públicas ou de inflação de forma certeira: “O combate sem tréguas à inflação e ao défice público deixa de ser racional e transforma-se em preconceito e incompetência. E é uma sentença para o declínio”. No entanto, ontem elogia Zapatero por este estar aparentemente disposto a aceitar a inscrição constitucional do declínio patrocinada pela direita franco-alemã, criticando a ausência de uma posição portuguesa convergente nesta matéria. Esta última posição de Garrido é incompreensível. A vida económica vai mostrando que a sabedoria económica convencional, apresentada como inevitável, é mesmo incompetente.

Se há país que ilustra na perfeição a natureza cíclica da posição das finanças públicas numa economia capitalista é a Espanha. Os excedentes orçamentais e a dívida pública baixa, que chegou a uns 30% do PIB, foram a tradução da economia do tijolo alimentada pelo endividamento privado e pelos fluxos de capitais europeus. Os défices, a partir de 2008, e a duplicação da dívida pública, foram a inevitável tradução do rebentamento da bolha imobiliária, da fragilidade financeira e do esforço dos privados para reequilibrarem os seus balanços, gerando quebras das receitas fiscais. Uma crise que foi responsável por um desemprego que mais do que duplicou, ultrapassando os 20%. Uma crise que, estruturalmente, revela bem os resultados da financeirização das economias.

Assistimos à passagem da dívida privada para a dívida pública e à confirmação da sua imbricação mesmo num país que perdeu a sua soberania monetária e cujos dirigentes teriam, também por isso, de desafiar o arranjo europeu, em vez de se limitarem a obedecer e a encenar um patético “não somos Portugal”. A Espanha e a Itália juntas ultrapassam a Alemanha em termos económicos. Os PIIGS unidos poderiam forçar uma solução para crise com escala europeia. Mas não se passa nada.

O PSOE confirma assim que não é socialista e operário e que, por isso, não está disposto a defender os interesses da maioria dos cidadãos espanhóis. Fica o P a ilustrar a crise de uma social-democracia vítima de uma (des)integração europeia pensada para a destruir como força de reforma. A tragédia repete-se.

5 comentários:

Platão disse...

Claro e certeiro, como de costume.

Mas, como na Idade Média, tb as sociedades desenvolvidas (!?) actuais respeitam um princípio de autoridade, nomeadamente em Economia,que conduz à incapacidade de pensar a realidade em si mesma, preferindo encaixá-la nas teorias dos "Mestres" - as teorias não se questionam, é a realidade que tem que se lhes subordinar, para que tudo se resolva! Os que assim não pensam, e pretendem contribuir para uma nova dialéctica entre realidade social e teoria, para que possamos, TODOS, viver decetemente, são heréticos. Queimem-se, portanto!

Ide levar no déficite ide disse...

A tragédia o horror o massacre

Nã era mais o Al Barran do Carlucci?


o estado providência só existe com 5 mil milhões de neo-colonizados

infelizmente os neo colonizados aspiram a ter reforma

já não querem morrer nas minas aos 40

canalha do 3º mundo....

querem reformar-se aos 57 como aqueles comentadores qu'andam a telefonar pá television

española e portuguesa

es de Albacete chico

tiengo una limosna de 1700

tiengo una maquina vieja de 6 años

y hipoteca de 50 mil duros...

quasi 500 euros por mês

é duro...duro...

não vai pra férias há dois anos

a última foi em cancún

nã sei quanto custa a TVE

mas a TVI dá o mesmo de graça....

Ide levar no déficite ide disse...

conduz à incapacidade de pensar a realidade em si mesma... .

temos 180 mil tones de cereal

18 mil de centeio

dá 9 gramas por portuga ao ano

temos carne de vaca prA 6 MESES

OVOS PRA UM ANO E MEIO

frangos quase pra 8 meses

leite para 300 dias

infelizmente comemos muito pão...

bacalhau não temos há 20 anos..

e mesmo assim fazemos pastéis

para que possamos, TODOS, viver decetemente...

de ce te mente vai plantar batatas

ê já prantei...mas prantaram-me um carro em cima....ecunomistas de lisboa presumo

tamém me fisgaram os figos

deixaram-me os pimentos

nã devem assar sardinha...

Manuel disse...

Oh gogol do capote:
Quantas cara tens tu?
Olha, lê isto que já pus para dois outros teus irmãos gémeos noutros Posts, depois vai pastar caracóis.
Em Lisboa, ao cimo da Av. de Roma, por detrás de uma vedação de ferro pintada de verde, há remédio para o teu problema.
Trata-te depressa porque a tendência é para que isso piore.
Depois torna-se crónico.
Quem te avisa…

Quantas cara? disse...

duminică, 28 august 2011
MANEL DE PORTUCALE TÁ DE VOLTA-REIS DE PACOTILHA SURGEMEM TODAS AS CRISES
CEGUEIRA E PÚS, LADO A LADO

MEDO E ÓDIO MISTURADO, ILETRADO

AS GENTES DE VOTO COMPRADO

LANÇAM PALAVRAS AO VENTO


SE AQUÊLE QUE VIVE LENTO

AO MENOS FÔSSE FELIZ

FARTURA TRARIA AO PAÍS

E NÃO VISÕES DE SOFRIMENTO


SÓ EU, LOUCO RECUSEI

A PAZ COMO ÚNICA OFERTA

MINHA ESPADA NÃO DESERTA

PROCURO EM BATALHA INCERTA

A MINHA COROA DE REI
Publicat de gogol de kapote la 09:24
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Etichete: REIS DE PACOTILHA SURGEM EM TODAS AS CRISES