sábado, 24 de setembro de 2022

Notícias que quebram


Li agora um texto que o economista Paulo Coimbra publicou num blogue
[Ladrões de Bicicletas é um nome fácil de escrever...] cujo título é: “O que sabe o ministro da Economia que nós não sabemos?”.
Bárbara Reis, Público. 

Este blogue não é noticioso, mas sim de opinião nas áreas da economia, política, política económica e economia política, tentando manter a memória e combater pela história. Dependemos das primeiras versões da história, que são tipicamente escritas por jornalistas. O que escrevemos encontra por vezes eco na imprensa convencional.

De vez em quando, no entanto, damos notícias que quebram, como aconteceu com o informativo texto de Paulo Coimbra sobre as consequências negativas da financeirização do capitalismo assim sem sem trela, desta vez na energia.

Este trabalho devia ter sido antes feito por jornalistas, dada a importância do tema. Na imprensa internacional não se fala de outra coisa, a Alemanha nacionaliza empresas da energia, a Comissão Europeia reúne de emergência, o governo britânico decide medidas. 

Por cá, ainda nada: faltam recursos numa imprensa em crise permanente e falta vontade de confrontar o poder económico que paga a publicidade. O Expresso, por exemplo, prefere ouvir as vulgaridades do capitalismo de herdeiras encarnado por Paula Amorim, ao invés de colocar as perguntas que contam.

Já agora, o momento AIG da energia confronta o jornalismo, o neoliberalismo zumbi, mas também certa esquerda. Uma política demasiado centrada na fiscalidade tem limites óbvios. 

Na realidade, temos de falar de propriedade e de controlo público da finança, ou seja, de soberania, sabendo que raramente estes assuntos chegam à imprensa, num país demasiado habituado a não ter soberania. As nossas elites vivem bem com isso, ó se vivem...


2 comentários:

Anónimo disse...

No Público, como em todo o lado, os esmifrados jornalistas vão "quietly quitting""...Mandam às malvas a ética profissional e não se importam de assinar por baixo de tudo o que lhes é servido pelas agências de comunicação, desde não lhes peçam para pensar a troco de amendoins
É como diz o outro: o estômago tende a sobrepor-se a valores políticos e morais.

Anónimo disse...

Centro direita, o termo é centro direita. Já foi normalizado pelos media corporativos. Xavor d'usar a terminologia correta: governo de centro-direita.