«Mantendo tudo o resto igual, o regime de empréstimos constitui um importante ganho em si mesmo» (Vital Moreira). Em economia usa-se e abusa-se, para efeitos de análise de relações de causalidade entre variáveis, da cláusula Ceteribus Paribus (imaginemos que tudo o resto é constante). O problema é que tudo o resto não é constante. E por isso é também necessário proceder a análises mais sistémicas para perceber como é que várias mudanças podem produzir resultados que escapam a quem analisa relações ou variáveis isoladas. Por isso não é possível desligar o novo regime de empréstimos do conjunto das transformações em curso no ensino superior. E estas apontam para a instituição de uma lógica crescentemente mercantil.
Seguramente que Vital Moreira, com a sua experiência política e os seus conhecimentos de economia política, sabe que analisar medidas de forma isolada é um exercício de mais do que duvidosa utilidade. Neste contexto, esta medida não é mais do que uma forma hábil de desresponsabilizar o Estado e naturalizar a ideia do estudante-cliente.
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