Nouriel Roubini, economista impecavelmente ortodoxo, denuncia a opacidade de um sistema financeira desregulado que fomentou a acumulação de níveis insustentáveis de dívida e que incentivou processos de inovação irresponsáveis. Estes últimos criaram «monstros financeiros» que só contribuem para aumentar a «incerteza, o pânico, a quebra de liquidez, a contracção do crédito, o risco sistémico e a crise económica». Martin Wolf, do alto da sua coluna regular no Financial Times, reconhece a validade dos ensinamentos do economista heterodoxo Hyman Minsky (já várias vezes mencionado neste blogue). Ann Petifor, economista que tem vindo a alertar para a irracionalidade global dos processos de especulação financiados com recurso maciço à dívida, defende que esta crise pode anunciar o fim da hegemonia do neoliberalismo.
De facto, já há muito tempo que é claro que a crise financeira é um dos traços maiores do neoliberalismo. Se fizermos uma análise histórica (e a leitura do livro que ilustra esta posta pode ser de grande utilidade), facilmente percebemos que a crise financeira é o resultado inevitável das dinâmicas dos mercados financeiros liberalizados. É aqui que é preciso atacar.
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