Depois deste famoso caso contado no filme, muita coisa evoluiu. Nessa altura, roubava-se bancos sem roubar os depositantes, assaltando-os; presentemente - de acordo com o Ministério Público - os roubos fazem-se, arranjando um lugar nas suas administrações, roubando directamente os depositantes. É mais eficaz, poupa-se nas munições e, feitas bem as coisas, continuar-se-á a ser o inimigo público nº1 da sociedade, apesar de ser o sistema nervoso das democracias que se dizem liberais.
domingo, 19 de julho de 2020
Inimigo público nº1
Porque hoje é domingo e porque estamos num momento em que se fala - de novo - em bancos, eis a história de quem fez toda uma vida a tentar dar uso - de outra forma - às intenções de Roosevelt de parar os desmandos da banca em plena depressão dos anos 20. Por acaso, a formulação usada por Roosevelt (5m18) viria a ser usada por ele, em 1941, contra o advento belicista de Hitler. Ele há forças que levam uma pessoa a usar palavras e meios radicais.
Depois deste famoso caso contado no filme, muita coisa evoluiu. Nessa altura, roubava-se bancos sem roubar os depositantes, assaltando-os; presentemente - de acordo com o Ministério Público - os roubos fazem-se, arranjando um lugar nas suas administrações, roubando directamente os depositantes. É mais eficaz, poupa-se nas munições e, feitas bem as coisas, continuar-se-á a ser o inimigo público nº1 da sociedade, apesar de ser o sistema nervoso das democracias que se dizem liberais.
Depois deste famoso caso contado no filme, muita coisa evoluiu. Nessa altura, roubava-se bancos sem roubar os depositantes, assaltando-os; presentemente - de acordo com o Ministério Público - os roubos fazem-se, arranjando um lugar nas suas administrações, roubando directamente os depositantes. É mais eficaz, poupa-se nas munições e, feitas bem as coisas, continuar-se-á a ser o inimigo público nº1 da sociedade, apesar de ser o sistema nervoso das democracias que se dizem liberais.
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26 comentários:
A história dos esquemas para evitar uma falência parece estar contada.
Espero que suficientemente bem contada para que venha a conhecer-se a versão dos criminosos sem os adornos das tecnicidades jurídicas.
Seria educativo conhecer como funciona a cabeça de quem tem governos e grandes empresas no bolso.
Não há corrupção de monta sem que o poder do Estado seja envolvido.
Não se trata de roubo.
Trata-se da liberdade dos mercados financeiros, posta em lei nos tratados europeus.
Ao aderir ao euro, deixamos de ter controle sobre o que se passa nos bancos, VOLUNTÁRIAMENTE.
Tudo o que se passou no BPN, no BPP, no BCP, na CGD, no BES, no BANIF, etc., foi apenas a "licença" para usar o dinheiro dos depositantes como muito bem lhes entendessem.
Nós é que não entendemos que aquilo a que chamamos crimes e sabotagem económica são, para as elites, perfeitamente legítimos.
Muito bom.
Parece estar contada?
Ah. A pressa com que os de colarinho branco tentam arrumar a corrupção dos de colarinho branco
Parabéns ao João Ramos de Almeida
Pelo tema e pelo sentido de humor. Corrosivo neste caso
E pelo seu tom lapidar: "os roubos fazem-se, arranjando um lugar nas suas administrações, roubando directamente os depositantes"
De surpreender ( ou talvez não) é a fuga apressada de jose para o "poder do estado" e o seu envolvimento
A desfaçatez passa por aqui. E começara há muito,pelo que aqui temos lido. Mesmo neste pequeno post de JRA, jose começa por dizer desta forma tão ternurenta como apressada:
"A história dos esquemas para evitar uma falência parece estar contada"
A pressa como ele tenta "arrumar a questão" ( será preciso dizer-lhe que não se trata só de esquemas para evitar uma (!) falência, como eufemística e fraudulentamente quer fazer crer?) faz lembrar a pressa como ele tentou "arrumar a questão", quando se começou a falar a sério nos desmandos do "dono disto tudo"
Dizia também de forma apressada e compreensiva:
" se roubou é porque foi roubado"
A trampa que se desprende de tudo isto é também a trampa já denunciada por alguns, de forma colectiva e individual.
Que enfrentaram de frente a narrativa colaboracionista, cúmplice, predadora dos bens públicos e conivente com o crime dos "bons rapazes" do meio. Agora acrescida dos pormenores sórdidos que a "mão invisível dos mercados" tentou e tenta sempre esconder avaramente e que tornam tudo isto numa trampa ainda maior.
Jose faz aquilo que aí em cima está exposto.Esconde debaixo do tapete as suas odes passadas aos banqueiros. E quer agora conhecer a "versão dos criminosos", ignorando que ainda estamos no início para saber quem de facto foi criminoso, e querendo quiçá arranjar justificações na cabeça dos "criminosos" para o funcionamento tão repugnante dos ditos mercados.
Quer justificações assim a modos como que a ver como funciona a mente de. Ele,logo ele, que se solidarizou comprometido com o grande poder económico, com os porno-ricos e que queria ainda mais dinheiro para os porno-ricos porque eles saberiam o que fazer com o dinheiro.
Ele, logo ele, que tentava apagar o rumo criminoso do grande poder económico e solicitava solicito para "não se demonizar um poder económico sempre condicionado ao poder do Estado".
Uns tadinhos.
Antes Jose empurrava a responsabilidade da choldra infecta para os "políticos". Depois de ver arruinada a sua "obra", fá-lo desta forma um pouco "acobardada" para o "Estado".
Curiosamente teve tanto afã na tomada de assalto do Estado pela direita e pela ainda mais à direita, como os "criminosos" de que agora fala.
Por exemplo,pelo político encomendado pelo grande poder económico e que até o financiou com dinheiro de sacos azuis.
“Já sabíamos que o poder económico ‘mandava’ no poder político" nas palavras de alguém insuspeito.
Também já sabemos há muito que o assalto ao Estado é apenas uma das vertentes da acção predatória do grande poder económico.
E para isso conta com aquela qualidade de "políticos" que admira e publicita.
(E com outras coisas mais)
Também joão pimentel ferreira faz o seu papel habitual de pantomineiro encartado sob anonimato às 12 e 58
Pantomineiro mas travestido de rebolucionário. Mas sem conseguir esconder os disparates habituais:
-"Voluntariamente" uma treta.
-"Tudo o que se passou no BPN, no BPP, no BCP, na CGD, no BES, no BANIF, etc., não foi apenas a "licença" para usar o dinheiro dos depositantes como muito bem lhes entendessem"
- E a questão do poder dos banqueiros e da banca vem de muito mais longe que a do euro.
Não valem assim a pena estes exercícios de elitista feito Cavalo de Tróia
"A diferença básica entre fundar e assaltar um banco, é que o primeiro é legalizado." dizia por aí alguém
Dizia outro:
“Ainda bem que nossos concidadãos não entendem o nosso sistema bancário e monetário, pois se entendessem, acho que haveria uma revolução antes do amanhecer.”
O Sócrates vem agora dizer que pedir emprestado não é crime, como seguramente não será crime não pagar o empréstimo.
Se ao corruptor activo fosse aplicada uma multa pela metade do suborno e indulto de pena se demonstrasse a corrupção passiva, os megaprocessos andavam a velocidade bem mais reconfortante e a corrupção baixava radicalmente.
Mas os corruptos passivos parecem ao abrigo da doutrina dos coitadinhos!
Jose bem tenta
Tenta envolver no manto diáfano da fantasia toda a imensa trampa que cai em cima dos potentados económicos. Daqueles seus queridos terratenentes que andava por aí e por aqui a poemar
"Esquecida" aquela cena murcha, patética e raquítica do art 35, jose avança com uma solução para esconder o esgoto. Assim do género de perdoar ao corruptor desde que ele demonstre a corrupção passiva.
Podia-se fazer exactamente a mesma proposta em sentido contrário. Indulto de pena para o corrompido se demonstrasse a corrupção activa, e os megaprocessos andavam a velocidade bem mais reconfortante e a corrupção baixava radicalmente.
O pior é que a corrupção é endémica numa sociedade que gosta,ama,elogia, endeusa a mão invisível dos mercados.
Ora bem. Jose gosta mesmo de quem corrompe.Até lhe confere indultos. "Esquece" que a corrupção é crime. Tanto do lado do corruptor como do corrompido.
Os ais de jose pelo corruptor não podiam todavia ser mais claros. Começaram a manifestar-se quando alguns dos seus terratenentes começaram a ser denunciados por aí. E jose levantou-se logo a defender a cambada e a empurrar o ónus para quem é corrompido
Sem tibieza nem vergonha, proclamava alto e bom som o direito do corruptor ao perdão:
"É estúpido ignorar que se há corruptores é porque há corruptos, e pelo que sei são os corruptos que promovem a corrupção e não o contrário"
Palavras para quê?
Os corruptores activos parecem ao abrigo da doutrina da beneficiência dos porno-ricos, em uso pelo próprio jose
Mas há ainda uma nota a apontar.
O corruptor ganha uma vantagem económica quando corrompe, o corrompido ganha-a individualmente. Mas a comunidade que este representa perde o correspondente ao ganho do corruptor.
Por isso os países corruptores ganham nos dois sentidos. Pela vantagem económica que adquirem e pelo estrangulamento dos países que corrompem.
Entretanto na Alemanha as mega-fraudes são abafadas na medida do possível e temos o grupo VW, o Deutsche Bank,o financiamento ilegal da CDU...
A mão invisível serve precisamente para isto. Para o assalto e o saque perpetrado por baixo dos olhos dos cidadãos. Em função do grande poder económico e da doutrina dos mercados
O João Ramos Almeida tem a sua costela de revolucionário romântico, há que o constatar. Pelo menos já não posta vídeos de génios do mal em cadeira de rodas a serem despejados dentro de chaminés :) ....
Mas o Robin Hood americano não passava de um delinquente assassino. Não há qualquer romantismo na violência, revolucionária ou outra. Quando se mata, tira-se a uma pessoa tudo o que ela tem...
Lenin e Trotsky são exactamente da mesma cepa que Hitler ou Estaline. Comparado com todos eles, Dillinger é um menino de coro.
Mais, por muito mau que Ricardo Salgado possa ser, por muitas poupanças de uma vida que ele possa ter transformado em cinzas (de pessoas que de boa fé esperavam apenas um juro um pouco maior do que aquele que tinham num depósito a prazo), ele não matou ninguém. Por isso, qualquer espécie de comparação entre um criminoso de colarinho branco e um gangster violento é, convenhamos, algo exagerada.
Não brinque com estas coisas, está bem? Porque das duas uma, ou considera que o único mecanismo decente para mudar a vida das pessoas é a conquista do Poder pelo voto, dentro de um sistema democrático liberal (ou outros não são democracias, ponto final), ou na verdade anda a namorar com a tendência que a Esquerda Radical sempre teve para a violência.
A todos os aprendizes de revolucionário, se não conseguem sentir o mínimo de compaixão pelas vítimas inocentes que as suas acções poderão causar, lembro-lhes apenas o destino de Robespierre...
O destino de Robespierre...
O que seria de nós se não nos lembrássemos do destino de Robespierre?
Se não tivéssemos Jaime Santos a reavivar-nos a memória sobre os destinos de Robespierre?
Confirma-se que JS não tem um amigo que seja que lhe recorde algum sentidode decência.
Porque esta frase para além de ser completamente idiota,tem o que quê de ameaçador que contrasta com o discurso de papa-hóstias hipócrita e repugnante de JS
Jaime Santos não gosta nem de Hitler nem de Estaline. Nem de Lenine nem de Trotsky.
Nem de Dillinger. Prefere Ricardo Salgado
Nem de Robin Hood. Prefere de longe o xerife de Nottingham
Gosta mais dos criminosos de colarinho branco. Deve ser por isso que o bloco central de interesses na corrupção tudo faz para que estes escapem à justiça.
Há pouco tempo JS aplaudia freneticamente um texto de Susana Peralta. Esqueceu-se de ler um seu texto em que ela desancava os que diziam que vivemos acima das nossas possibilidades (JS de resto repete o estribilho que temos que empobrecer)
"Segundo o PÚBLICO, os procuradores responsáveis pela investigação contabilizaram 11,8 mil milhões de euros de “produto de crimes e prejuízos com eles relacionados”. Vamos então fazer umas contas. O produto interno bruto português foi em 2019 pouco mais de 212 mil milhões de euros. Logo, o valor da fraude do caso GES/BES representa 5,6% do PIB.
Portanto, sejamos claros. Os portugueses e as portuguesas não vivem acima das suas possibilidades. Vivem abaixo, muito abaixo. Se os reguladores, o sistema judicial e os responsáveis políticos fizessem o seu trabalho, estes buracos negros aspiradores de valor, que sai diretamente do nosso bolso para o dos donos disto tudo, não apareciam por aí como cogumelos".
A que propósito vem isto?
É que ao contrário da ternura manifestada por JS pelos crimes de colarinho branco, estes não se limitam aquele piedoso registo de "pessoas que de boa fé esperavam apenas um juro um pouco maior do que aquele que tinham num depósito a prazo"
É obscena esta canção do bandido a branquear o peso de crimes que afectam todo um país. Que condicionam a riqueza e a pobreza dos seus concidadãos.Que serve de pretexto a uma troika sedenta e a um governo revanchista para nos condenar a um período bem negro da nossa história. Que condena uns à emigração,outros a uma vida de escravidão.
E outros a uma vida de porno-ridos.JS dirá que as vítimas são apenas pessoas à espera de "um juro um pouco maior"
Para além das grilhetas, JS prefere estas coisas. E até lhes sorri cúmplice
É destes (e doutros) criminosos que JS anda a namorar
Infelizmente as coisas não ficam por aqui
Percebe-se ou não que JS não goste de Hitler.Nem de Estaline. Já não se percebe bem é este colocar um ao lado do outro. Ainda lhe está atravessada a derrota do primeiro com a ajuda do segundo?
Mas não percamos tempo com isto. Os amores e arrufos sentimentais de JS são um problema da sua esfera particular
Já o não é quanto tenta juntar Lenine ou Trotsky.Só um revanchista perturbado ainda com a queda do feudalismo na Rússia pode tentar mascarar assim a História.
O que no fundo esconde é o seu ódio a um tipo que deu uma pazada no mundo dos colarinhos brancos de JS. E não só. A toda uma plêiade de criminosos que marcaram a fina flor da aristocracia russa. Acresce dizer que se JS fosse minimamente honesto consultaria um qualquer livro que lhe revelasse as terríveis condições de vida do povo russo
E se ele fosse culto bastar-lhe-ia ler os grandes clássicos da literatura russas para saber porque motivo a Revolução triunfou.
Mas é o contributo de Lenine para tal triunfo, que JS não perdoa.
Um manipulador da História que quer justificar umas coisas com outras.Ele lá sabe quem namora, mas ao menos podia não ser aquilo que é , desta forma tão grosseira
Estou sinceramente farto dos aldrabões de feira que vivem do slogan barato e das frases feitas, fazendo doutrina ideológica com a desfaçatez da ignorância e da manipulação.
Afastemo-nos da Europa. Gandhi também estava convencido de que Hitler tinha um irmão gémeo. Mas ele não era Estaline a quem, já em Setembro de 1946 e com a Guerra Fria em vigência, o líder indiano definia como “um grande homem” à frente de um “grande povo”. Não, o irmão gémeo de Hitler, em última instância, era Churchill, o que se verifica em pelo menos duas entrevistas de Gandhi, uma de Abril de 1941, outra de Abril de 1945: “Na Índia, temos um governo hitlerista, ainda que camuflado em termos mais brandos”. E por fim: “Hitler foi ‘o pecado da Grã-Bretanha’. Hitler é tão-somente a resposta ao imperialismo britânico”.
Por mais discutível que seja, a aproximação Hitler-Churchill feita por Gandhi (e, indirectamente, por outros expoentes do movimento anticolonialista) é fácil de compreender: Hitler não declarou diversas vezes o desejo de construir na Europa oriental as “Índias germânicas”? E Churchill não prometeu defender com todas as forças as Índias britânicas? De facto, a fim de sufocar o movimento independentista, em 1942 o primeiro-ministro inglês “recorreu a meios extremos, como o uso de aeronaves para metralhar multidões de manifestantes”. A ideologia que encabeçava a repressão dá muito que pensar. Leiamos Churchill: “Eu odeio os indianos. É um povo bestial, com uma religião bestial”; por sorte, a ordem foi mantida e a civilização, defendida, por um número sem precedentes de “soldados brancos”. Tratava-se de enfrentar uma raça “que só está protegida do destino que merece porque prolifera muito rápido”; teria agido bem, portanto, o marechal Arthur Harris, artífice dos bombardeios sobre a Alemanha, quando resolveu a questão dos indianos enviando “para destruí-los alguns dos seus bombardeiros excedentes”
Os retratos de vilões e de heróis vagueiam ao som das histórias que nos contam. Ou que nos escondem
Em 1942, o governador de Bengala ( sob as ordens do Reino Unido) ordenou que a maior parte do arroz de Bengala fosse destruído para que não parasse nas mãos de inimigos. Além disso, 46.000 barcos da população local foram confiscados, devastando a indústria pesqueira.
As autoridades então começaram a desviar alimentos das áreas rurais, onde já havia escassez, para alimentar pessoas tidas como “prioritárias”, ou seja, as pessoas mais ricas e bem educadas e os trabalhadores do serviço público e da indústria bélica.
Inundações destruíram os campos de plantio, colocando o suprimento de alimentos em risco, mas o governo de Winston Churchill não fez nada. Quando a fome começou, em vez de fornecer alívio, o governo proibiu a colónia de usar suas reservas financeiras e barcos para importar comida. Além disso, continuou exportando milhares de toneladas de arroz para a Europa e armazenou a produção excedente de alimentos do resto do império.
Ao todo, morreram de 2 a 4 milhões de pessoas no que historiadores consideram uma fome inteiramente causada pelo homem. A Índia já havia passado por reduções do suprimento de alimentos, mas sem estas mortes em massa. Mas Winston Churchill era um supremacista branco que não tinha a menor preocupação com a população local. Ele acreditava que “a fome dos já desnutridos bengalis é menos séria do que a dos resistentes gregos” e durante a fome ele exclamava, orgulhoso, que odiava os indianos, porque eram “um povo bestial com uma religião bestial.”
Também o registo rápido que JS passa sobre Dillinger mascara os factos
Estava-se nos anos 30 e a América vivia a pior crise económica da sua história, a Grande Depressão. Dillinger roubava bancos mas ajudava os pobres. Por isso era amado e, por isso, foi elevado a figura pop americana - há várias referências musicais e literárias à sua pessoa, aparece num episódio dos Simpson e é referido em "Walking Dead" e até Humphrey Bogart interpretou uma personagem inspirada do criminoso.
Dillinger foi preso várias vezes. Numa foi mandado para a prisão de Crown Point, considerada impossível de fuga. Mas provou o contrário, ao conseguir fugir dela sozinho e sem disparar um único tiro. Há algumas versões para a sua fuga: uma que ele teria esculpido uma arma de madeira e depois a enegrecido com graxa de sapato.
Uma vez após ter sido preso, foi saudado por uma enorme multidão no Aeroporto de Chicago, tal era a sua popularidade.
Os seus assaltos eram originais.
Uma vez fingiram ser representantes de vendas para entrar no cofre do banco e ter acesso ao sistema de segurança; noutra ocasião, fizeram-se passar por uma equipe de filmagens que estava rodando um filme de um assalto a um banco.
Um fazendeiro disse que, durante um assalto, Dillinger lhe perguntou se o dinheiro era seu ou do banco. Ao responder que era seu, Dillinger teria dito para ele: “Fique com o dinheiro. Nós só queremos o do banco”.
O Status quo não podia permitir tal coisa. Foi formada uma brigada inteira de polícia para perseguir Dillinger. O resto é a história da Lady in red, que de facto não o era
JS tem a corda sensível virada para os banqueiros. Também ele não gosta que se "brinque com estas coisas".
JS vai todavia mais longe:
Diz JS:
" ou considera que o único mecanismo decente para mudar a vida das pessoas é a conquista do Poder pelo voto, dentro de um sistema democrático liberal (ou outros não são democracias, ponto final)"
O "sistema democrático liberal"
JS deve ter as orelhas a arder quando lhe fazem lembrar que o 25 de Abril ocorreu de armas na mão. Não era um sistema democrático liberal. Pois não. Mas era reconhecido pelos sistemas democráticos liberais,ao ponto de fazer parte dessa organização "democrática liberal" que era (é) a NATO
Também perante a Revolução Francesa se pode dizer que ela permitiu o nascer dum mundo novo. Para JS não.Só fala em Robespierre. Não oculta o seu ódio a quem derrubou a podridão duma época e dum mundo. Será que JS defende que o fim do absolutismo passasse pelo voto? Não.Porque não era uma democracia liberal
Há ou não aqui o papaguear do "fim da história" ( algo que Francis Fukuyama já corrigiu) com essa dos "sistemas democráticos liberais"?
E porquê tanto alarido por parte de JS perante o resultado de um Brexit, num sistema democrático liberal? Porquê os berros e os insultos de JS com esta vitória e o seu ataque sórdido a Corbyn?
O Brasil de Bolsonaro?Um sistema democrático e liberal. Os EUA de Trump? Um sistema democrático liberal O regime racista de Israel ?( como é que um país se intitula de "Nação Eleita?") Um sistema democrático e liberal
Tão democrático e liberal que até se perdoam os crimes de colarinhos brancos que literalmente pagam campanhas para que os candidatos democratas liberais ganhem eleições dentro dos sistemas democrático liberais. E não insultem aqueles.Só diminuíram um pouco os juros dos depósitos a prazo de alguns menos felizes
Um país que invade outro,que massacra e chacina povos inocentes, sob o pretexto de armas de destruição maciça é um país democrático liberal?
Tocqueville é uma das maiores referências da filosofia política liberal, uma das fontes dos ditos sistemas democrático liberais
Vejamos como o liberal francês celebra a abjecta primeira guerra do ópio:
“Trata-se de um grande acontecimento, sobretudo se se sonha que não é senão a sequência, o último termo de uma multidão de acontecimentos da mesma natureza que, todos eles, empurram gradualmente a raça europeia para fora da sua casa e submetem sucessivamente ao seu império e à sua influência todas as outras raças […]; é a submissão de quatro partes do mundo pela quinta. Não difamemos nosso século e nós próprios; os homens são pequenos mas os acontecimentos são grandes”.
Ou então vejamos qual o comportamento que Tocqueville sugere ao exército francês empenhado na conquista da Argélia:
“Destruir tudo o que se pareça a uma agregação permanente de população, ou por outras palavras, a uma cidade. Creio da mais alta importância não deixar subsistir ou elevar-se nenhuma cidade nos domínios de Abd-el-Kader” (o líder da resistência).”
Ora bem. Nestas duas declarações ressoa esta celebração da violência e da lei do mais forte de que se censura a “raça dos revolucionários” em acção em França.
Para evitar confusões diga-se que o Estado de Direito e demais garantias jurídicas para os direitos individuais não são apenas instituições formais, mas liberdades muito importantes, parte integrante da democracia.
E também para evitar confusões reafirme-se aquilo que muitos dizem: quase todas as revoluções devoram os seus filhos.
A actual Cruzada em defesa da Civilização e dos "sistemas democrático liberais" elimina a memória histórica. Estamos em presença de uma acusação que tem como alvo os povos que de quando em quando são catalogados como estranhos à civilização. Ao visitar a Espanha em 1836, que estava então imersa numa sangrenta guerra civil, em vez de tomar posição por uma das partes, Richard Cobden chegou a uma conclusão de carácter geral em relação aos bárbaros além do golfo de Biscaia: "trata-se de uma nação de fanáticos religiosos, mendicantes e cortadores de garganta, com um governo de putas e canalhas."
Esta conversa não lhes lembra algo?
Evidentemente, o berço privilegiado desta acusação é constituído pelos povos coloniais ou de origem colonial. Quem se lembra ainda que a dizimação e a destruição dos peles vermelha norte-americanos foram promovidas em nome da luta contra um povo de cortadores de cabeças e de gargantas? Entre os crimes que a Declaração de Independência imputa a Jorge III está o de ter instigado, contra os colonos rebeldes, os índios selvagens sem piedade. Sim especifica Thomas Paine, sempre em 1776. a monarquia inglesa incitou os negros e os índios a nos destruir, ou seja a cortar a garganta dos homens livres na América.
É uma acusação confirmada por Marx. O Capital descreve de que modo o governo de Londres enfrenta a ameaça dos colonos rebeldes: Por instigação inglesa e com o dinheiro inglês estes foram tomahawked [mortos a golpes de tomahawk, o machado de guerra dos peles vermelha]. O parlamento britânico declarou que os cães ferozes e o scalping eram meios que Deus e a natureza tinham colocado em sua mão. E no entanto, após a vitória da revolução americana, o quadro muda consideravelmente. Já em 1783, um comandante inglês alerta: revigorados pela vitória, os colonos preparam-se para cortar a garganta dos índios; o comportamento dos vencedores acrescenta outro oficial do governo é humanamente chocante. De facto, principia o período mais trágico da história dos peles vermelha. Andrew Jackson, presidente dos Estados Unidos nos anos em que Tocqueville analisa a democracia na América no campo e a celebra, ascende à mais alta magistratura do país após distinguir-se na caça aos índios, por ele considerados como cães selvagens. A respeito disto citamos as palavras de outro historiador americano da nossa época: Elogiando-se de ter sempre conservado a cabeça daqueles que havia matado, o mesmo Andrew Jackson […] dirigiu a mutilação de cerca de oitocentos cadáveres de índios creek os corpos de homens, mulheres e crianças que ele e seus homens haviam massacrado, amputando-lhes o nariz para contá-los e conservá-los como testemunho de suas mortes, e cortando longas tiras de pele para tingi-las e transformá-las em breios.
Jackson que se obstinava sobre os corpos dos índios mortos e escalpelados. não se impedia de cultivar pensamentos de uma certa maneira gentis: a ele agradava verificar pessoalmente que os souvenirs provenientes dos cadáveres fossem distribuídos às senhoras do Tennessee.
Aqueles sóbrios vitoriosos que são os puritanos da Nova Inglaterra colocaram , através de resoluções das suas assembleias, um prémio de 40 libras por5 cada escalpe de índio e por cada pele vermelha feito prisioneiro; em 1720 colocaram um prémio de 100 libras para cada escalpe, em 1744, após Massachussets-Bay ter declarado rebelde uma certa tribo, os prémios seguintes: por um escalpe de homem, 100 libras da nova moeda; por prisioneiros homens, 105 libras; por escalpes de mulheres e crianças, 50 libras.
O silêncio sobre este capítulo da história desempenha uma importante função ideológica. George Washington pode tranquilamente assimilar os selvagens pele vermelha a animais selvagens da floresta (Wild Beasts of the Forest). E, com quase um século de distância, na Califórnia que foi arrancada do México, a degradação e a destruição dos índios tornam-se, citando outro historiador dos Estados Unidos, um tipo de desporto popular.
Se os pele vermelha, como peso morto, são destinados a serem eliminados da face da terra, os negros, úteis como instrumentos de trabalho e gado humano, sofrem a morte somente quando se opõem a sua condição de escravos e se rebelam contra os seus patrões. Em tal caso, a execução dos culpados deve assumir um carácter exemplar e pedagógico. Como demonstra, na Luisiana de 1811, a repressão de uma revolta de escravos negros: as cabeças dos culpados são fixadas em piques e colocadas em exposição no local do delito.
Quem fala em Robespierre?
É uma prática à qual o Ocidente recorre talvez com frequência particular no quadro de seu relacionamento com os povos árabes e islâmicos, hoje acusados de serem os cortadores de cabeça por excelência. Durante a sua expedição ao Egipto, frente à recusa de um notável egípcio de ceder aos invasores uma parte consistente do seu rico património, Bonaparte ordenou que lhe cortassem a cabeça e que a passeassem por todas as ruas do Cairo com o seguinte cartaz: Assim serão punidos todos os traidores e os perjúrios. E, contudo, a tentativa de aterrorizar a população não atingiu o seu objectivo. Estouraram revoltas aqui e ali. Então prossegue o historiador Bonaparte enviou ao local seu ajudante Crouazier para que assediasse a população rebelde, exterminasse todos os habitantes de sexo masculino sem excepção e levasse ao Cairo as mulheres e as crianças, entregando a aldeia às chamas. A ordem foi executada ao pé da letra. Muitas mulheres e crianças morreram durante a longa caminhada até o Cairo. Algumas horas após a expedição punitiva, a praça principal do Cairo mostrava o estranho espectáculo de longas filas de burros carregados de sacos: os sacos foram abertos e sobre a praça rolaram as cabeças dos homens da tribo rebelde, justiçados.
A prática de cortar a cabeça dos culpados e de exibi-las com finalidade pedagógico-terrorista não termina com a derrota de Napoleão. Durante a sua viagem à Argélia estamos nos anos da França liberal da Monarquia de Julho em Philippeville, Tocqueville é convidado para almoçar com um coronel do exército de ocupação, o qual traça um quadro eloquente da situação: Senhores, somente com a força e o terror se pode conseguir tratar com esta gente […] Outro dia na estrada foi cometido um assassinato. Trouxeram-me um árabe que era suspeito. Interroguei-o e em seguida mandei cortarem-lhe a cabeça. Poderão vê-la na porta de Constantina”.
A um tratamento análogo são sujeitos, no sul dos Estados Unidos, os negros que ousam contestar o regime de white supremacy. Vejamos de que maneira se conclui um linchamento no Arkansas em 1921. Uma multidão de quinhentas pessoas, entre as quais não poucas mulheres, desfruta o espectáculo prolongado de um negro que seus torturadores colocam para queimar em fogo lento e que em vão tenta apressar a própria morte. Quando esta finalmente chega, intervém aí a disputa para apoderarem-se “como souvenirs” os ossos da vítima.
Três anos depois, um jovem indochinês (Nguyen Sinh Cung), desembarcado nos Estados Unidos à procura de trabalho, assiste horrorizado a um linchamento: O negro é colocado para cozer, é torrado e queimado. Mas ele merece morrer duas vezes em vez de uma só. É enforcado, ou, mais exactamente, é levado à forca aquilo que resta do seu cadáver… Quando todos estão saciados, o cadáver descem o cadáver.
Esta tendência que os patronos destes sistemas democráticos liberais tiveram (e têm?) para a violência, para a grande violência, é sistematicamente silenciada pela historiografia oficial, de que JS é um vigoroso mentor.
A "compaixão" que invoca para proteger um tipo que afinal só prejudicou alguns que esperavam um juro um pouco maior mete, salvo melhor parecer, náuseas.
O ocultar sistemático de todos os gigantescos crimes perpetrados por figuras maiores da adoração liberal, neoliberal, democrática, pós-democrática tem muito de ignorância. Mas também tem muito de deturpação voluntária, manipulação e canalhice.
Não vale a pena JS vir ameaçar-nos com as consequências para Robespierre. Todos sabemos as consequências para os pele-vermelhas e para os negros. Todos também sabemos as consequências de tanta coisa, por exemplo da primeira grande guerra, calando-se que nesta morreram nos desejos imperialistas e expansionistas de algumas nações, cerca de 20 000 000.
De quem a responsabilidade?
Todos também sabemos as consequências para quem é derrotado pelos senhores à força, mandadores sem lei
Os exemplos surgem como cogumelos. Falemos num.Na Comuna de Paris
Ao todo, a Comuna de Paris executou cem pessoas. Cerca de novecentas mais morreram na defesa da cidade. As tropas de Thiers, que esmagou a Comuna, por outro lado, executaram 20 000 pessoas, número que, somado às baixas em combate, provavelmente alcançou a cifra dos 80 000 mortos.
40 000 pessoas foram presas e muitas delas foram torturadas e executadas sem qualquer comprovação de que fossem de fato membros da Comuna. As execuções só pararam por medo de que a quantidade imensa de cadáveres pudesse causar uma epidemia de doenças.
Compaixão?
JS fala em compaixão pelas vítimas inocentes? Aquela que Thiers teve? Ou as que as bombas dos USA e do RU tiveram no Iraque?
Não. Ele apenas está preocupado com o responsável pela pequena descida da margem de juros.
O resto são ameaças. Robespierre ou as cabeças cortadas para (nos) servirem como exemplo
Definitivamente é baixo, muito baixo
Matar à fome é mau, a menos que se seja contabilista da banca ou do FMI.
Os neoliebrais a voltar a Travelian, já que o resto da propaganda está gasta e só resta a verdade crua.
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