Como se tem dito nos últimos dias, Portugal vai receber uma pipa de massa da UE, para gastar nos próximos anos. É tanto dinheiro que há quem tema que não haja onde o gastar bem. É uma conclusão apressada, por três razões. Primeiro, porque a dimensão da crise que estamos a viver não tem precedentes e é preciso mesmo muito investimento público para a combater. Segundo, porque o dinheiro que aí vem, sendo muito, não é assim tanto se comparado com os primeiros anos da integração europeia. Terceiro e não menos importante, porque o investimento público em Portugal tem estado pelas ruas da amargura.
O gráfico ao lado permite perceber o terceiro ponto. Segundo aos dados da Comissão Europeia (base AMECO), nos últimos 10 anos o investimento público em percentagem do PIB em Portugal foi sistematicamente inferior à média da UE. Se tivesse sido idêntico àquela média, o Estado português investido mais 16,2 mil milhões de euros do que investiu de facto. Isto é mais do que o montante que o novo Fundo de Recuperação Europeu destina a Portugal (cerca de 15,3 mil milhões de euros).
Ou seja, na última década houve muito investimento público importante para o desenvolvimento do país a prazo que deveria ter sido feito e não foi. Trata-se agora de tentar recuperar algum do tempo perdido. Em querendo, não faltarão oportunidades para usar bem este dinheiro.
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4 comentários:
O modelo consolidado de investimento em Portugal, baseado quase exclusivamente em dinheiros da UE demonstra ser um castelo de cartas.
Demasiado dinheiro, concentrado em períodos curtos, levou à construção de autoestradas e de pontes, por exemplo.
Era uma forma de gastar o dinheiro, recorrendo ao setor privado para a avaliação, conceção, construção e exploração.
Estamos agora a ver o desastre que este modelo provocou: a aposta na rodovia colocou todas as fichas nos veículos com motor de combustão interna, quando se equaciona proibir a circulação destes veículos.
Agora, precisamos de ferrovias e de comboios e não temos nem uma coisa nem outra.
Grande parte da ferrovia foi destruída e nem 1 metro a mais foi construída, desde que os ingleses por cá andaram no séc. XIX.
O material circulante está a ser procurado nas sucatas portuguesas e espanholas, num país que teve a SOREFAME, destruída pelo neoliberalismo do nacional parolismo.
O nosso modelo, da economia ESCROQUE, continuará assim por mais uma década, a apostar em negócios que interessam a certos privados e nunca no interesse geral.
Aparentemente simples, claro e didático
Eis Ricardo Paes Mamede
Exactamente o oposto de joão pimentel ferreira que,num discurso berdadeiramente rebolucionário, sob a forma de um tal ignazo silva, mostra lamentavelmente que a confusão reina no reino dos euroinómanos.
Há aqui algum desespero para misturar assim alhos com bugalhos, tentando pela calada e invocando o santo nome de "economia escroque" ( não se riam. que é uma inovação de pimentel ferreira e de certos privados) tentar fazer passar calinadas como verdades. Ao mesmo tempo tenta ele próprio fazer-se passar por "isto"
"Isto" é o "desenvolvimento em Portugal que é baseado quase exclusivamente em dinheiros da UE" ( sai uma propagandazita neoliberal com sotaque holandês, para a mesa do canto e para o holandês trafulha)
"Isto" é o "demasiado dinheiro" que a clique neoliberal apregoa e que RPM aqui denuncia
"Isto" é o paleio automobilístico da ordem de quem andou por aí a tentar vender os automóveis alemães
"Isto" é a idiotice, dita com a maior das acertividades, segundo a qual "nem 1 metro a mais foi construída, desde que os ingleses por cá andaram no séc. XIX" ( confessemos que só mesmo do ignaro pimentel ferreira para sair uma tal cabotinice)
"Isto é a "nacional parolice" a destruir a Sorefame, "esquecendo" a contribuição do directório europeu e do Capital internacional
Pimentel ferreira com a cauda de fora? A ver se passa
Ferrovia explorada
1968 - 3.502 Km
2018 - 2.546 Km
https://www.pordata.pt/Portugal/Extens%c3%a3o+da+rede+ferrovi%c3%a1ria+total++explorada+e+desactivada+++Continente-3108
Acho muito util o comentário de Jose.
Ao lado em relação ao de joão pimentel ferreira que, de forma destrambelhada, afirmava não se ter construído um Km de via férrea desde o século XIX
Mas que permite denunciar um terreno fértil em pulhices por parte de quem se serve do trabalho dos demais.
Longe vão os anos 90, quando a política de direita destruiu mil quilómetros de ferrovia e fez Portugal sair do século XX com menos rede ferroviária do que a que tinha ao entrar nesse século. Longe vão também os tempos dos PEC e do Pacto de Agressão da Troika, onde o Plano Estratégico de Transportes assumia que o transporte ferroviário de passageiros não era uma prioridade para o País e que a prioridade era ligar os portos à Europa, passando por cima de Portugal.
A canalha neoliberal com o freio nos dentes.
Há mais canalhice neste sector. Ó se há
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