Isabel Jonet dá-nos aqui algumas pistas úteis para caracterizar o que deve ser um bom pobre de família. Deve ser uma pessoa responsável, evidentemente sem dinheiro, mas que poupa naquilo que não tem e sobretudo não o gasta de uma só vez. E para isso precisa de ser formada ao que Isabel Jonet chama de racionalidade económica ou, em linguagem de pobre de família, de magia económica.
Um dos principais traços da economia moral do neoliberalismo é muito bem sistematizado por Luísa Semedo. O resto do artigo é ainda melhor a expor a imoralidade que resulta da sua institucionalização desgraçadamente em curso.
Adenda. Entretanto, vá lá perceber-se porquê, lembrei-me, uma vez mais, das palavras corrosivamente irónicas de John Kenneth Galbraith, escritas no início da hegemonia neoliberal: “Os pobres não trabalham porque têm demasiados rendimentos; os ricos não trabalham porque não têm rendimentos suficientes. Expande-se e revitaliza-se a economia dando menos aos pobres e mais aos ricos.”
1 comentário:
A sociedade não resolve os seus problemas e avança com caridade e miserabilismo nem com a "sabedoria" de criaturas que vivem dos mesmos...
Isabel Jonet, e não só, são a personificação de uma sociedade que não vale a pena.
É trágico olhar para gente como Jonet pensado que têm alguma solução para os problemas da sociedade. Quanto mais seguimos os conselhos de gente como Jonet mais na miséria ficamos.
Isabel Jonet merece repúdio, é totalmente merecido.
O dia em que os portugueses na sua generalidade demonstrarem asco por este tipo de personagens é o dia em que eu posso dizer que a sociedade portuguesa evoluiu para algo melhor.
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