quarta-feira, 29 de julho de 2020
Lembranças adicionais
O Novo Banco vendeu mais de 13 mil imóveis a um fundo anónimo sediado nas ilhas Caimão, emprestou dinheiro a quem os comprou, registou prejuízos daquele que foi o maior negócio imobiliário dos últimos anos em Portugal, e o segundo maior da Península Ibérica, e ainda recebeu compensação pelas perdas de centenas de milhões através do Fundo de Resolução. Não se sabe quem comprou os imóveis e ninguém escrutinou quem eram os compradores.
Amílcar Correia sintetizou em editorial a excelente investigação de Paulo Pena, em linha com as de Cristina Ferreira a que temos aqui feito referência. Todos temos boas razões para suspeitar dos abutres compradores.
No Público decidiram lembrar, e bem, a intervenção da deputada socialista Helena Roseta sobre as suspeitas vendas ao desbarato de imobiliário que, em mãos públicas, podia ter uma outra utilidade social. Mas não deviam ter ficado pela lembrança desta intervenção individual dissidente num partido que aprovou este processo em modo bloco central. Deviam lembrar-se também de quem contestou deste o início este ruinoso negócio, propondo, contra a falida sabedoria convencional, a alternativa sensata da nacionalização. Deviam lembrar-se de comunistas e de bloquistas.
E deviam lembrar-se, já agora, do contexto estrutural que permite estas operações e que passa, entre outros, pela liberdade irrestrita de circulação de capitais indissociável da integração europeia.
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15 comentários:
Alguém tinha dúvidas de que este seria o desfecho do negócio com o fundo abutre para o bes-bom?
Afinal, o bes-mau parece que tem menos rabos de palha que o bes-bom.
Se calhar, teve a ver com o ambiente em que foram tomadas as decisões: na praia ou na esplanada.
A alternativa era sensata nos moldes propostos por Vítor Bento, ou seja, nacionalização para reestruturação e venda dos ativos problemáticos e tentativa de recuperação do capital investido pelo Estado numa venda posterior do Banco. Só que isso implicaria uma coragem que Passos não teve de aceitar que tal nacionalização teria custos para o erário público e muitos.
Só que não era nada disso que o PCP e o BE propunham, pois não? Propunham que o Banco permanecesse nas mãos do Estado. Olhando para a gestão passada da CGD, ruinosa também ela, diria eu que um banco público chega perfeitamente e se calhar já é demais...
Se é para fazermos exercícios de memória, é bom que se façam por inteiro. Os lindos resultados da resolução do BES e posterior venda devem ser comparados com aquilo que os Partidos de Esquerda propunham, não como uma 'nacionalização técnica' que foi coisa que nunca defenderam...
Quem são os burocratas que estão no Banco de Portugal e no Fundo de Resolução que não encontram qualquer problema em toda essa operação?
Só se fala no Novo Banco e nos banqueiros e esses funcionários são os inocentes?
Da holanda tentam vender a ideia que o bes-mau tem menos rabos de palha que o bes-bom. Faits divers que ocultam a gravidade da questão. Quanto às piadas sobre as esplanadas e as praias estas cabem mais numa disputa entre o Chega e o CDS.
É preciso ir bem mais longe
Mais uma vez se saúda a memória de João Rodrigues que deixa em polvorosa os branqueadores desta trampa a que quotidianamente assistimos
Jaime Santos mais uma vez aldraba. Arrasta o nome da CGD ,como se entre esta instituição e os bancos privados não deambulassem exactamente os mesmos banqueiros, sob a batuta dos governos que nos hipotecaram a soberania nacional.
O ódio que JS tem à CGD emparelha bem com o rancor que tem à coisa pública. Mal oculta o desejo da privatização da CGD. Para surgirem assim mais filhos e enteados da banca privada, cujos nomes fazem parte da galeria de figuras sinistras que JS tenta aqui ocultar
Vê-se bem que o neoliberalismo assentou praça em JS.E que lhe erradicou a vergonha e os resquícios de
Mas JS vai mais longe.
Ao que parece "Os lindos resultados da resolução do BES e posterior venda devem ser comparados com aquilo que os Partidos de Esquerda propunham"
Os lindos resultados da resolução do BES e posterior venda estão aí.
JS defende a trampa destes resultados? Face às propostas dos partidos de esquerda?
É altura de lhe reavivar a memória
Antes porém um comentário para comentar o comentário de Jose. Mais outro comentário que funciona como um detergente branqueador dos terratenentes banqueiros
Tenta empurrar o horror da coisa para os "burocratas" do Banco de Portugal ( como Vitor Bento?) e do fundo de resolução.
Nomeados pelos mesmos que tomaram conta de Portugal como uma sua coutada privada,a mando dos seus negócios privados, hipotecados a interesses outros que não os nacionais
Os "burocratas" do BdP são muitas vezes banqueiros. Que se transmudaram de bancos privados.E que a estes voltam
São afinal de contas terratenentes banqueiros
Mas a coisa fia mais fino do que isto
Alguém que diz hoje uma coisa diametralmente diferente de algo que dissera antes é alguém que merece bem alguns qualificativos adequados.
Jose fala agora em "burocratas" ( a linguagem escolhida é um mino) e em "funcionários"
Vejamos como jose falava no burocrata-chefe e no funcionário-boss aqui há uns tempos, um tal Carlos Costa:
"Os treteiros lusitanos, entre a cobardia e a refilice, sonham com um Governador que faça na Europa o que os seus governos nao se atrevem a fazer"
(Passos Coelho dizia na mesma altura:"ataque vergonhoso e despudorado" a Carlos Costa.)
Mas jose ia mais longe na sua defesa ( na altura) do burocrata-chefe e no boss funcionário:
"Quais as leis e regulamentos que o BdP através da sua administração infringiu.
Quais os factos que uma qualquer comissão de inquérito avaliou - com clareza - em que o BdP ficou aquém dos seus deveres".
Só lhe faltava levar em ombros o "burocrata-chefe" e o funcionário-boss".Nomeado por Sócrates reconduzido por Passos Coelho. Eram todos personagens muito inocentes
Eis a trampa dos terratenentes banqueiros. Não lhes encontram qualquer problema porque eles estão no meio daquela.
É o capitalismo estúpido. Com treteriros à mistura
Voltemos então a Jaime Santos e à sua conversa de aldrabão de feira
"A alternativa era sensata nos moldes propostos por Vítor Bento"
Vitor Bento?
Vitor Bento foi o nome aprovado pelo Banco de Portugal para suceder a Ricardo Salgado na liderança do BES e o primeiro presidente do «banco bom» .Em Março de 2019 este economista disse que aquele devia ter sido nacionalizado.
Vítor Bento, que em Setembro de 2014 renunciou ao cargo de administrador do Novo Banco afirmando ter «encetado um processo para a rápida venda do banco, gerido pelo Fundo de Resolução e pelo Banco de Portugal», reconheceu nessa altura na RTP que a instituição devia afinal ter sido nacionalizada, como aliás propôs inicialmente o PCP e o BE.
Ao programa Tudo é Economia, o economista realçou que se o Estado tivesse optado pela nacionalização, em vez de o vender ao fundo especulativo Lone Star, teria «o controlo do banco e o direito aos benefícios da recuperação».
Relativamente ao dinheiro investido, o presidente não-executivo da SIBS frisou que o Fundo de Resolução «não é dos bancos» e que, «obviamente, quem vai pagar a dívida são os contribuintes».
Quanto aos prejuízos acumulados desde a resolução do BES, Vítor Bento argumentou que a avaliação dos activos «foi mal feita», acrescentando que o capital com que o banco foi dotado «não era suficiente» para o seu funcionamento.
Nessa altura a missa ainda não tinha acabado
O soalheiro institucional na sua expressão poluente.
Deixamo-nos de merdas
Quando alguém tinha a coragem de dizer que no poder político e económico-havia corrupção e que muitos Gabirus se apresentavam nos media, como virgens ofendidas ao serviço dos partidos do arco do poder. Esse homem já não está entre nós-teve sempre a coragem e determinação de chamar os bois pelos nomes-era o saudoso jurista Arnaldo Matos ( muitos tinham um ódio de morte),ele dizia; "isto é tudo um putedo". E tinha razão!
A esquizofrenia de JE, no estranho papel de "remodelador de retratos".
Neste caso, o retrato do PS, que se pretende pintar como sendo de esquerda.
A memória de JE é tão exemplar como a sua paciência.
O que esta gente gostava era de colocar tudo na luta clubística em que se tornou a política na era do pensamento único. Têm azar, dentro das regras, há exactamente zero que um governo possa fazer, e nem os bancos "sérios" em países "sérios" fazem diferente, basta ver os negócios do DB. A sorte era que tinhamos banqueiros com finanças mais limitadas e algum patriotismo, com a união bancária... habituem-se.
Ponha-se jose a "argumentar" com Jose. E o que sobra é esta miséria
A impotência é tramada. Pelo que se pede que se volte ao que se debate em vez destas idiotices soalheiras
Ponha-se joão pimentel ferreira a "pseudo-argumentar" com os seus múltiplos nicks
E só saem estas idiotices remodeladas em forma de esquizofrénico rabo de palha
(e ainda para mais com tiques de rebolucionário mergulhado nestas imbecilidades travestidas)
Jose diz «O soalheiro institucional na sua expressão poluente»...
Serão estas palavras escolhidas na tal «tele-escola» que ele escreve e repete no outro blog, «Manifesto 74».
Será que ainda não percebeu que na telescola pode aprender a corrigir os seus erros?
Na «tele-escola» não será, de certeza.
Nem a tele-escola nem outro blog são chamados para aqui. Pretextos para desviar o assunto, não obrigado
Pelo que se joão pimentel Ferreira não se importar, volte-se ao que se debate, em vez desta sua linguagem teológica
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